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Maioria das vítimas de LGBTfobia no RJ sofre ameaça ou ofensas morais


Foto: Alba Valéria Mendonça/ G1

Ofensas, injúria, difamação e ameaças são as agressões mais comuns relatadas por quem foi vítima de discriminação por ser gay, lésbica, bissexual ou trans no Estado do Rio. O Dossiê LGBT+ do Instituto de Segurança Pública (ISP-RJ), cujos destaques a GloboNews antecipou na última sexta-feira (7), também detalha o perfil médio dos agredidos e alerta para a subnotificação.

O documento foi lançado nesta segunda-feira (10) pelo ISP e pela Coordenadoria de Diversidade Sexual, da Casa Civil da Prefeitura do Rio.

Nos 431 casos registrados em 2017:

  • 51,4% eram de violência moral (injúria e difamação);
  • 22,7% foram violência física (lesão corporal dolosa);
  • 22,7%, violência psicológica (ameaças).

O dossiê revela que 59,6% dos casos foram relatados por vítima masculina e branca (54,8%); e 40% das ocorrências foram registradas por jovens de 18 a 29 anos.

“Foram quatro meses analisando os registros da Polícia Civil e tentando identificar os casos em que a motivação para os crimes era porque a vítima era LGBT. Porque nem todas dizem isso claramente, nem todos os policiais atentavam para a questão de gênero na hora do registro”, disse Victor Chagas, organizador do dossiê, destacando que muita gente ainda teme denunciar os crimes de LGBTfobia.

“Muitos casos foram identificados graças ao uso de palavras-chave comuns no grupo. Porque muita gente ainda teme se expor.

Esperamos que esse seja o primeiro dossiê oficial de muitos, que deem visibilidade a esse tipo de violência e norteiem a criação de políticas públicas. Sem estatísticas sérias e oficiais, essas políticas não acontecem”, detalhou Chagas.

Em 60% dos registros as vítimas não mencionaram questões de gênero, e em 40% não foi citada a orientação sexual da pessoa agredida.

O relatório aponta ainda que a maioria dos casos de agressão (43,4%%) ocorre num ambiente familiar e que em 55% das ocorrências a vítima conhece quem o agride.

Só recentemente foi criado um protocolo de atendimento para essas vítimas e um aplicativo (Valoraseg) para orientar os policiais na hora de fazer os registros dos casos de LGBTfobia.

Para a confecção do dossiê, o ISP contou com a colaboração de órgãos públicos, como a Secretaria de Saúde e o Rio Sem Homofobia e de organizações da sociedade civil, como a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), o Grupo Gay da Bahia e Pela Vidda.

Fonte: G1

 

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