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Visibilidade Trans: Ao dar à luz, Alexandre Peixe descobriu o amor entre pai e filha


Ele já foi chamado de mãe, de pãe (pai e mãe) e hoje é pai biológico de Bruna, com 26 anos, e avô da Mariana, de 4 anos. O ativista Alexandre Peixe dos Santos, o Xande, que se divide entre a paternidade e a luta pela garantia dos direitos de homens trans no Brasil, é um homem trans e engravidou aos 19, depois de sofrer um estupro ‘coletivo’ e ‘corretivo’, no interior de São Paulo. Na época, ele se identificava como “lésbica masculinizada” e nunca pensou em engravidar. “Quatro homens me atacaram e me bateram, eles queriam me dar uma lição.”

Dias depois, Xande descobriu que estava grávido. “Foi estranho, afinal homens não engravidam, não quis abortar por uma decisão pessoal e não sou contra o aborto. Seguir com a gestação foi a melhor e a mais desafiadora decisão da minha vida, a Bruna mudou a minha trajetória.”

Bruna acompanhou, por exemplo, o processo transexualizador do pai. “Eu sempre fui homem, mas não sabia muito sobre transgêneros. Me reconheci como homem trans há oito anos, quando passei a tomar hormônio. Na época, eu estava deixando a presidência da APLGBT (Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo) e passei a participar de grupos para debater mais sobre as questões dos homens trans.”

Momento difícil

Foi em 2011 que Alexandre revelou pela primeira vez a Bruna que ela era fruto de um estupro coletivo. “Minha filha sempre me questionava sobre quem era o pai dela, ela queria conhecer, não teve jeito, tive que contar o que aconteceu. Foi tenso, mas ao mesmo tempo a revelação nos uniu ainda mais. Bruna me agradeceu por ter seguido com a gravidez e ter trazido ela ao mundo”, disse Xande emocionado.

A infância de Bruna também foi um aprendizado para Xande. Na escola, ela tinha de lidar com piadas dos colegas o tempo todo por ter um pai trans. “Uma vez a diretora me chamou na escola para dizer que minha filha precisava de um psicólogo, ela não entendia como a Bruna aceitava tão naturalmente o fato de ter um pai como eu. Foi um horror.”

Sobre a relação com seu pai, Xande conta que não foi muito fácil, ele não aceitou a sua transição e até pediu para Xande não usar seu sobrenome. “Desde criança sempre quis ser o Alexandre Peixe dos Santos Júnior, eu era o filho primogênito e todos os primogênitos da minha família tinham o Júnior no nome. Só fui autorizado a usar o Peixe novamente em 2010, meses antes do meu pai morrer. Tivemos uma conversa e ele entendeu.”

“Acho que a sociedade ainda não percebeu que nós, homens trans, somos os homens do futuro. Somos pessoas que não queremos praticar o machismo.”

 

Redação da Agência de Notícias da Aids com informações

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