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Projeto Diversidade Sexual e ABIA participam de reunião na ALERJ sobre situação da epidemia de HIV/AIDS no Rio de Janeiro


Foi realizado na tarde da última sexta feira (07), às 14h00, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ), no Centro (RJ), uma reunião no gabinete da Deputada Estadual Renata Souza (PSOL) sobre a situação da epidemia de HIV e AIDS no estado do Rio de Janeiro.

Organizações da sociedade civil como Grupo Pela Vidda Rio (GPV-RJ) e Grupo Pela Vidda Niterói, Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas e Rede de Jovens Rio+ estiveram presentes. Além destas, a Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (ABIA) teve Veriano Terto Jr, vice-presidente da instituição, como representante, bem como o Projeto Diversidade Sexual, Saúde e Direitos entre Jovens com Juan Carlos Raxach, um dos coordenadores do projeto, e Jean Pierry Oliveira, assistente de projetos.

Abrindo a reunião evidenciando os desafios e os problemas legislativos enfrentados pela mandata na ALERJ, especialmente com pautas que dialoguem com gênero e LGBTI+, Souza afirmou que “isso mostra um desafio para avançarmos nos direitos dessas pessoas, começando aqui de dentro”. Diante disso, Terto Jr reforçou que “o que existe é o desaparecimento da sigla HIV/AIDS, começando pelo rebaixamento do Departamento. E a nível local falta políticas de prevenção no estado, falta de clareza e falta de ações. Eu gostaria de pedir uma audiência pública para vermos como está a situação do HIV e AIDS no Rio”, disse ele. E completou: “temos um nível de soro-prevalência alta na população LGBTI, retorno da sífilis e sífilis congênita no estado e o silêncio sobre a AIDS. E todas essas são questões que estão sendo varridas para debaixo do tapete e temos que quebrar esse silenciamento”, pediu.

Já para Raxach, com relação à política pública voltada para transmissão de infecções sexuais, “se houvesse um bom pré-natal – tanto para HIV como para a sífilis – a criança não nasceria doente. Mas isso não tá acontecendo. E não tá acontecendo no Leblon, são nas populações mais pobres e sem assistência, o que gera diagnóstico tardio”, criticou.

Juventude

Um dos pontos também debatidos e ressaltados pela deputada Renata Souza foi a infecção por HIV e AIDS na juventude. Segundo ela, “não podemos esquecer que essa juventude não viveu a época passada da AIDS, não encarou os percalços e as mortes causadas pela doença. Então é preciso atualizar a questão com eles”, pontuou. O estudante de Psicologia Léo Aprígio, da Rede de Jovens Rio+, salientou, porém, que é importante se falar em que tipo de prevenção está sendo feita para a juventude e não esquecer daqueles jovens que se infectaram por transmissão vertical e não tem assistência e/ou apoio.

Maria Eduarda Aguiar, presidente do GPV-RJ, pediu uma sensibilização do HIV/AIDS no que tange a conscientização nas escolas. “Porque se a gente entrar nas escolas para falar de sexualidade e levar camisinha, dizem que estamos incentivando o sexo. Então fica difícil falar com os jovens”, reclamou ela. Nesse momento, Jean Pierry Oliveira compartilhou com os demais a experiência recente obtida pelo Projeto Diversidade Sexual na Escola Estadual Bertha D’Alessandro, em Nilópolis, na Baixada Fluminense. “Mas, apesar das dificuldades, é possível e necessário esse trabalho. Recentemente estivemos numa escola às margens da Via Light, em Nilópolis, e percebemos como os jovens tem o desejo de falarem sobre sexualidade, tem muitas dúvidas e anseios, mas não tem espaço de diálogo, informação e escuta. Nem na escola, nem dentro de casa”, categorizou.

Diante de tantos dilemas, Souza propôs aos representantes do movimento social chamar uma audiência pública sobre o tema, para sensibilizar e apresentar a pauta para os demais deputados e, assim, reunir e criar uma frente de mobilização pelo HIV/AIDS no Rio de Janeiro. “Isso visibilizaria a questão. Porque nós falamos de AIDS, mas isso também dialoga com Direitos Humanos, Saúde e Educação. Então é importante”, frisou Terto Jr.

Por fim, decidiu-se que uma nova reunião será agendada para agosto, período que culmina com o fim do recesso parlamentar de meio de ano e com o tempo necessário para o movimento social articular suas propostas, montar um grupo de trabalho para apresentação em futura plenária pública sobre a situação de saúde pública do HIV/AIDS no estado e conseguir a aderência de demais deputados progressistas à causa.

 

Texto: Jean Pierry Oliveira

 

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