O Projeto Diversidade Sexual, Saúde e Direitos entre Jovens recebeu na última segunda-feira (11/06) a visita de alunos do curso de graduação em antropologia e sociologia da Georgia State University (EUA) na sede da Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (ABIA). O grupo, formado por seis jovens, está em intercâmbio e permanecerá no Rio de Janeiro até o fim de junho acompanhados pela Doutora Cassandra White, que atua no departamento de antropologia da instituição.
Durante a visita, os estudantes norte-americanos conheceram as rotinas da associação e também puderam ter um bate-papo com o coordenador do projeto, Vagner de Almeida, o vice-presidente Veriano Terto e os jovens assistentes Jean Pierry Oliveira e Jéssica Marinho.
Na ocasião, Almeida compartilhou com os alunos a sua trajetória como ativista dentro da epidemia e falou sobre a importância da inserção dos jovens dentro do movimento. Além disso, o coordenador respondeu a perguntas dos jovens que estavam bastante interessados em conhecer sobre o contexto social, racial e político pelo qual o país passa, em especial o Estado do Rio de Janeiro. Sobre o tema, Almeida afirmou que “atualmente o cenário da nossa cidade é bem instável em todos os sentidos. Vivemos uma realidade de medo onde é necessário que articulemos diariamente formas diferentes de sobreviver a esse medo que nos rodeia, principalmente se você for um LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transgêneros).”
Os alunos se demonstraram surpresos quando souberam que aqui no Brasil os negros são definidos pela aparência (fenótipo) e não através do sangue (genótipo). Acerca do tema o assistente Jean Pierry afirmou que “ Pessoas negras de pele clara como eu são vistas como menos negros e mais aceitos pela sociedade do que pessoas de pele escura, que são vistas como mais negras e discriminadas. ”
Já Terto Jr dividiu com os alunos as suas percepções a respeito da evolução da epidemia e as diferentes forma de embate adotados pelos países. “ Apesar de países como os EUA e a Europa possuírem tecnologias mais avançadas, no Brasil existe a oferta gratuita do tratamento, o que facilita a terapia como prevenção via o Sistema Único de Saúde (SUS)”, informou Terto Jr.
Ao final do encontrou Almeida concluiu que “A visita contribuiu para o aprendizado dos alunos do programa de intercâmbio, já que conheceram uma nova realidade. Todos os anos a professora de George State University, Cassandra White, organiza grupos de alunos graduando-se em áreas humanas para visitarem o Brasil e o projeto Diversidade Sexual, Saúde e Direitos entre Jovens já é um parceiro de longa data desse programa e esperamos que novos encontros positivos como este aconteçam sempre. ”
Texto: Jéssica Marinho
