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Projeto Diversidade de Sexual marca presença em seminário sobre Tuberculose


O Projeto Diversidade Sexual esteve na última quarta feira (28) no Seminário: “ Tuberculose: Urgente enfrentar”, no Centro de Estudos do Hospital Federal dos Servidores do Estado, na Gamboa, zona central do Rio. Coordenado pela Gerência de Tuberculose o evento teve como propósito discutir o aumento de incidência dos casos de tuberculose no Estado do Rio de Janeiro, a dificuldade em ofertar o tratamento as pessoas diagnosticadas e a importância da mobilização social para o enfrentamento do estigma.

Dra. Denise Arakaki, diretora do Departamento de Doenças Crônicas Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde, foi uma das responsáveis pelo ato de abertura do evento e apresentação dos dados epidemiológicos da Tuberculose no Brasil. Arakaki demonstrou extrema preocupação com os altos índices que assolam Manaus e Rio de Janeiro. Outro ponto de alerta durante a apresentação da infectologista foi sobre o abandono do tratamento, que é ainda maior no segundo mês. De acordo com Araraki, “ isso deve-se muito sobre a falsa ilusão de bem-estar que é apresentado ao paciente assim que iniciado tratamento. Pois para muito deles a recuperação de peso e do apetite nas primeiras semanas é considerada como “cura”, o que não ocorre de fato neste período. ”

Ainda em sua fala a especialista demonstrou que ações de interseccionalidade entre as áreas da saúde é de extrema importância para a manutenção desses pacientes no tratamento por pelo menos seis meses. A infectologista discorreu também sobre a falta de atenção dada aos casos de infecção em pessoas privados de liberdade, considerada a população com o maior risco de infecção estatisticamente. Para Arakaki falta aos Estados um maior investimento em ações e projetos voltadas para este público. “ Hoje, o único Estado que possui um projeto para essa população é o de São Paulo, onde a Secretaria de Sistema Prisional investe em projetos para o diagnóstico e tratamento precoce. Assim, cerca de 93% dos presos diagnosticados hoje estão curados. ”

Já Ana Alice Bevilaqua, Gerente de Tuberculose da SES-RJ, ficou incumbida de apresentar os dados da infecção por Tuberculose no Estado do Rio de Janeiro. Segundo Bevilaqua, anualmente, são notificados cerca de 14.000 casos de tuberculose, sendo que 12.000 destes são casos novos da doença. “Outro aspecto importante a ser observado dentro da epidemia de tuberculose enfrentada pelo Estado é o aumento de casos em egressos do sistema prisional, que só descobrem a infecção após serem soltos. Hoje, desses diversos casos apresentados através dos gráficos não conseguimos chegar a 70% de cura, mas possuímos um alarmante número de abandono do tratamento. Então está na hora de nos perguntarmos porque curamos pouco e temos tanta evasão ao tratamento? ”, finalizou Ana Alice.

Denise Pires, Gerente Estadual do Departamento de IST, HIV/AIDS e Hepatites Virais iniciou sua apresentação reforçando a fala dos palestrantes anteriores. “ Antes de iniciar eu gostaria de agradecer o convite para estar aqui e compartilhar da fala de minhas amigas. Todo esse abandono no tratamento não ocorre apenas na infecção por tuberculose, mas na de HIV/AIDS também. Por este motivo, é preciso que a gente trabalhe de forma compartilhada sempre com a premissa do bem-estar de nossos pacientes. ” Além disso, Denise alertou que apesar da pequena queda no número de óbitos por AIDS e co-infecção de TB, o índice segue acima da meta traçada pelo Ministério. Para a gestora os principais desafios no enfrentamento é a urgente necessidade de reduções das vulnerabilidades sociais.

A última mesa ficou sobre a responsabilidade representantes da sociedade civil. Juliana Reiche, do CEDAPS/RJ, Roberto Pereira, do Fórum Estadual de Luta contra a Tuberculose e Inácio Queiroz, do Grupo Pela Vidda Niterói. A fala dos três convidados girou em torno da importância da sociedade civil na luta contra o aumento de índices de tuberculose no Estado do Rio de Janeiro. Em sua fala, Roberto Pereira, esclareceu sobre a importância do fórum, que antes era composto apenas por ONG’s ter aberto as portas para a população. “ Eu acredito que em um determinado momento nós percebemos a necessidade de reunir grupos mais estruturados e líderes comunitários para facilitar a comunicação entre esses dois setores. ”

Texto: Jéssica Marinho
Fotos: Jéssica Marinho

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