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ABIA recebe visita da atriz Júlia Dalavia para compor papel em novela


Na tarde da última quinta feira (23/03/2017), a Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (ABIA) recebeu a visita da atriz Júlia Dalavia em sua sede no Rio de Janeiro. Escalada para a próxima novela das onze da Rede Globo, intitulada “Os Dias Eram Assim”, a jovem de 19 anos dará vida a uma personagem soropositiva do início da década de 80 no Brasil.

Reunida com os principais militantes e personagens da vida real dessa época como Vagner de Almeida, coordenador do Projeto Diversidade Sexual, Saúde e Direitos entre Jovens, Veriano Terto Jr., vice presidente da ABIA, Juan Carlos Raxach, coordenador da área de Promoção da Saúde e Prevenção da ABIA e Salvador Corrêa, coordenador da área de Treinamento e Capacitação da ABIA, o encontro – intermediado pelo assistente de projetos da instituição Jean Pierry Oliveira – teve como objetivo elucidar o contexto da era do início da epidemia de AIDS para a composição de personagem da atriz, o chamado “laboratório”. “O tratamento na época era muito paliativo. Você tratava os sintomas, mas não o HIV”, disse Terto Jr.

Para Almeida, que tratou e perdeu muitos amigos para a síndrome nesse período, “era muito triste olhar para o lado e ver seus amigos morrendo. E não se sabia o que era. Mas o estigma já existia, porque a comunidade gay foi a mais afetada e ninguém queria saber de acolher o outro. Foi muito difícil”, revelou. Curiosa e interessada, Júlia questionou Corrêa sobre como foi o momento da descoberta do diagnóstico: “foi horrível o sentimento. A primeira coisa que vem a cabeça é que você vai morrer. E eu me culpava por ter me infectado e também por ser gay. O medo é o sentimento mais comum”, enfatizou ele. Sobre a relação HIV x mulheres, a jovem atriz quis saber o porquê de não se terem referências associando a doença com elas também. Em resposta, Terto Jr revelou que “os médicos da época afirmavam que era impossível as mulheres se infectarem com HIV. Foi depois que a atriz Claudia Magno, da Globo, morreu com a doença que enxergaram que não era algo restrito a uma comunidade”.

“Nossa, isso é tão bizarro para mim. É uma realidade tão distante. Muito difícil imaginar”, respondeu Júlia, incrédula. Ciente da responsabilidade que lhe foi atribuída a atriz mostrou-se preocupada em não esteriotipar o papel, pois não quer que “as atitudes modernas e liberais de minha personagem sirvam como justificativas para dizerem “tá vendo, é por isso que ela pegou o vírus”. Não, pelo contrário. Quero que as pessoas possam comprar a história e torcer por ela”, afirmou. Além disso, ela recebeu diversas citações de históricas personalidades que de alguma forma viveram e/ou conviveram com a AIDS nos anos 80, para pesquisar como Lauro Corona, Sandra Bréia, Glória Pires entre outras. Juan Carlos Raxach, coordenador da área de Promoção da Saúde e Prevenção da instituição, ainda disponibilizou uma relação com inúmeros tipos de medicamentos antirretrovirais para que Júlia pudesse ter como subsídio técnico.

“Eu quero agradecer imensamente todas as informações e relatos que vocês me deram. Certamente vai me ajudar muito, não somente pelo lado profissional, mas como conhecimento pessoal também”, agradeceu ela. “E podem me chamar para todas as atividades que realizarem aqui, que eu terei o maior prazer de vir. Muito obrigado mesmo”, completou a atriz.

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