Uma pesquisa divulgada na segunda-feira (9) pela Rede de Ensaios de Prevenção ao HIV (HPTN, na sigla em inglês) indica que esquemas de prevenção ao HIV para mulheres que usem injeções aplicadas a cada 8 semanas são mais eficazes do que comprimidos diários. Um estudo anterior, de julho, também viu o mesmo resultado para homens.
Ao todo, 3.223 mulheres participaram da pesquisa. Houve 38 infecções por HIV entre as participantes – dessas, 34 ocorreram em mulheres que usaram os comprimidos, e apenas 4 nas que tomaram as injeções.
A injeção continha a substância experimental cabotegravir. Já os comprimidos, conhecidos como Truvada, tinham a combinação tenofovir/entricitabina, usadas nos esquemas de profilaxia de pré-exposição (PrEP) ao HIV. No Brasil, o esquema com os comprimidos está disponível, de graça, no SUS.
Os ensaios, que tinham previsão de só terminar em 2022, foram encerrados mais cedo do que o previsto por causa dos bons resultados das injeções. Os testes foram conduzidos em 7 países da África subsaariana: Botsuana, Eswatini, Quênia, Malaui, África do Sul, Uganda e Zimbábue. Todos estão entre os que têm as maiores prevalências de HIV entre mulheres do mundo, segundo o Banco Mundial.
Das quatro mulheres que se infectaram tomando as injeções, duas haviam parado de tomá-las. A adesão ao tratamento com injeções também foi maior que a esperada pelos cientistas.
Eficácia em homens
Uma pesquisa conduzida em paralelo e divulgada em julho também mostrou que as injeções foram mais eficazes em prevenir a infecção pelo HIV em homens que fazem sexo com homens (HSH) e em mulheres transque fazem sexo com homens.
Nesses ensaios, foram incluídos 4.570 participantes em 7 países, incluindo o Brasil: Argentina, Peru, Estados Unidos, África do Sul, Tailândia e Vietnã.
As injeções também foram aplicadas uma vez a cada 8 semanas. No fim do estudo, houve 52 infecções por HIV, das quais 13 haviam ocorrido nos participantes que receberam as injeções e 39 nos que tomaram os comprimidos. Os números corresponderam a uma redução de 66% nas infecções pelo vírus comparando-se os pacientes das injeções com os dos comprimidos.
Fonte: G1