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‘Verão Sem Censura’: Estas 19 atrações de temática LGBT estão em cartaz no festival


“Não tem cabimento fazer um filme com esse enredo né?”. A declaração foi dada pelo presidente Jair Bolsonaro ao criticar produções de temática LGBT que estavam pré-aprovadas em edital para TVs públicas da Ancine, em agosto de 2019. 

Estão no festival o documentário recém-lançado Bixa Travesty, de Linn da Quebrada, e a peça de teatro Domínio Público, com Renata Carvalho e Wagner Schwartz, artistas que foram, respectivamente, alvo de acusações de ato obsceno, por interpretar Jesus em um corpo de uma mulher trans, e de pedofilia, por ter seu corpo tocado por uma criança em performance, em

“Eu acho fundamental absorver um aspecto histórico [no evento], não só falando, mas mostrando a dimensão histórica que a censura já teve no Brasil para alertar as novas gerações sobre o drama, o caos que foi a ditadura militar do ponto de vista da liberdade”, afirma Alê Youssef, secretário municipal de Cultura e Economia Criativa, sobre a programação do festival ao HuffPost.

Youssef assumiu a pasta em janeiro de 2018 a convite do prefeito Bruno Covas (PSDB), no lugar de André Sturm, que saiu do posto devido a investigações sobre improbidade administrativa e hoje ocupa o cargo de secretário do Audiovisual do governo Bolsonaro.

Apesar de afirmar que o evento não é um antagonismo direto às ações do governo federal na área da cultura, Youssef admite que pode, sim, ser entendido como tal devido aos ataques recentes do Planalto às produções culturais.

“Trata-se da afirmação de uma política cultural presente e tradicional da cidade de São Paulo (…). Esses ataques todos que a cultura está sofrendo podem abrir uma janela de oportunidade”, diz, ao lembrar que o Ministério da Cultura foi transformado em uma secretaria e passado para o Ministério do Turismo.

A abertura do evento acontece na próxima sexta-feira (17) e será realizada na Praça das Artes, com show de Arnaldo Antunes, que acusou a TV Brasil de censurar seu novo clipe que cita ação de milicianos no Rio de Janeiro. No mesmo dia, o Theatro Municipalrecebe, na sacada, o DJ Rennan da Penha, funkeiro idealizador do “Baile da Gaiola”, no Rio, preso e libertado em 2019.

No dia 18, o longa Bruna Surfistinha, de Marcus Baldini, será exibido na programação e, em seguida, haverá um debate com Raquel Pacheco, que escreveu a autobiografia O Doce Veneno do Escorpião, na qual o filme é inspirado. A atriz Deborah Secco, que interpreta a ex-prostituta no filme, participará da conversa. Em julho de 2019, Bolsonaro disse que não poderia “admitir que, com dinheiro público, se façam filmes como o da Bruna Surfistinha”.

O festival vai até a última sexta-feira do mês, dia 31, e  também contará com show da banda de punk rock feminista russa Pussy Ryot. Em 2012, integrantes foram condenadas à prisão na Rússia. A cantora Linn da Quebrada, que se identifica como “bixa travesty”, fará participação no show.

Veja os destaques do festival quando o assunto é diversidade:

Sessão de curtas LGBT

18/01, no Centro Cultural São Paulo (CCSP)

Festival exibirá a sessão de curtas LGBT às 16h. Entre eles, estão os filmes Vando Vulgo Vedita, de Leonardo Mouramateus e Andréia Pires; Preciso dizer que te amo, de Ariel Nobre; Reforma, de Fábio Leal; Negrum 3, de Diego Paulino e Swinguerra, de Bárbara Wagner e Benjamin de Burca.

Circuito SPCine

19/01, no Centro Cultural São Paulo (CCSP)

No “Circuito Spcine”, o festival terá dois filmes que contam com a participação da cantora que se identifica como “bixa travesty”, Linn da Quebrada.

Às 15h, será exibido Corpo Elétrico, de Marcelo Caetano, com Linn da Quebrada. Às 17h, será realizada uma sessão com os médias-metragem Verona, dirigido também por Marcelo Caetano, e Nova Dubai, de Gustavo Vinagre. Às 19h,  será exibido Bixa Travesty.

Cabaré da Fossa

21/01, no Centro Cultural São Paulo (CCSP)

No Centro Cultural São Paulo, às 19h, será realizada o Cabaré da Fossa. Entre o humor e o drama, essa leitura homoerótica inclui também canções e cenas de filmes e ficará a cargo de Caetano Romão, Ismar Tirelli Neto e Ricardo Domeneck, com participação de Horácio Costa.

Proibidas

28/01, na Biblioteca Mário de Andrade

Às 19h, a Biblioteca Mário de Andrade recebe o evento “Proibidas”.  A revista literária “Puñado”, editada por um coletivo de mulheres, vai fazer um clube de leitura especial, com trechos de autoras latino-americanas brancas e negras que foram censuradas, proibidas ou sofreram resistência, seja pelo teor político, seja pelo teor moral. Com Laura Del Rey e Raquel Dommarco Pedrão, organizadoras da Puñado, e as convidadas Hailey Kaas, Jéssica Balbino, Luciana Bento e Vanessa Ferrari.

Gritos

17, 18 e 19/01, na Sala Olido, no Centro Cultural Olido

A peça Gritos, da Cia Dos à Deux, será exibida às 21h durante os dias 17, 18 e 19 de janeiro. A peça traz três histórias sobre o amor. Em uma delas, uma travesti, que vive com a mãe doente e dependente dos seus cuidados, sonha com a aceitação social. Por este detalhe, foi alvo de pedido de esclarecimentos da Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República).

A Mulher Monstro

18 e 19/01, no Centro Cultural da Diversidade

A peça de teatro A Mulher Monstro tem concepção e atuação de José Neto Barbosa. É baseada no conto Creme de Alface, de Caio Fernando Abreu, e, exibida inicialmente em teatros de Recife, foi alvo de retaliação ao falar abertamente sobre política. Será exibida às 21h, no dia 18, e às 19h, no dia 19.

Sombra

25 e 26/01, no Centro Cultural da Diversidade

A peça Sombra, do Teatro da Pomba Gira, através de uma sonorização especial com os textos que foram censurados ao longo da história, e inspirado pelo livro de Alberto Manguel, A biblioteca à noite, cria um ambiente que revela obras que foram deixadas nas prateleiras mais altas, trancadas ou até mesmo retiradas de circulação, por conta de seu conteúdo queer ou fantasioso. Será exibida no dia 25 às 21h, e no dia 26 às 19h.

Domínio Público

17 e 18/01, no Centro Cultural da Juventude

Às 20h, no Centro Cultural da Juventude será apresentada a peça de teatro Domínio Público, com Renata Carvalho e Wagner Schwartz, artistas que foram, respectivamente, alvo de acusações de ato obsceno, por interpretar Jesus em um corpo de uma mulher trans, e de pedofilia, por ter seu corpo tocado por uma criança em performance, em 2017.

Projeto Instituto Temporário

17 a 31/01, na Casa 1 no Solar da Marquesa de Santos 

O projeto “Instituto Temporário” de pesquisa sobre censura faz um mergulho crítico sobre a trajetória da censura com programações de aulas e debates. Do dia 17 ao dia 31, das 9h às 17h.

“Feminino Abjeto II”

11 a 19/01, no Teatro Alfredo Mesquita

A peça de teatro Feminino Abjeto II – o vórtice do masculino, com direção de Janaina Leite, estará no Teatro Alfredo Mesquita; sábados, 21h, domingos, 19h. A peça não está entre as censuradas e faz parte de uma programação paralela do festival. Porém, em sua dramaturgia experimental, aborda questões LGBT.

Divinas Divas

29/01, no Theatro Municipal

O espaço do Theatro Municipal também será palco do show “Divinas Divas”, com mulheres trans que também sofreram atos de censura durante a carreira.

Pussy Ryot e Linn da Quebrada

30/01, no Centro Cultural São Paulo (CCSP)

Às 20h, a banda russa Pussy Riot faz show com participação de Linn da Quebrada.

Veja a programação completa do festival clicando aqui.

Fonte: HuffPost Brasil

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