A Rede de Teste de Prevenção ao HIV (HPTN, na sigla em inglês) anunciou nesta segunda-feira (18) os resultados do HPTN 083, um estudo global randomizado e controlado que analisou a segurança e a eficácia de um medicamento injetável na prevenção ao vírus causador da aids. Segundo os especialistas, a droga cabotegravir (CAB LA), aplicada por meio de uma injeção, foi testada em comparação à medicação oral conhecida como tenofovir/emtricitabina (TDF/FTC).
Esses medicamentos são utilizados na profilaxia pré-exposição (PrEP), indicada para pessoas mais suscetíveis a entrar em contato com o vírus ou que sabidamente estão expostas ao microrganismo. “É inspirador que em breve possamos ter opções adicionais de prevenção ao HIV para indivíduos em risco que têm dificuldade ou preferem não tomar pílulas”, afirmou Raphael Landovitz, líder da pesquisa, em comunicado.
A pesquisa testou os medicamentos em 4570 homens cisgênero e mulheres transgênero que fazem sexo com homens, em diversos países: Argentina, Brasil, Peru, Tailândia, Estados Unidos, Vietnã e África do Sul. Dois terços dos participantes do estudo tinham menos de 30 anos de idade e 12% eram mulheres trans.
Segundo os pesquisadores, o estudo mostrou que a CAB LA reduziu a incidência de HIV entre homens cisgênero e mulheres transgênero que fazem sexo com homens. No total, 50 infecções por HIV ocorreram durante o HPTN 083 — 38 delas no grupo que utilizou o TDF/FTC e 12 no que utilizou a CAB LAB.
“Um [medicamento] injetável de ação prolongada para PrEP que não requer adesão a uma pílula oral diária é um ótimo complemento para a ‘caixa de ferramentas’ de prevenção ao HIV”, disse Beatriz Grinsztejn, copresidente do HPTN 083 e membro da Fundação Oswaldo Cruz-Fiocruz, no Rio de Janeiro. “As estratégias de prevenção nunca foram únicas.”
Fonte: Revista Galileu