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O que leva um jovem LGBT a pensar em suicídio? Entenda os sinais


O paraibano Yago Oliveira tirou, no último dia 14, a própria vida após ter sofrido com a rejeição da família sobre o fato de ter se assumido gay . Em um desabafo compartilhado no Facebook como uma carta aberta para a família, ele ainda pôde registrar, em janeiro deste ano, a realidade que vivia. O caso comoveu os internautas e abriu a discussão sobre os casos de suicídio na comunidade LGBT. Infelizmente, casos como o de Yago ainda são muito frequentes entre pessoas  LGBT .

Mesmo assim, ainda é possível que família e amigos consigam evitar que alguém cometa suicídio, começando por interpretar os sinais dados pela pessoa. De acordo com Alexandre Saadeh, coordenador do Grupo de Transtorno de Identidade de Gênero e Orientação Sexual do Instituto de Psiquiatria da USP, “cada jovem tem uma maneira de se comportar”. O profissional afirma que uma das primeiras manifestações mais comuns de se ver é quando o jovem está constantemente deprimido. Ele reprime o que sente e, sem alguém semelhante para discutir sobre seus sentimentos, começa a ter o sentimento de não pertencimento. Fora do padrão, isolado e parando de sair de casa, ele chega até a se automutilar. Depois disso, mais para os últimos estágios, a pessoa muda totalmente de comportamento. Ao que parece, ela conseguiu resolver todos os seus problemas de uma hora para a outra, sem uma justificativa, e não se apresenta mais da forma cabisbaixa, como anteriormente. Ela pode até decidir visitar pessoas e rever conhecidos de muito tempo – como se fosse se despedir.

“Aí, a coisa fica mais perigosa”, alerta Saadeh. Segundo ele, o indivíduo começa a ter a percepção de que a solução para acabar com o sofrimento e a humilhação de ser LGBT é tirar a própria vida, em um estalo de dedos. “O cuidado das pessoas ao redor deve se multiplicar nesses momentos.” O que pode ser feito por alguém que percebeu os sinais? Segundo Saadeh, o melhor é sempre buscar o apoio da família, que tem responsabilidade legal e grande importância para a pessoa, principalmente quando se trata de aceitação de sexualidade. Não se deve ter receio de falar em suicídio e morte com a família e até a própria pessoa que esteja manifestando sinais. Assim, ele explica, é possível encontrar psicólogos que possam ajudar a solucionar a situação e, mais importante ainda, grupos de apoio LGBT, que são fundamentais para que a pessoa se identifique e veja que não está sozinha. Compartilhando seus sentimentos e aprendendo a lidar com isso a partir da experiência de outras pessoas, é mais fácil começar a pensar de forma diferente, além do suicídio.

Para a pessoa que está tendo pensamentos sobre suicídio, ele indica conversar com pessoas, para não se isolar, e, se necessário, buscar ajuda de um profissional. De tal forma, ela pode entender o que está acontecendo com ela mesma e sua sexualidade, podendo lidar com isso de uma maneira construtiva, ouvindo o que outras pessoas têm a dizer para ajudar.  Saadeh lembra que muitos famosos são gays, que passaram por todo esse processo de descoberta, questionamento e até rejeição, e que sexualidade não define caráter. Ele reforça também que homossexuais, bissexuais e transgêneros não são “coitadinhos” por pensarem em suicídio. Segundo o profissional, transtornos mentais são independentes da orientação sexual.

Quando estamos falando de um jovem gay, por exemplo, a primeira coisa a se pensar é a fase na qual ele se encontra, segundo Saadeh. A adolescência é uma fase importante do desenvolvimento humano, que deixa o indivíduo exposto e frágil às situações sociais. Assim, de acordo com o especialista, é possível pensar na questão da sexualidade, que passa a ser descoberta aos poucos pelo jovem, aprendendendo e entendendo como funciona. Quando o indivíduo se revela gay, ele ainda tem de lidar com mais outra exposição, por sair do padrão heterossexual, e, logo, pode sofrer bullying, rejeição na família e tantos outros problemas.

A partir de então, se não tiver com quem dividir suas dores e pensamentos, vai ficando isolado, o profissional afirma. “A chance [de isso acontecer] aumenta muito na adolescência quando pensamos na comunidade LGBT, que passa pelo período de descoberta.” Para Saadeh, a mentalidade de um país também influencia em todo esse processo, visto o preconceito e os estereótipos regionais. No Brasil, ele afirma que a realidade é uma “colcha de retalhos”, onde existem diferentes formas de lidar com a sexualidade por todo o país.

Por um lado, São Paulo é uma cidade que tem muitos homossexuais e é um pouco mais tolerante do que o resto do país, por exemplo, com casais manifestando afeto em público. Concebe-se a ideia de que, “no meio mais erudito”, a aceitação é maior e a convivência é melhor, segundo Saadeh, e a “convivência vai mostrando que não tem nada a ver [ter preconceito]”. No entanto, boa parte do Brasil ainda é preconceituoso com relação a sexo e sexualidade, sendo as grandes capitais as exceções do país.

CVV

Se você está passando por isso ou conhece alguém que esteja, é possível entrar em contato com o CVV (Centro de Valorização da Vida). O CVV realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo de forma voluntária todas as pessoas, heterossexuais e LGBT , que querem conversar por telefone (no número 141), email e chat.

Fonte: iGay

 

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