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Projeto Diversidade Sexual celebra os destaques do ano no ativismo social durante o 5º Prêmio Reconhecimento


O Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB-RJ), no Centro da capital carioca, serviu de espaço e cenário para a realização do “5º Prêmio Reconhecimento: Promoção em Saúde e prevenções populares do HIV e da AIDS em 2019”, na noite do dia 11/12. A iniciativa, que reuniu aproximadamente 100 pessoas no auditório do 4º andar, atraiu uma parcela das mais variadas de público: jovens, adultos, ativistas e não ativistas, acadêmicos e políticos na solenidade do Projeto Diversidade Sexual, Saúde e Direitos entre Jovens da Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (ABIA).

O prêmio tem como objetivo valorizar jovens e adultos, ativistas ou não, que se destacaram ao longo do ano em ações pautadas no âmbito da prevenção do HIV/AIDS, luta pelos direitos humanos, respeito e combate à epidemia. Vagner de Almeida, coordenador do Projeto Diversidade, foi o responsável por comandar a premiação – com a assistência de Jean Pierry Oliveira, Jéssica Marinho e do assessor Juan Carlos Raxach. “Primeiramente quero agradecer ao CCBB-RJ por mais uma vez nos acolher nessa parceria. Estamos vivendo um momento duro. E também é preciso ressaltar que ontem (10/12) foi Dia Internacional dos Direitos Humanos, que é algo fundamental para todos nós”, ressaltou Almeida durante às boas vindas. Coube a assistente Jéssica Marinho agradecer a parceria de todxs os presentes “ eu acho que nesse momento tão difícil ver esse salão repleto de gente disposta a lutar e combater a epidemia de HIV/AIDS é fantástico. ” Jean Pierry também dividiu com o público a sua felicidade pelo momento “ hoje finalizamos um ano de muito trabalho duro, não foi fácil realizar nossas ações, mas com esforços mútuos conseguimos. ”, finalizou.

Ainda durante esse momento o coordenador enfatizou a importância da campanha “Silêncio = Morte”, relançada em forma de adesivos e distribuídos para cada convidado (a) na chegada ao recinto. “Porque nos silenciar é sinônimo de morte. Morte física e também estrutural, principalmente agora nesse contexto tão nebuloso que estamos enfrentando. Por isso nosso evento é de resistência, porque é isso que estamos fazendo e vivendo nesse momento”, disse.

Convidado para dar uma fala o diretor-presidente da ABIA Richard Parker falou que “o Prêmio é mais uma realização para reconhecer o trabalho desenvolvido por agentes das comunidades mais afetadas e da base da sociedade civil”. Já o vice-presidente da instituição, Veriano Terto Jr, completou ao dizer “que sempre é importante valorizarmos esses momentos, pois o movimento social precisa estar forte e praticando a solidariedade”.

Juventude Negra e Condecoração da ABIA

Após a abertura, a primeira ação da premiação foi a exibição de um clipe (clique aqui para assistir) focado na temática da Juventude Negra. Com depoimentos de ativistas e parte da equipe de jornalismo da ABIA – formada por negros – o vídeo trouxe à tona o desabafo e a realidade vivida por negros e negras no dia a dia das principais cidades brasileiras envoltos sob os diversos tipos de violências possíveis: física, mental, simbólica, cultural, emocional. Também durante esse momento foram exibidas imagens do massacre ocorrido na última semana durante o baile da Dz7, em Paraisópolis (SP), quando nove adolescentes foram mortos pela ação da polícia militar.

Um dos momentos de destaque após o clipe foi a chegada do deputado estadual Carlos Minc (PSB-RJ). Convidado por Almeida para falar, o político revelou-se “fã da ABIA. Tenho uma relação antiga com a instituição. Fui exilado junto com Herbert Daniel, um de seus fundadores, e sempre estive próximo também de Herbert de Souza, o Betinho. Quero ressaltar a felicidade por ver que a instituição resiste, junto com todos nós, nesse momento onde estamos vendo tanta coisa retrocedendo na sociedade com o atual governo”, afirmou.

Em seguida, ele convidou Richard Parker e Vagner de Almeida para receberem em mãos, uma condecoração à ABIA enviada diretamente do Palácio Tiradentes: o Prêmio Cidadania, Direito e Respeito à Diversidade. A homenagem de autoria do próprio Minc reconhece a instituição como um ente notável pelo serviço relevante e a contribuição no exercício do avanço e da garantia dos direitos desta população e à valorização da diversidade sexual.

Valorização foi a palavra de ordem também utilizada para o reconhecimento de voluntárias travestis e transexuais que foram fundamentais para a construção do Guia de Sexo mais Seguro voltado à esta população. Diante disso, Almeida convidou aquelas ali presentes no auditório para receberem os seus respectivos certificados. “É mais entrar somando do que bater de frente. Fazer a mudança nas nossas vidas para que de fato a mudança aconteça”, brevemente disse Luciana Vasconcelos.

“Quero agradecer ao Vagner pela oportunidade que vem dando às mulheres trans e travestis que estão na margem. Tanto (com) as cirurgiadas como (com) as não cirurgiadas. E o respeito com os diferentes corpos”, agradeceu Carla Silva. Já para Renata Proença “esse projeto visa uma mudança na sociedade e no pensamento. É um processo de educação e é muito importante”.

Relançamento

A oportunidade da quinta edição do Prêmio Reconhecimento também serviu para que fosse relançada a Declaração dos Direitos Fundamentais da Pessoa Portadora do Vírus da AIDS. O documento foi originalmente lançado em outubro de 1989 pela Rede Brasileira de Solidariedade (ONGs/AIDS), de Porto Alegre (RS) e apresenta 10 preceitos fundamentais no tocante aos direitos de quem vive com o vírus HIV e/ou com a AIDS.

O relançamento atende à emergência dos dias atuais onde a epidemia continua disseminada e os portadores expostos ao estigma, à discriminação e o preconceito. Além disso, faz alusão aos 30 anos da carta que é um marco na resposta à AIDS no Brasil. Conforme declaração institucional presente no documento, “apesar dos avanços alcançados, muitos destes direitos fundamentais até agora precisam ser conquistados. Pior ainda, no contexto político-socioeconômico atual, corre-se um sério risco de retrocedermos no que foi alcançado até esse momento”. Cada participante do Prêmio recebeu um kit com o exemplar da Declaração e outros materiais do projeto (cartilhas, boletins, folders, guias).

Entrega dos Prêmios

O principal e mais aguardado momento da noite foi a entrega dos troféus aos destaques do ativismo social em 2019. Esse ano 11 indivíduos foram escolhidos e cada um exercia um papel diferenciado em suas atividades de base: de ativistas, à jornalista/poeta até acadêmicos.

A diversidade de gênero, raça, orientação sexual e regiões também foi outro ponto interessante dos agraciados. Na ordem, os premiados foram:

Walter Sabino

WALTER SABINO TEM 23 ANOS DE IDADE. É ATIVISTA MILITANTE EM HIV/AIDS, NEGRITUDE, POPULAÇÃO LGBTQ+, ENTRE OUTRAS CAUSAS. ATUA SOBRE COM FOCO NO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DAS PVHA (PESSOAS VIVENDO COM HIV/AIDS) E PREVENÇÃO COMBINADA. É UMA LIDERANÇA JOVEM NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. ATUALMENTE, É MEMBRO E EDUCADOR DE PARES PELO GRUPO PELA VIDDA E REDE JOVEM RIO+.

“Esse prêmio vai para todos aqueles que estão na ponta do processo, na base do movimento social. Também para todos aqueles jovens negros que estão aí sendo diariamente mortos. E quero finalizar dizendo que é também para todas essas pessoas que estão aí fora nos hospitais, esperando um atendimento e não conseguem. Meu coração está com todos eles”, sobre receber o prêmio.

Thaylla Vargas

THAYLLA VARGAS É UMA MULHER TRANS, NEGRA E ATIVISTA SOCIAL NA CAUSA HIV E AIDS. DIGITAL INFLUENCER, EDUCADORA DE PREVENÇÃO NO GRUPO PELA VIDDA RIO DE JANEIRO. ATUAL COORDENADORA DE ACOLHIMENTO DA REDE JOVEM RIO DE PESSOAS SOROPOSITIVAS, VOLUNTÁRIA DO COLETIVO SER E MODERADORA DE UM ENCONTRO DE ACOLHIMENTO A PREVENÇÃO AO SUICÍDIO. ALÉM DISSO, PARTICIPA DE PROJETOS SOCIAIS COM MORADORES DE FAVELA, MORADORES DE RUA E CRIANÇAS EM ORFANATOS.

“Eu preparei todo um discurso, procurei toda uma roupa e salto para estar aqui. Mas infelizmente não fiz nada do que pensei. Até agora aqui foi falado de tudo, menos de Saúde Mental. E a minha hoje está abalada por conta da perda do meu amigo Reynes, da Casa Nem. Diversas vezes eu conversei e ajudei ele, mas ainda assim não foi suficiente. Ele não aguentou e tirou a própria vida. Estou aqui não por mim, mas por ele. E peço que todos vocês olhem para o outro e quem está ao seu lado, porque podem estar precisando de ajuda”, declarou.

 

Ramon Nunes Mello

RAMON NUNES MELLO É POETA, ESCRITOR, JORNALISTA E ATIVISTA DOS DIREITOS HUMANOS, SOBRETUDO, DO TEMA HIV/AIDS, PRESENTE TANTO EM SUA OBRA POÉTICA. O POETA EM SUA TRAJETÓRIA DE ATIVISTA DEFENDE QUE A LITERATURA PODE CONTRIBUIR COM A AFIRMAÇÃO DAS SUBJETIVIDADES, AO RECONHECER QUE NA LUTA DO HIV/AIDS DEVE-SE DENUNCIAR O GENOCÍDIO QUE OCORRE NO BRASIL HOJE, PRINCIPALMENTE ENTRE A POPULAÇÃO MAIS VULNERÁVEL.  RAMON NUNES MELLO ACREDITA QUE A POLÍTICA DE HIV/AIDS TEM DE SER CONSTRUÍDA EM DIÁLOGO COM MOVIMENTOS SOCIAIS E ATIVISTAS, COM ESPERANÇA, CORAGEM E SOLIDARIEDADE.

“Vivo com HIV desde 2012 e foi uma mudança significativa na minha vida. Foi através da arte, da poesia e do jornalismo que eu vi que era possível ressignificar o que é viver com o vírus em minha vida. Acho que é dessa forma que poderemos enfrentar o momento que vivemos. Precisamos de mais poesia e de mais amor para todos”, disse ele ao receber o Prêmio, recitando ainda uma poesia autoral para o público.

Junior Lima

JUNIOR LIMA TRABALHA HÁ 8 ANOS NA PREFEITURA DE NILÓPOLIS NA SECRETARIA DE CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS. ATUALMENTE, É O RESPONSÁVEL PELO SETOR DE PROJETOS EM PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL. JUNIOR REALIZA HÁ 6 ANOS O PRÊMIO MULHER NEGRA, O FESTIVAL ZUMBI DOS PALMARES, CINE IGUALDADE, O PROJETO MINHAS HISTÓRIA MINHAS RAÍZES, A EXPO UBUNTU.  SAMBISTA NATO VEM DESENVOLVENDO O PROJETO ARTE E ETC, QUE LEVA FILMES A CRIANÇAS E ADOLESCENTES DA BAIXADA FLUMINENSE.

“Quando Vavá me avisou que eu era um dos premiados eu não acreditei! Passou um filme na minha cabeça. Lembrei (chora) de todos as pessoas que não acreditaram em mim, acreditaram que eu não seria capaz, assim como muitos não devem ter acreditado em vários de vocês. Então esse prêmio aqui eu dedico também a todos os jovens, todos os jovens negros e gays da Baixada Fluminense e a todo o meu povo de Nilópolis. E agradeço também o meu secretário, aqui presente, por acreditar em mim e me apoiar incondicionalmente”, disse ele bastante emocionado.

Larrubia

LARRUBIA, É VICE PRESIDENTA DO PROJETO TRANS REVOLUÇÃO E UMA DAS GESTORAS DA CASANEM. NO AUGE DOS SEUS 32 ANOS, SENDO 15 DELES VIVENDO COM O HIV É ATIVISTA DA CAUSA.  ALÉM DISSO, É ARTESÃ E INTEGRANTE DO MOVIMENTO LGBTI DA FIST (FRENTE INTERNACIONALISTA DOS SEM TETO).

“Eu não me considero líder nem mais importante de porra nenhuma. Mas fico me perguntando: quem vai vir depois de mim se eu morrer? Então, tento fazer um trabalho social e político com as meninas lá da Casa Nem. Para que elas saibam correr atrás de seus direitos. Ninguém quer saber se a travesti lá da Casa Nem já almoçou ou tomou café da manhã. Mas quando elas vão nos eventos ficam observando serem as primeiras a comer. Nossas dificuldades são diárias. Vagner só me conhece há dois anos, mas é um dos poucos que me incentiva e reconhece o meu trabalho. Porque a gente faz ativismo por amor, mas espera também um agradecimento por todo o esforço”, chamou atenção a jovem, mesmo triste pela perda de um amigo no dia anterior.

Sandra Brignol

SANDRA MARA SILVA BRIGNOL FEZ MESTRADO E DOUTORADO NO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA. NESTA INSTITUIÇÃO, EM 2004, COMO AUXILIAR TÉCNICA DE PESQUISAS, INICIOU SUA EXPERIÊNCIA EM PESQUISAS NA ÁREA DO HIV/AIDS COM POPULAÇÕES VULNERÁVEIS.  ATUALMENTE, É PROFESSORA ADJUNTA E PESQUISADORA DO DEPARTAMENTO DE EPIDEMIOLOGIA E BIOESTATÍSTICA DO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE, E COORDENA O PROJETO “SAÚDE DAS PESSOAS LGBTI SOB A ÓTICA DA SAÚDE COLETIVA: ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE NO SISTEMA ÚNICO E SAÚDE – PROSAIN-UFF”, ONDE TRABALHA ESPECIFICIDADES DO ATENDIMENTO MÉDICO PARA A POPULAÇÃO LGBTI+ COM A ALUNOS DE MEDICINA DA UFF.

“Esse é um dos prêmios mais importantes da minha vida. Eu me emocionei bastante com  a fala da Larrubia e só posso pedir para que ela não desista nunca (se emociona), pois são pessoas fortes como ela que me fazem insistir no movimento. Trabalhar e realizar eventos voltados para a diversidade, principalmente com meninas travestis e transexuais, numa universidade tradicional e dentro de um curso conservador é muito difícil. Diversas vezes tive vontade de desistir (se emociona). Mas são por pessoas como vocês e meus alunos, alguns deles aqui comigo, que eu sigo em frente. E tenho certeza que estou formando profissionais muito mais humanos para atender a essa população do que existe por aí.”, afirmou com orgulho.

Nemese

NEMESE DA SILVA DO NASCIMENTO É MORADORA DA COMUNIDADE DA FÉ, NO COMPLEXO DA PENHA. LIDERANÇA COMUNITÁRIA DESDE 1983, COMEÇOU A SE INTERESSAR PELO ATIVISMO POR CONTA DE UMA PASSEATA DE SEU FILHO MAIS VELHO NO COLÉGIO. DESDE ENTÃO, A ENFERMEIRA APOSENTADA NÃO PAROU MAIS, E NUNCA DEIXOU DE FAZER SEU TRABALHO PELA SAÚDE. NEMESE REALIZA AÇÕES DENTRO DA SUA COMUNIDADE, COMO DISTRIBUIÇÃO DE CAMISINHAS MASCULINAS E FEMININAS PARA OS JOVENS.

“Nunca esperava receber um prêmio como esse. E vou continuar. Não vou parar. Vou guardar esse prêmio lá em casa e deixar guardado até o dia em que eu morrer. Muito obrigado por todo o carinho”, disse ela.

 

Ana Leila

ANA LEILA É FUNDADORA E ATUAL PRESIDENTE DO CENTRO SOCIAL FUSÃO, QUE FICA LOCALIZADO NA COMUNIDADE JACUTINGA EM MESQUITA. O CENTRO SOCIAL FUSÃO TEM COMO OBJETIVO IMPLEMENTAR ATIVIDADES EDUCATIVAS E PROMOVER A CONSCIENTIZAÇÃO E MUDANÇAS DE COMPORTAMENTO QUE REDUZAM A INFECÇÃO POR HIV/AIDS, HEPATITES VIRAIS E TUBERCULOSE, NA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE POBREZA NO MUNICÍPIO DE MESQUITA, COM AÇÕES MAIS INTENSIVAS NO BAIRRO DA JACUTINGA E ADJACÊNCIAS.

“Já fui ameaçada de morte por invadir terrenos e ocupar eles para dar as pessoas moradia digna. Já gritei e xinguei tudo quanto foi governador, prefeito, vereador e deputado. Mas mesmo assim venho sendo reconhecida com esse e outros prêmios. Então isso significa que estou no caminho certo até aqui. Fico muito feliz e emocionada por isso. Só tenho que agradecer”, disse em tom de satisfação.

 

Rosilda

ROSILDA FAZ PARTE DA ASSOCIAÇÃO DE MULHERES DA ILHA DO GOVERNADOR- (AMUIG). A AMUIG É UMA ASSOCIAÇÃO CIVIL QUE REALIZA ATENDIMENTO E ASSESSORAMENTO NAS ÁREAS SOCIAL, EDUCACIONAL, AMBIENTAL, CULTURAL, ESPORTIVA, DE SAÚDE, DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL E INSERÇÃO DE MÃO DE OBRA NO MERCADO DE TRABALHO. ALÉM DE DESEMPENHAR APOIO À REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA, NA PREVENÇÃO AO USO DE DROGAS E A DOENÇAS. SEU PÚBLICO ALVO SÃO MULHERES, IDOSOS, CRIANÇAS E ADOLESCENTES, PESSOAS COM DEFICIÊNCIA, MINORIAS E FAMÍLIAS EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE SOCIAL.

“Vim do Rio Grande do Norte aos 16 anos. E foi aqui, com ajuda da Nemese, que comecei a me envolver com tudo isso. Regularizei e impedi que minha comunidade fosse removida de onde ela está hoje lá na Ilha do Governador. E fico sem palavras por esse reconhecimento da ABIA e de outros parceiros. Já chorei bastante com tudo isso”, falou com entusiasmo.

 

Tânia

TANIA É PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DE MULHERES DE EDSON PASSOS (AMEPA), QUE FICA NA COMUNIDADE DO CAMPO AMÉRICA, NO MUNICÍPIO DE MESQUITA. A INSTITUIÇÃO FOI CRIADA POR UM GRUPO DE MORADORAS INTERESSADAS NO DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO. TÂNIA NUNCA SE CONFORMOU COM A FALTA DE CRECHES, SANEAMENTO BÁSICO, PAVIMENTAÇÃO, SEGURANÇA, LOCAIS DE LAZER, VIOLÊNCIA CONTRA MENINAS E MULHERES DA REGIÃO, ENTRE TANTAS OUTRAS COISAS QUE COLOCAM EM RISCO A VIDA E O EXERCÍCIO DE CIDADANIA DOS MORADORES DA COMUNIDADE. ATUALMENTE A AMEPA DESENVOLVE O TRABALHO DE PREVENÇÃO DAS IST/HIV/AIDS E TUBERCULOSE.

“Esse trabalho que realizo não é só meu. Esse trabalho é coletivo e no amor. Feito sem qualquer ajuda de governo ou recursos. E quero dizer que sem a ajuda das minhas filhas, aqui presentes, eu não teria chegado onde cheguei. Então quando eu não tiver mais aqui, já deixei pelo menos os frutos de todo esse trabalho para que ele não pare”, falou orgulhosa.

Cleide Jane

É UMA DAS FUNDADORAS E INTEGRANTES DA ASSOCIAÇÃO MISSÃO RESPLANDECER – AMIRES, NASCIDA DA VONTADE COMUNITÁRIA NO ENFRENTAMENTO AO HIV/AIDS, EM 1999. A MISSÃO DA INSTITUIÇÃO É PROMOVER ASSISTÊNCIA ÀS PESSOAS QUE VIVEM COM HIV/AIDS, SEUS FAMILIARES E MORADORES DA COMUNIDADE, NÃO SOMENTE NO QUE SE REFERE AO TRATAMENTO E COMBATE À EPIDEMIA, MAS, ACIMA DE TUDO, NO FORTALECIMENTO DE SUA CIDADANIA, NO INTUITO DE EXERCER SEUS DIREITOS E DEVERES, E PRINCIPALMENTE, TORNÁ-LOS PROTAGONISTAS DE SUA REALIDADE.

“Venho atuando em Duque de Caxias, uma cidade muito coronelista, há mais de 24 anos com prevenção e saúde. Nada nesse sentido pode ser feito sem passar por nós. Isso é o reconhecimento da nossa importância e trabalho e, nunca esperei receber um prêmio desses, mas agradeço a todos vocês pela lembrança”, pontuou.

Finalizando a noite, Vagner de Almeida anunciou o lançamento futuro do Boletim Especial nº 65 sobre o Guia de Sexo mais Seguro, que é uma publicação direcionada a contar os detalhes de todo o processo de criação deste trabalho que gerou versões para o público HSH (Homens que fazem sexo com homens), mulheres cis e mulheres trans/travestis. O 5º “Prêmio Reconhecimento: Promoção em Saúde e prevenções populares do HIV e da AIDS em 2019” foi mais uma ação positiva do Projeto Diversidade Sexual, Saúde e Direitos entre Jovens da ABIA com apoio da MAC AIDS Fund.

Texto: Jean Pierry Oliveira e Jéssica Marinho

Fotos: Richard Parker, Jéssica Marinho, Prefeitura de Nilópolis

 

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