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Orgulho Gay é celebrado sobretudo por meio digital em seus 50 anos


Cinquenta anos após o primeiro dia do Orgulho Gay, em Nova York, a comunidade LGBT se reuniu essencialmente de forma virtual neste sábado (27) para lembrar a data, devido à pandemia do novo coronavírus.

Pequenas manifestações marcaram o cinquentenário, mas os atos consistiram essencialmente de encontros virtuais com a hashtag da Global Pride, uma manifestação virtual de 24 horas.

A London Pride, um dos principais eventos do Orgulho Gay, também precisou adaptar sua celebração. Para a ocasião, a palavra de ordem foi “adiados, mas sempre unidos”.

Um pequeno grupo de quinze pessoas, entre elas Peter Tatchell, um veterano do movimento, que usava uma máscara com as cores do arco-íris, foi às ruas comemorar a criação, há 50 anos da London Gay Liberation Front (Frente de Libertação Homossexual de Londres).
“Queremos refazer desta manifestação um evento pelos direitos humanos da comunidade LGBT”, insistiu o militante de 68 anos, enquanto as paradas do Orgulho Gay se tornaram eventos comerciais para empresas voltadas para o público homossexual.

Algumas manifestações foram transmitidas em telões na Praça Piccadilly e o prefeito de Londres, Sadiq Khan, manifestou seu apoio no Twitter.

Em Berlim, a polícia estimou que cerca de 3.500 marcharam sob uma temperatura próxima dos 30 graus, e o ministro alemão das Relações Exteriores, Heiko Maas, também recorreu ao Twitter para manifestar seu apoio à comunidade LGBT do mundo inteiro.

“Sintam-se orgulhosos de vocês! Pouco importa a quem vocês amam, pouco importa onde vocês vivem”, escreveu.

Em Viena, cerca de 200 carros e mortos decorados com as cores do arco-íris ou com unicórnios infláveis fizeram uma carreata na célebre rua Ring.

Segundo os organizadores, cerca de 5.000 espectadores saudaram o cortejo, uma versão menor da parada anual, que costuma atrair centenas de milhares de pessoas.

Em versão on-line, a manifestação mundial Global Pride, cuja palavra de ordem foi “Exista, persista, resista”, foi lançada em Londres às 05h (02h de Brasília).

Nos Estados Unidos, o ex-presidente Barack Obama enviou uma mensagem em vídeo homenageando os clientes do bar nova-iorquino Stonewall Inn, que se rebelaram em 1969 contra uma das muitas batidas policiais no local, dando início ao movimento contemporâneo pelos direitos dos homossexuais.

“Graças ao movimento que eles lançaram e às dezenas de anos de trabalho que se seguiram, o casamento entre pessoas do mesmo sexo se tornou legal no país há cinco anos e este mês a Suprema Corte decidiram que um empregador não pode discriminar funcionários LGBTQ”, acrescentou.

O candidato democrata à Presidência americana, Joe Biden, também fez alusão à Suprema Corte, ao avaliar que a celebração foi “particularmente comovente este ano”.

Na Argentina, prédios públicos e monumentos foram iluminados com as cores do arco-íris, e militantes organizaram uma semana de celebrações on-line, embora o dia do Orgulho Gay costume ser celebrado em novembro no país.

No México, ativistas homossexuais exigiram justiça para crimes de ódio, durante uma maratona digital que substituiu a tradicional marcha anual do Orgulho Gay.

Sob o lema “Alerta por nossos direitos e não ao retrocesso”, os ativistas advertiram que o ano passado foi “muito violento para a população LGBTTTI+”.

Para celebrar, apesar da pandemia, o Orgulho Gay, que todos os anos lota as principais avenidas da Cidade do México com carros alegóricos coloridos e discotecas ambulantes, os organizadores da “marcha digital” convidaram simpatizantes a se filmar caminhando, cantando ou dançando em casa e divulgar as imagens no Instagram ou no TikTok com a hashtag #ElOrgulloPermance (“O orgulho permanece”).

Milhares de vídeos, fotos e mensagens foram publicadas.

No entanto, 200 pessoas marcharam na avenida Reforma, rompendo o isolamento imposto pela pandemia.

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