Warning: Use of undefined constant php - assumed 'php' (this will throw an Error in a future version of PHP) in /home/storage/d/d2/36/abianovo/public_html/site/hshjovem/wp-content/themes/ultrabootstrap/header.php on line 108

Saiba tudo o que aconteceu no 11º EEONG!


 

 O 11º  Encontro Estadual de ONG AIDS do estado do Rio de Janeiro, realizado em formato online, nos dias 21 e 22 de outubro, reuniu representantes de organizações da sociedade civil e poder público para discussão sobre o panorama atual e o futuro do enfrentamento à AIDS no estado. O encontro, que  acontece anualmente,  é um dos principais espaços de mobilização e construção de propostas das organizações não governamentais que atuam na luta contra a AIDS. 

 

A Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (ABIA) participou representada pelo coordenador de Projetos, Vagner de Almeida, responsável pela mediação do evento, e pelo vice-diretor presidente da instituição Veriano Terto Jr., como um dos palestrantes.

A abertura do evento foi feita pelo secretário executivo do Fórum de ONG AIDS RJ, Leonardo Aprigio. A primeira palestrante, Maria Inez Bravo, representante do Fórum de Saúde RJ, apresentou uma análise sobre a criação, desmonte e atual cenário do Sistema Único de Saúde e a aplicação de seus mecanismos no Rio de Janeiro. Bravo destacou, por exemplo, o processo de mercantilização da saúde desde os anos de 1990 e agravado após o golpe de 2016, e a luta contra a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) assumir a gestão dos hospitais universitários. 

Veriano Terto Jr., vice diretor presidente da ABIA, fez uma análise histórica dos 40 anos da epidemia de HIV/AIDS no estado, ressaltando  a falta de articulação nos serviços de saúde do estado, evidentes em casos como o que ocorreu no estado na época da Copa do Mundo, em que um homem morreu após peregrinar por oito hospitais sem conseguir atendimento. “Estamos em um estado que foi capital do Brasil. O Rio foi sede de grandes estudos clínicos em tratamento. Temos redes de hospitais públicos  sem conseguir efetivar operações e ‘intracentralidade’ de serviços”, afirmou. Terto Jr. também ressaltou que algumas discussões permaneceram estagnadas nos anos 2000, como o debate sobre adesão:

O que chamamos de adesão? Não há qualificação maior que considere as pessoas e seus contextos. Lembro de uma fala do Juan Carlos Raxach – assessor e coordenador de Projetos da ABIA – sobre nós falarmos que as pessoas abandonaram o tratamento, mas as pessoas são abandonadas pelos serviços. E a Covid mostrou isso. 

Ao finalizar sua fala, Veriano destacou que um dos desafios do movimento AIDS é de transformar ações locais vitoriosas em algo que possa incidir de forma ampla. 

O segundo dia do 11º EEONG trouxe uma discussão mais focada no enfrentamento à AIDS frente à pandemia de Covid-19.
Claudia Cunha, pesquisadora do Instituto de Psicologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, apresentou a pesquisa desenvolvida por ela, intitulada “Jovens vivendo com HIV/Aids em tempos de Covid-19 – vulnerabilidade social, adesão ao tratamento e adoecimento psíquico”. Em sua fala, a pesquisadora citou o Dossiê HIV/AIDS e Covid no Brasil, produzido pela ABIA, e o trabalho realizado pelas Organizações Não Governamentais de luta contra a  AIDS, que nomeou como ‘lugar de criação de potência da vida’.  

Na sequência, Tarcisio Santana, representante do Pela Vidda RJ, falou sobre a experiência da organização durante a pandemia: 

Descobrimos uma grande fragilidade sobre o futuro das pessoas vivendo com HIV em meio a pandemia de Covid. Como você encaminha pessoas em meio a lotação dos poucos serviços funcionando, com instituições fechado? O grupo se manteve fechado durante um tempo, mas a grande procura e as denúncias de falta de atendimento de saúde fez com que nossas ações nas ruas retornassem, seguindo todos os cuidados necessários. Ele também destacou que a cada ação identificaram, no mínimo, cinco novos casos de reagentes. 

O evento contou também com a participação com gestores públicos, como representantes da Gerência de DST/AIDS e Hepatites Virais da cidade do Rio de Janeiro, que falaram sobre os serviços de atendimento à população carioca vivendo com HIV/AIDS.

No momento de abertura para falas dos participantes, foi destacado sobre a falta da sociedade civil na construção dos planos de atuação dos programas governamentais de enfrentamento à AIDS, a falta de transparência sobre recursos para ações governamentais, o abandono das pessoas vivendo com HIV/AIDs durante a pandemia de Covid-19 e a preocupação com o futuro das ONG AIDS. 

Os dois dias de evento contaram com mais de 60 participantes e a construção de propostas que vão ser apresentadas no Encontro Regional de Organizações Não-Governamentais, Redes e Movimentos de Luta contra a AIDS (ERONG). 

Texto: Maiana Santos
Jornalista e Assessora de Projetos da ABIA

Fotos: Vagner de Almeida

%d blogueiros gostam disto: