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Cientistas identificam cepa do HIV resistente a quatro classes de antirretrovirais


Um artigo publicado na conceituada revista científica The Lancet ascendeu o alerta da comunidade médica ao relatar a transmissão sexual de uma cepa de HIV resistente a quatro classes de medicamentos utilizados no tratamento da aids e inclusive na PrEP. O surgimento de HIV-1 resistente foi identificado há muito tempo como uma ameaça à saúde pública. No entanto, foram relatados poucos casos de transmissão de cepas multirresistentes, como aconteceu agora. O caso foi registrado no diagnóstico positivo de um paciente de 23 anos que não teve contato com o vírus anteriormente.

O infectologista Ricardo Vasconcelos, explica que o que chama atenção neste relato, “é porque se trata de uma transmissão de um vírus resistente a quatro classes e foi transmitida via sexual. Uma pessoa pode ter um vírus resistente de duas formas, ou porque ele tomou medicamento com má adesão e acabou desenvolvendo a resistência, ou por ter pego o vírus resistente, que é o que aconteceu neste caso. Isso não é comum porque quanto mais resistência antirretroviral um vírus tem, menor é sua capacidade de infectar novas pessoas.”

Além disso, os médicos do Hospital Universitário de Toulousse, na França, identificaram uma cepa de HIV-1 amplamente resistente a medicamentos com o mesmo padrão de mutação, na mesma região do país, em um homem de 54 anos que faz sexo com homens. Esse paciente era HIV positivo desde 1995, com uma longa história de falência virológica. Seu CD4 era de 205 células por mL (8%) em julho de 2019, apesar de um regime de tenofovir, emtricitabina, darunavir potenciado com ritonavir e dolutegravir.

Ricardo esclarece que esse fato “sugere que o paciente mais velho desenvolveu a resistência e que, por não haver relatos de contatos entre esses dois pacientes, pode ser que o vírus tenha passado por outras pessoas no meio do caminho. Mas temos que olhar para isso com muita cautela porque são apenas dois casos, sendo apenas um de resistência transmitida. Então, não dá para concluir que esse vírus está se espalhando e pode ser que os dois casos, inclusive, não tenham relação e possuem apenas o mesmo padrão de resistência.”

“O fato é que ao longo do tempo a gente está vendo que a porcetagem de vírus resistentes a antirretrovirais está diminuindo. Isso porque os medicamentos estão ficando cada vez mais potentes e cada vez mais fáceis de serem tomados por conta do número de eventos adversos que tem melhorado ao longo do tempo e está muito diferente da década de 90 e dos anos 2000, onde tínhamos muito medo dos vírus resistentes. Hoje esse medo é menor, já que com as pessoas tomando seus medicamentos de forma correta, elas zeram a carga viral e não aparece resistência”, afirma Ricardo.

PrEP

Quanto à possível resistência desta cepa de vírus em relação à PrEP, o infectologista esclarece que essa também não é uma grande preocupação, já que “vírus resistente a tenofovir entricitabina é uma coisa que a gente conhece já faz tempo e apesar disso, falha de PrEP por conta de resistência é algo muito raro. Tivemos sete casos relatados até hoje dentro dentro de um universo de mais de 500 mil pessoas tomando a profilaxia no mundo. Então, isso não me parece que prejudica a eficácia da PrEP.”

 

 

Fonte: Agência de Notícias da Aids com informações de The Lancet

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