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Parada do Orgulho LGBTI+ de Copacabana já tem data marcada


Chamando todas as sapas, bis, travestys, manas e boys trans, pocs e cacuras! A Parada do Orgulho LGBTI+ de Copacabana de 2020 já tem data para acontecer: 27 de setembro. Será dia de militar, celebrar, dançar, arrastar a raba no chão, beijar na boca. Porque a nossa militância é assim: sem as regras cisheteronormativas.

Organizada pelo Grupo Arco-Íris, a Parada irá para a 25ª edição. No ano passado, 800 mil pessoas prestigiaram o ato que teve como tema “Democracia, liberdade e direitos” e homenageou os 50 anos da Revolta de StoneWall e os 40 do Movimento LGBT brasileiro. Pabllo Vittar, Lexa, Mc Rebeca e Majur levantaram a multidão que foi à orla mesmo debaixo de chuva.

Organizador do evento e ativista da ONG, Claudio Nascimento confirmou em entrevista a Rio Gay Life a data e falou da expectativa para mais um desfile no bairro da Zona Sul.

A entrevista com o presidente do Arco-Íris segue abaixo, mas antes, faça um gesto de solidariedade

O número de mortes de pessoas negras por AIDS no Brasil aumentou 22% nos últimos dez anos. Desde o início de 2019, estamos distribuindo publicações informativas sobre prevenção ao HIV em bairros periféricos do Rio. É a informação que muda o mundo. A impressão dos exemplares só foi possível graças a participação de muitas pessoas em uma vaquinha virtual. Agora, precisamos de você para que a nossa ação continue em 2020. Faça a diferença fazendo uma doação (basta clicar na imagem abaixo) para que possamos fazer uma nova tiragem, uma nova edição e entregar mais milhares de exemplares nas periferias.

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Entrevista com Cláudio Nascimento, do Grupo Arco-Íris

Rio Gay Life: Qual a importância de estabelecer com antecedência a data da Parada do Rio?

Cláudio Nascimento: É fundamental para que toda a sociedade tome conhecimento. Especialmente, as pessoas Lgbti que vem de outras partes do Brasil e do mundo. Hoje mais de 25% dos participantes da Parada vem de outros estados e 2% vem de outros países. Divulgando a data com antecedência o setor turístico pode produzir pacotes de viagens mais acessíveis para as pessoas que queiram vir à cidade do Rio participar da manifestação. Também o Grupo Arco-Íris –  organização da Parada  e o movimento LGBTI (local e nacional) podem construir em torno da grande marcha uma agenda política, social e cultural de eventos, ampliando a força da Parada, que é a segunda maior do Brasil. Outro motivo é o de a organização ter mais tempo de planejamento e estruturação, além de articular patrocínios e outros apoios. Com isso, a Parada do Rio poderá crescer mais ainda, ampliando sua capacidade de incidência política na agenda da cidadania LGBTI no Rio e no Brasil.

Rio Gay Life: O tema já foi escolhido?

Cláudio Nascimento: No momento ainda está sendo desenvolvida a proposta de campanha de 2020, que será lançada nos próximos meses. A Parada do Orgulho LGBTI-Rio, é a primeira parada do Brasil. Desde 1995, realizamos 25 edições do evento. Nesse ano, comemoraremos o Jubileu de Prata da Parada do Rio, com edições que tiveram visibilidade massiva. Mas antes de 1995, a Parada teve mais duas edições: a primeira em 1993 foi uma passeata e em 1994 resolvemos não fazer uma passeata e sim um evento no Museu de Arte Moderna, que foi a Tarde de Convivência pela Dignidade Homossexual (era o nome a época). A Parada do Rio tem 28 anos de existência. Desde 1995, realizou 25 grandes edições que produziram potentes impactos na visibilidade massiva das pautas da comunidade Lgbti no Rio, reverberando por todo o Brasil. Portanto, queremos contar sobre essa história da Parada do Rio, trazendo fatos e memórias de cada edição anual e das reivindicações que o movimento fazia, conectando a temática com a realidade atual do cenário político brasileiro de aumento da violência e a discriminação contra LGBTI+ e, sobretudo, vamos falar de nossas conquistas, fruto da luta e resistência do movimento social LGBTI+ no Brasil.

Rio Gay Life: Qual o balanço que a organização fez da Parada do ano passado? 

Como foi de conhecimento público, tivemos muitas dificuldades para colocar a Parada na rua, mas com organização e articulação conseguimos fazer mais uma linda e politizada edição. A Parada foi um sucesso. Tivemos 800 mil pessoas participando, num domingo chuvoso, onde a chuva não deu trégua por todo o período da Parada. Se não tivesse chovendo teríamos reunido muito mais pessoas. Nossa previsão era de que reuniríamos em Copacabana em torno de 1 milhão e 200mil participantes. Houve um forte engajamento da comunidade LGBTI+. Foram mais de 300 pessoas voluntárias envolvidas na Parada. Embalados sob o tema “Democracia, Liberdade e Direitos” ativistas LGBTI+ denunciaram a discriminação contra LGBTI em tempos de ódio e cobraram dos governos respostas às demandas da comunidade. Também, nesta edição fizemos uma homenagem ao ativismo do Movimento Social LGBTI brasileiro que completava 40 anos de existência e também  lembramos o levante de Stonewall, em Nova Iorque, que celebrava 50 anos. Contamos com a participação de mais de 40 artistas da comunidade e mais de 20 djs que se apresentaram nos 06 trios elétricos ao longo da manifestação, como as cantoras Jane Di Castro, Lexa e Elza Ribeiro. Ainda tivemos a presença gloriosa de Pablo Vittar que foi a grande atração da juventude LGBTI+. Conseguimos o patrocínio da UBER e da Buser e contamos com pequenos apoios de empresas privadas e alguns setores da sociedade, mas mesmo assim, foi necessário diminuir a estrutura em razão de poucos recursos. Na edição de 2019, diplomatas e cônsules de 11 países – Holanda, Canadá, Estados Unidos, França, Bélgica, Suécia, Inglaterra, Noruega, Itália, Alemanha e Espanha, desfilaram numa jardineira trazendo mensagens de apoio a diversidade sexual e aos direitos humanos.

Rio Gay Life: Quais são os desafios do movimento LGBTI+ em 2020 que devem estar representados nas Paradas por todo o Brasil em sua visão ?

Primeiro no Rio de Janeiro precisamos superar a visão tacanha e conservadora dos governos locais. Em 2014, o Governo do Estado do Rio não honrou o pagamento do processo administrativo de patrocínio a Parada do Rio, deixando a organização com uma grande dívida após o evento. A informação de que o governo não honraria pagamento  só ocorreu após evento. E desde então o Governo do Estado não patrocina mais a Parada.

Com a chegada, em 2017, da nova administração na prefeitura do Rio, sofremos outro revés. O prefeito Crivela retirou o patrocínio a Parada. Portanto, diferente de São Paulo que conta com patrocínio independentemente das administrações governamentais, no Rio houve uma descontinuidade do  patrocínio que gerou fortes impactos na organização e estruturação da Parada do Rio.

Assim, desde 2017, temos encontrado muitas dificuldades para colocar a Parada na rua, mas com resistência e organização temos buscado superar esses obstáculos. Não é um favor que a prefeitura e o governo do estado fazem ao apoiar a Parada do Rio e sim é no mínimo uma questão óbvia de que a Parada traz recursos em impostos para a cidade e o estado do Rio além de trazer grande movimentação financeira em diversos setores da economia, como hotéis, restaurantes, transporte privado, serviços, entre outros.  Para se ter uma ideia, a Parada do Orgulho LGBTI+ Rio movimentou em 2019 uma média de 200 milhões de reais na cidade e de impostos para os cofres públicos foram 40 milhões de reais. A administração estadual e municipal, além do argumento civilizatório de que deve apoiar a Parada por ser uma grande campanha pública contra a discriminação e de promoção de valores pluralistas, também a manifestação contribui para o orçamento público e pode contribuir ainda mais se a Parada for vista como um evento estratégico, que só fica atrás do Carnaval e Réveillon.

Estamos vivenciando um cenário bastante complexo de ataques aos direitos da população e desmonte de políticas públicas e programas na saúde, educação, trabalho, cultura, segurança pública, entre outros. Pipocam-se por todo o Brasil, denúncias de discriminação e assassinatos de LGBTI e não encontramos no Governo Federal uma postura republicana, de reprovação desses fatos. Ao contrário vemos uma administração que tem esvaziado as políticas públicas construídas ao longo dos últimos governos. E ainda, temos um presidente da República, que sem cerimonia, reproduz a discriminação e dissemina discursos de ódio. No Rio de Janeiro, a discriminação e a violência contra LGBTI persistem, como também contra as mulheres e a população negra, sobretudo a juventude negra e a população trans de periferia. Pensamos que as Paradas no Brasil, além de ser um espaço de celebração e afirmação de nossa existência, precisam avançar mais ainda na conscientização de nossa comunidade lgbti, na  denúncia de discriminações e na cobrança dos governos municipais e estaduais de compromissos com a agenda de enfrentamento da discriminação  por orientação sexual e identidade de gênero e de promoção da cidadania LGBTI. Nesse ano, temos eleições municipais, onde escolheremos vereadores e prefeitxs. Vai ser muito importante pautar as candidaturas progressistas para que estejam alinhadas a nossa plataforma e chamar a atenção da comunidade para cobrar de candidatxs compromissos com essa agenda. Também é muito importante que setores do Movimento LGBTI busquem uma unidade para viabilizarmos candidaturas LGBTI que vá além da marcação de posição e termos possibilidade mais concreta de conquistar mandatos legislativos.

Fonte: Rio Gay Life – Felipe Martins

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