Homens gays e outros homens que fazem sexo com homens que enfrentam estigma são mais propensos a se envolver em comportamentos sexuais de risco, são menos propensos a aderir à terapia antirretroviral e têm taxas menores de teste para o HIV. No entanto, o conhecimento dos níveis de homofobia, especialmente nos países de baixa e média renda, é escasso. Entretanto, em novo índice publicado na Revista Européia de Saúde Pública, foram revelados dados sobre homofobia institucional, como as leis e a homofobia social—relações entre pessoas e grupos de pessoas. Os dados do índice foram retirados de várias fontes, incluindo as Nações Unidas, o Fundo Monetário Internacional e a Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Pessoas Trans e Intersexo. Mais de 460 mil pessoas foram questionadas sobre suas reações à homossexualidade através de pesquisas regionais que também foram usadas como fontes para o índice.
O Índice de Percepção de Homofobia fornece estimativas para 158 países. A Europa Ocidental foi considerada a região mais inclusiva, seguida pela América Latina. África e Oriente Médio foram as regiões com os países mais homofóbicos, com exceção da África do Sul e Cabo Verde, que figuram entre os 10 países de baixa e média renda mais inclusivos. Entre os países de renda baixa e média, a Colômbia foi o mais inclusivo. Entre todos os países, a Suécia foi o mais inclusivo. Ao comparar os resultados do índice com outros dados, os pesquisadores descobriram que os países com níveis mais elevados de homofobia eram os mesmos países com os níveis mais elevados de desigualdade de gênero, abusos de direitos humanos, baixos gastos com saúde e baixa satisfação com a vida. Os aumentos no Índice de Percepção de Homofobia foram associados à diminuição da expectativa de vida masculina e a uma queda na produção econômica.
O índice, portanto, mostra os efeitos prejudiciais que a homofobia tem nas vidas e no bem-estar de todos em um país, não apenas de homens gays e outros homens que fazem sexo com homens. “Este índice fornece às comunidades dados sólidos que podem ajudá-las no advocacy por sociedades mais inclusivas”, disse Erik Lamontagne, Assessor Economista Sênior do UNAIDS. Com o conhecimento dos efeitos nocivos da homofobia, os países estarão em uma posição muito melhor para responder e melhorar a vida de todos.
Fonte: UNAIDS Brasil