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“Porque a camisinha não pegou?”, indaga Veriano Terto vice-presidente da ABIA durante mesa redonda no HEPAIDS 2017


Entre as diversas mesas redondas realizadas durante o segundo dia de atividades do 11º Congresso de HIV/AIDS e 4º Congresso de Hepatites Virais – Prevenção Combinada: Multiplicando Escolhas, de 26 à 29 de setembro de 2017 em Curitiba, Veriano Terto Jr, vice-presidente da Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (ABIA) foi um dos convidados presentes na discussão sobre a Prevenção do HIV, das IST’s e das hepatites virais na população de gays e outros HSH: como repensar o preservativo masculino, o homoerotismo e as abordagens de prevenção combinada, na sala Londrina, no Centro de Convenções Unimed.

Em sua apresentação Terto Jr discursou sobre como podemos ressignificar o preservativo masculino no contexto da prevenção combinada. Através de uma pequena cronologia, que evidenciava a história e resistência da camisinha. “ Desde a década de 1980, as representações e ambiguidades seguiram mudando. Por exemplo, a camisinha já foi vista pela população gay nesse período como um instrumento de cerceamento das liberdades sexuais conquistadas, ao mesmo tempo que significou uma liberdade porque permitiu manter essas práticas e negar a própria Aids”, explicou Terto, destacando ainda a mudança da ideia do preservativo que simbolizava o contraceptivo à geração de uma nova vida para ser salvador de vidas.

Para Terto Jr os anos 2000 se destacam como o período onde havia o predomínio de um discurso conservador no âmbito social e cultural. “É o início da ditadura da camisinha, do ‘use sempre camisinha’ em todas as relações sexuais. O discurso prescritivo passa a dominar. E normativo porque se você não usa é irresponsável”. Por isso “precisamos urgente ressignificar o uso do preservativo, pois assim é a vida e o sexo.”

Além disso, pediu para que campanhas que tragam a sexualidade novamente a pauta sejam mais utilizadas. “A partir do ano 2000, a sexualidade que sempre esteve presente na prevenção nas décadas de 1980 e 1990 começa a desaparecer. Agora no final dos anos 2010 parece que estamos nessa perspectiva de retomada, a exemplo do clipe da Pabllo Vittar”, explica o ativista. Para Terto Jr campanhas como essa criam um diálogo muito interessante com os jovens, que atualmente são os mais afetados pela epidemia.

Encerrando a sua apresentação Terto Jr. salientou que “essa relação entre prevenção e direito ainda deve ser quebrada”, pois quem sabe assim voltemos a ter o espírito de “combate” que nos vem sendo retirados pelos diversos bloqueios e censuras que somos expostos diariamente.

Texto: Jéssica Marinho

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