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Profissionais LGBT dizem que ao se expor acabam prejudicando a carreira


Em uma pesquisa global sobre diversidade, mais da metade dos profissionais brasileiros LGBTQIA+ entrevistados afirmaram que expressar sua identidade de gênero ou orientação sexual no trabalho afeta a evolução de suas carreiras. Mesmo assim, a abertura desse público para ser quem são nas organizações é maior no Brasil do que na média global: 36% afirmaram ser ‘muito abertos’ com relação à sua identidade, expressão ou orientação, enquanto a média global foi de 31%. Ainda há, porém, uma fatia relevante (23%) entre os brasileiros que prefere não compartilhar essas informações com ninguém.

Mais da metade (55%) desse grupo acredita que expressar sua identidade de gênero ou orientação sexual no trabalho impacta suas carreiras negativamente. A pesquisa foi conduzida pela Accenture e é um recorte novo, a partir de um relatório global sobre diversidade divulgado este ano e que ouviu 1,7 mil e 30 mil funcionários em 28 países. No Brasil, 1.001 funcionários e 55 líderes responderam a essa pesquisa, dos quais 15% e 9% de cada grupo, respectivamente, se identificaram como LGBTQIA+.

Para Rafael Bonini, diretor de estratégia e consultoria na Accenture e líder do grupo de discussão LGBTQIA+ na empresa, as políticas e apoio à essa questão estão evoluindo nas organizações, mas a percepção de que não há um ambiente inclusivo leva esses funcionários a não se exporem. Apenas 14% dos funcionários LGBTQIA+ em todo o mundo se sentem completamente apoiados por seus chefes nas discussões sobre melhorias das condições de igualdade e da receptividade a profissionais LGBTQIA+ na organização. Do outro lado, 68% dos líderes entrevistados acreditam criar ambientes inclusivos.

Essa diferença pode indicar, analisa Bonini, que ou os líderes não estão construindo políticas eficazes, ou que os próprios funcionários, por terem receio e medo de serem prejudicados, acreditam que esse ambiente não existe. “O que ajuda a mudar esse cenário é trazer mais inspiração e líderes com os quais eles possam se identificar e ver que não há vieses no topo”, afirma Bonini, citando que globalmente 71% dos funcionários LGBTQIA+ dizem ser importante haver líderes abertos com relação à orientação e idade para a evolução do cenário — mas apenas 21% dos líderes LGBTQIA+ em posições gerenciais ou acima costumam assumir abertamente sua identidade ou orientação. No Brasil, o estudo também indica que metade dos funcionários LGBTQIA+ desejam se tornar gestores sêniores.

Na opinião de Bonini, essa é uma agenda que pode sofrer retrocesso na pandemia. Um dos motivos é que o trabalho remoto e, por consequência, as interações virtuais dificultam que os profissionais LGBTQIA+ se exponham de forma mais natural e abertas, como momentos no café do escritório ou em situações mais informais. “Eu vi vários depoimentos nesse sentido na quarentena dizendo que às vezes você tem um ambiente mais inclusivo na empresa do que na própria casa onde mora com a família”, diz. Para Bonini, portanto, as companhias precisam criar mecanismos para lidar com esse novo modelo de trabalho e garantir mais comunicação, proximidade e momentos de trocas, considerando que o home office deve permanecer como tendência em muitas delas.

Fonte: Valor Econômico

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