Prostitutas, travestis, transexuais, garotos de programa e outros trabalhadores do sexo receberão cestas básicas da Prefeitura do Rio durante o período de quarentena por conta do novo coronavírus. Uma ação voltada para esse grupo foi feita na Lapa, no Centro, na noite de quarta-feira (24). O objetivo é incentivar que essas pessoas possam se sustentar longe das ruas durante o período de afastamento social recomendado.
A iniciativa foi um esforço conjunto entre a Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual (CEDS-Rio), a Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (SMASDH), a II Região Administrativa do Centro e o programa de segurança Lapa Presente.
“Fizemos o cadastro dessas pessoas para receber cestas básicas da prefeitura e acompanhamento de saúde. Muitas delas moram na rua ou pagam por diárias em albergues pela região da Lapa. Oferecemos os abrigos do município nesse momento difícil. Somente duas delas aceitaram o acolhimento”, disse Nélio Georgini, coordenador especial da Diversidade Sexual.
A situação dessas pessoas, que já enfrentam cotidianamente maiores riscos, se agrava com a chegada da pandemia de coronavírus.
“Ficamos muito preocupadas com a situação das pessoas LGBTs em situação rua, dos profissionais do sexo que já estão expostos a todo tipo de violência e doenças todos os dias. No caso do coronavírus é uma questão sanitária, de saúde pública, precisamos que eles se protejam e também preservem as outras pessoas. Lutamos contra a AIDS e as doenças sexualmente transmissíveis durante todo o ano, agora também precisamos agir na luta contra o Covid-19”, afirmou .
Na Casa Nem, dois casos suspeitos
Erick Witzel, filho do governador do Rio Wilson Witzel, participou na tarde desta quinta-feira (26) da entrega de cestas básicas para moradores do abrigo Casa Nem, um prédio que foi invadido em Copacabana onde vivem 70 pessoas LGBT, tem dois casos suspeitos de coronavírus, que estão em isolamento. Além deles dois, um morador da casa foi retirado de ambulância acometido pela doença.
Erick Witzel, que é assessor de empregabilidade da CEDS-RIO, fez um apelo por ajuda aos LGBTs em situação de vulnerabilidade.
“Temos que seguir as orientações das autoridades do estado e do município, mas, não podemos esquecer que aqui fora muitas pessoas estão precisando de ajuda. A Casa Nem faz um trabalho humanitário de acolhimento aos LGBTs em situação de vulnerabilidade, vamos fazer nossa parte e contribuir. Como servidores, não podemos nos dar ao luxo de ficar de braços cruzados. Vamos formar uma corrente de solidariedade”, diz.
