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PROJETO DIVERSIDADE SEXUAL, SAÚDE E DIREITOS ENTRE JOVENS NO CMJ (2016)


Projeto Diversidade Sexual, Saúde e Direitos da ABIA participou do Seminário CMJ realizado no Rio de Janeiro, entre os dias 07 e 08 de julho. O Seminário “Monitoramento e Avaliação de Políticas e Programas Sociais para Juventudes: experiências, desafios e tendências”, contou com a presença da Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (ABIA), em uma das mesas de debates.
O seminário é uma iniciativa da equipe de Planejamento, Monitoramento e Avaliação do Programa Caminho Melhor Jovem (CMJ), executado pela Secretaria de Estado de Esporte, Lazer e Juventude (SEELJE) com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O objetivo é contribuir para a inclusão social e produtiva de jovens entre 15 e 29 anos, moradores de territórios de favelas com Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) ou em processo de pacificação. Trabalhando desde 1992 com o contexto das juventudes, seus desafios e vicissitudes, o Projeto Diversidade Sexual, Saúde e Direitos entre Jovens foi convidado para compor o painel da Mesa 1 do evento sobre “Monitoramento e Avaliação em Projetos Sociais: Experiências, Desafios e Tendências Atuais”. Jean Pierry Oliveira, assistente de projetos da instituição, foi o palestrante responsável por dialogar sobre o tema, que ainda contou com a participação na platéia do coordenador do projeto, Vagner de Almeida.
O evento foi aberto pelo coordenador geral do CMJ, Alexon Fernandes, dando às boas vindas aos presentes e falando um pouco mais das ações e atividades desenvolvidas no projeto. “Isso é uma pequena contribuição para mudanças grandes no futuro”, afirmou ele diante de números que comprovam a extensão do projeto, atualmente exercido em 15 territórios de favelas, tendo formado 5515 jovens desde o início e atendendo 1581 em todo o estado, com a ajuda de técnicos especializados nas mais diversas áreas sociais, que mapeiam habilidades e competências potencializadoras da juventude.
Em seguida, o seminário iniciou-se com uma mudança de última hora: a Mesa 2 (Uso da Informação em Monitoramento e Avaliação – M&A) teve que ser antecipada, devido ao atraso de uma das convidadas da mesa inicial. Assim, a moderadora Ana Borges, do BID, deu início ao debate que visava dialogar sobre as aplicações práticas da política em M&A em um programa. A palestrante Bárbara Caballero, do Instituto de Segurança Pública (ISP/RJ), avaliou importantes dados e informações sobre a redução da maioridade penal, criminalidade infantil e juvenil, política de proteção e prevenção e saúde, entre outros questionamentos. “A avaliação de impacto exige uma rigorosa verificação. Então, é importante ter pessoas dedicadas e específicas somente para trabalhar em cima desses dados obtidos do programa (CMJ), para saber se ele está funcionando ou não”, advertiu ela. Ressaltou ainda a necessidade de conscientizar gestores no que tange a um bom sistema cadastral e de informação. Informação essa que foi a tônica da fala da segunda palestrante, Marina Morenna do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).
Para ela, “o alcance da informação tem que ser disseminado para que a sociedade civil se empodere, conheça seus dados e saiba do que está sendo feito”. Também citou os diversos diagnósticos do IPEA sobre a juventude brasileira, a partir da Agenda Nacional do Trabalho Decente para a Juventude (ANTDJ) que revelou um cenário com alta taxa de desemprego, alta rotatividade no emprego, desigualdade de gênero, elevada taxa de informalidade, jornada semanal de trabalho superior a 44 horas entre outros déficits juvenis.
Mesa 1: debate formado apenas por negros
Ao final da primeira sessão, a moderadora Mônica Sacramento do CMJ seguiu com a segunda parte de debates da manhã do Seminário. Antes de repassar a fala para os palestrantes Jean Pierry Oliveira, da ABIA, Cris dos Prazeres, do Grupo ProA (Prevenção Realizada com Organização e Amor), e Marina Ribeiro, do IBASE (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas), a representante governamental destacou um fator importante e em comum da mesa: todos os convidados eram negros. “Fico muito feliz de poder estar participando desse seminário e poder estar contribuindo para formar e visibilizar pessoas como nós, que representamos a diversidade brasileira e a maioria da população”, orgulhou-se.
Após abordar a história da fundação da ABIA pelo sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, o assistente de projetos da instituição discorreu sobre as atividades, ações e realizações (internas e externas) desenvolvidas pelo Projeto Diversidade Sexual, Saúde e Direitos entre Jovens, com a juventude carioca. “Nosso projeto se caracteriza pela horizontalidade daquilo que faz. Isto é, nada é de cima pra baixo, tudo é posto num mesmo patamar para que possamos atingir o jovem de maneira objetiva, onde ele possa falar e ouvir também”, explicou. Com uma juventude cada vez mais sexualizada e diversificada, Oliveira ainda abriu espaço para falar de temas como sexo, prevenção, sexualidade, gênero e HIV/AIDS. Sobre isso, o jovem palestrante foi questionado por um dos espectadores sobre como incentivar e conscientizar os jovens da importância de se usar camisinha e realizar o teste de HIV.
“Penso em três palavras para isso: educação, informação e desconstrução. A primeira permite que você tenha conhecimento e a partir dali ter uma consciência (pensamento) formado, a segunda te garante a segurança daquilo que você está fazendo e a terceira afasta o semblante da morte, estigma, preconceito e medo que ronda a AIDS”, concluiu. Coincidentemente, Jean Pierry Oliveira é oriundo de um dos territórios de favelas que passaram a ser atendida em 2015 pelo Projeto Caminho Melhor Jovem, a comunidade da Mangueirinha, em Duque de Caxias.
O Seminário “Monitoramento e Avaliação de Políticas e Programas Sociais para Juventudes: experiências, desafios e tendências” encerrou-se com dois mini-cursos voltados para os respectivos temas debatidos, das 14:00 às 18h00.
FOTOS: Vagner de Almeida
TEXTO: Jean Pierry Leonardo

 

 

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