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Projeto Diversidade Sexual realiza 3º Prêmio de Reconhecimento e lançamento de novo Guia de Sexo Mais Seguro no SESC Copacabana


O Projeto Diversidade Sexual, Saúde e Direitos entre Jovens da Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (ABIA) realizou na noite da última segunda feira (10/12), às 19h00, no Teatro SESC, em Copacabana (RJ) a entrega do “IIIº Prêmio Reconhecimento: Promoção em Saúde e prevenções populares do HIV e da AIDS em 2018” e o lançamento do Guia de Sexo mais Seguro para Mulheres. A ação foi organizada e coordenada por Vagner de Almeida e seus assistentes Jean Pierry Oliveira e Jéssica Marinho.

O Prêmio Reconhecimento busca valorizar jovens e adultos, ativistas ou não, que se destacaram ao longo do ano em ações pautadas no âmbito da prevenção do HIV/AIDS, luta pelos direitos, respeito e combate à epidemia. Num ano conturbado e cheio de altos e baixos, resistência foi a palavra de ordem do movimento social e alguns lideranças se sobressaíram em meio ao caos. 20 ativistas/militantes/agentes sociais foram reconhecidos nas mais diversas áreas de atuação dentro do campo que se relaciona com o HIV/AIDS, prevenção, LGBTI’s, população em situação de rua, advogadas etc. Tais como:

  • Alessandra Makkeda- Mulher trans e uma das principais ativistas LGBTI no Brasil;
  • Almir França – Professor, ativista, estilista e um dos responsáveis pelo Grupo Arco Íris (GAI), que organiza a Parada LGBTI do Rio de Janeiro;
  • Anna Uziel – Professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e coordenadora do LIDIS – Laboratório Integrado em Diversidade Sexual e de Gênero, Políticas e Direitos; 
  • Carlos Basilia – Psicólogo que atua na causa de combate à Tuberculose, IST e AIDS. Tem como foco grupos historicamente excluídos e marginalizados pelas políticas públicas.
  • Denise Taynah – Mulher Trans que luta pelos direitos LGBTIs. Atualmente é assessora executiva da Superintendência de Políticas LGBT que integra a Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Políticas para Mulheres e Idosos.
  • Fatima Castro – Assistente social e Fundadora da Associação Irmãos da Solidariedade, Organização Não Governamental sem fins lucrativos que auxilia pessoas vivendo com o vírus HIV/AIDS em Campos dos Goytacazes no interior do Rio de Janeiro.
  • Felipe Carvalho – Colaborador do Grupo Diversidade Niterói (GDN) e integrante do Conselho estadual LGBT. Atua incansavelmente na busca dos direitos LGBTI.
  • Gilmara Cunha- é uma mulher trans, fundadora e diretora-geral do Grupo Conexão G, uma organização não governamental que trabalha com a população LGBTI moradora de favela, e militante do movimento LGBTI.
  • Juliana Reiche (CEDAPS) – É Assistente de Projetos no Centro de Promoção da Saúde (CEDAPS) e uma das integrantes do Fórum de ONG AIDS do Estado do Rio de Janeiro.
  • Luciana Vasconcellos – Jovem travesti, assessora de relação com os movimentos sociais da Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual (CEDS RIO) que compõem a secretaria municipal de assistência social e direitos humanos da Prefeitura do Rio de Janeiro
  • Márcio Villard – É Coordenador de Projetos e Ações Estratégicas do Grupo Pela Vidda Rio de Janeiro.
  • Marcos Moreira – Integrante do Fórum de ONG AIDS do Estado do Rio de Janeiro.
  • Margarida Estela – Presidente das Comissões da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e IBDFAM, Intervenção dos Direitos em defesa dos LGBTI’s.
  • Maria Eduarda Aguiar – Mulher trans, advogada formada pela Universidade Estácio de Sá. Integrante do Fórum de ONG AIDS do Estado do Rio de Janeiro e colaboradora do Grupo Pela Vidda RJ.
  • Marielle Franco (in memorian)- Marielle Francisco da Silva, conhecida como Marielle Franco, foi uma mulher lésbica, socióloga, política, feminista e defensora dos direitos humanos brasileira. Elegeu-se vereadora do Rio de Janeiro para a Legislatura 2017-2020, durante a eleição municipal de 2016, com a quinta maior votação. Crítica da intervenção federal no Rio de Janeiro e da Polícia Militar, denunciava constantemente abusos de autoridade por parte de policiais contra moradores de comunidades carentes. Em 14 de março de 2018, foi assassinada a tiros junto de seu motorista, Anderson Pedro Mathias Gomes, no Estácio, Região Central do Rio de Janeiro. 
  • Paulinha Única –atual Coordenadora da Diversidade Sexual da Prefeitura de Mesquita, na Baixada Fluminense.
  • Phillipe Rocha – Estudante universitário em Psicologia pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Também atua como Redutor de Danos no programa Consultório na Rua em Niterói e São Gonçalo.
  • Rede Jovem Rio+ – A Rede Estadual de Adolescentes e Jovens Vivendo e Convivendo com HIV/AIDS do RJ é um coletivo que tem como objetivo dar suporte, assistência e promover o acolhimento de todos e todas aqueles(as) que vivem e/ou convivem com HIV/AIDS.
  • Wescla Vasconcelos – jovem travesti, formada em pedagogia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú e atualmente mestranda em Cultura e Territorialidade pela Universidade Federal Fluminense. Também é colaboradora do Fórum Estadual de Travestis e Transexuais do Rio de Janeiro, do Coletivo CASANEM e PREPARANEM.

 

“Eu nem gosto de chamar esse prêmio de reconhecimento. Gosto de dizer que isso é apenas um gesto, uma lembrança e principalmente um somatório de forças e resistências. Porque isso que estamos fazendo aqui hoje, celebrando nosso ativismo, conquistas e lutas, com foco na prevenção, no HIV/AIDS e com a ousadia que eu gosto, pode ser que a partir do ano que vem já nem tenhamos, diante do governo que nos espera”, chamou atenção Almeida. Apesar de nem todos os premiados estarem presentes, alguns mandaram representantes.

Foi o caso de Felipe Cruz que recebeu o prêmio em nome da ativista Gilmara Cunha. Professor da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro, o jovem reforçou a importância da educação “como instrumento libertador. Não podemos deixar de falar de certos assuntos em sala de aula. Sou professor de Geografia, porém sempre que posso alerto meus alunos sobre a importância do sexo seguro. E uma das pessoas que me fizeram chegar até aqui e hoje resistir frente aos que não nos querem foi a Gilmara. Desde o início da minha descoberta sexual, como cria da Maré, até hoje quando não estou mais na comunidade, porém mesmo assim, ela ainda me acolhe como um filho”, disse ele. Jean Pierry Oliveira, Jéssica Marinho e Penélope Esteves também foram agraciados com prêmios em prol da dedicação e contribuições dadas ao Projeto Diversidade Sexual, Saúde e Direitos entre Jovens.

Outro importante momento da noite foi o prêmio dedicado in memorian a vereadora assassinada Marielle Franco. No dia que marcou o aniversário de 70 anos da assinatura e ratificação da Carta Universal dos Direitos Humanos no mundo, a parlamentar que dedicou seu trabalho ao eixo constitucional não foi esquecida – assim como seu motorista também assassinado Anderson Gomes. Com a impossibilidade de um de seus familiares estarem presentes, a responsável pela sua placa comemorativa foi a terceira vereadora suplente do PSOL e ativista pelos direitos das pessoas travestis e transexuais Indianare Siqueira. “Esse prêmio aqui será entregue em mãos a família ou destinado ao comitê de Marielle. Não podemos deixar seu legado morrer. Não podemos deixar que seu assassinato caia no esquecimento assim como de inúmeras travestis e transexuais no país que mais mata LGBT’s no mundo. Seremos resistência durante esse governo fascista e conservador que teremos no Brasil e no Rio de Janeiro. Marielle presente! Hoje e sempre!”, bradou a ativista sendo acompanhada em coro e aplausos de pé dos presentes à arena SESC.

 Guia de Sexo Mais para Mulheres

A noite também ficou marcada pelo lançamento nacional da publicação “Sexo Mais Seguro: Um Guia para Mulheres sobre Sexo, Prazer e Saúde no Século 21 para a Prevenção do HIV”, comandada pelo diretor-presidente da ABIA Richard Parker. O material é destinado à mulheres cisgêneros (que se identificam com o sexo biológico que nasceu) e foca na prevenção em suas mais diversas formas, valorizando a autonomia do indivíduo e respaldado na linguagem, sexualidades, ousadia e erotismos necessários para se abordar o tema.

O guia segue a tendência do primeiro material já publicado, nas versões físicas e online, direcionado para o público HSH (homens que fazem sexo com outros homens) , que contém informações sobre como se prevenir do HIV e orientações sobre a prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (IST’s). Além disso, também disponibiliza um glossário com terminologias técnicas e expressões populares sobre práticas sexuais e outras palavras usadas para lidar com sexualidade, prazer e saúde. Ao longo de 2019, estão previstas ainda o lançamento do Guia voltado para mulheres travestis e transexuais e um outro dedicado aos homens transexuais.

“Mas nada disso poderia ter sido possível sem a participação de muitos jovens e adultos, homens e mulheres que estão aqui presentes e outros que também não estão, que ao passo de 2018 foram importantes colaboradores do Projeto Diversidade Sexual na ABIA. Por isso, nada mais justo do que reconhecê-los nessa noite festiva”, agradeceu Vagner de Almeida chamando ao palco Andrey Chagas, Luã “Saru” Albuquerque, Marcos Marins, Penélope Esteves, Rajna de Vito e também a responsável pelo administrativo da ABIA Simone Lima para receberem seus certificados. O Projeto Diversidade em parceria com o SESC Copacabana ainda promoveram uma ação solidária. Com o objetivo de contribuir para a promoção da cidadania e a melhoria da qualidade de vida de pessoas em situação de pobreza, em uma perspectiva de inclusão social, foi solicitado que cada convidado levasse 1 kg de alimento não perecível como parte do projeto Mesa Brasil, do SESC.

O “IIIº Prêmio Reconhecimento: Promoção em Saúde e prevenções populares do HIV e da AIDS em 2018” e o lançamento do Guia de Sexo mais Seguro para Mulheres integraram o Dezembro Vermelho em prol da luta contra o HIV/AIDS e foram mais duas ações positivas do Projeto Diversidade Sexual, Saúde e Direitos entre Jovens da ABIA com apoio da MAC AIDS Fund.

 

Texto: Jean Pierry Oliveira

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