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“O isolamento me afetou. Atualmente faço terapia para me conhecer melhor”


Foto: Arquivo pessoal

Curto, objetivo, consciente e à espera de dias melhores – apesar de não alimentar expectativas. O jovem Maicon Bruno Moreira, de 28 anos, pode ser resumido assim. Na entrevista remota para o Fala Jovem do Projeto Diversidade Sexual, Saúde e Direitos entre Jovens o carioca falou acerca dos dilemas vividos consigo mesmo na pandemia, prevenção, juventude e futuro.

Confira a entrevista na íntegra:

Apresentação

1– Nome completo e Idade

Maicon Bruno Oliveira Brasil Moreira, 28 anos

2 – Você reside na Zona Norte do Rio de Janeiro. Quais os principais desafios de morar nesta região?

Sim, os maiores desafios de morar na zona norte além da falta de estrutura com educação, lazer e saneamento básico; ainda é termos que enfrentar a criminalidade tomando conta das ruas.

3 – Como é a relação com sua família? Mora com eles?

Muito boa. Atualmente moro com meu companheiro.

4 – Sobre a pandemia, de que forma o isolamento social causado pelo coronavírus afeta ou já afetou sua saúde mental? E o que tem feito para distrair a mente e evitar os gatilhos psicológicos?

O isolamento me afetou no sentido de comunicação, não apenas da comunicação interpessoal, mas também comigo mesmo. Atualmente faço terapia para me conhecer melhor e ajudar a me comunicar com o outro.

5 – Como você avalia o combate ao coronavírus no Rio de Janeiro?

Avalio o combate de forma bem fraca. Na real parece que estamos enxugando gelo.

6 – Muitos jovens como você têm dificuldade em manter o isolamento social. Você já se viu em algum momento com resistências para seguir a quarentena? Se sim, como foi? 

Sim, foi difícil lidar comigo mesmo neste período. Não pude sair e minhas maiores distrações estavam inacessíveis no momento. Fui muito difícil lidar com o tédio.

7 – Quais suas expectativas para as eleições municipais em 2020?

Sinceramente, não estou com boas expectativas, pois os antigos candidatos estão retornando com as mesmas promessas, porém agora o povo está muito fragilizado devido a pandemia. Com isso poderão se deixar levar facilmente.

Relacionamento e Prevenção 

8 – Sobre a questão da prevenção, você tinha abertura para conversar isso dentro de casa? Ou o assunto era tabu? Quando tinha dúvidas ou dilemas nesse sentido, como buscava resolvê-los?

Não. Nunca tive muita abertura com meus pais dentro de casa. Através de amigos e pesquisas fui descobrindo.

9 – Jovens de 15 a 29 anos são uma das principais parcelas populacionais, atualmente, no que diz respeito aos índices de infecção por HIV/AIDS no Brasil. Ao mesmo tempo, nunca se teve tanto acesso à informações e outras tecnologias. Em sua opinião, o que faz com que a juventude se infecte tanto atualmente por HIV?

Acredito que seja devida essa ideia de que “Só se vive uma vez”. Muitos jovens estão se deixando levar pela falsa ilusão que nunca poderão contrair o vírus e com isso acabam se permitindo ter atitudes impensadas no momento do desejo.

10 – A Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (ABIA) trabalha, bem como o Projeto Diversidade Sexual, Saúde e Direitos entre Jovens, envolvida em questões do HIV/AIDS, prevenção, direitos humanos e justiça social para com populações vulneráveis (soropositivos, LGBTs, comunidades, jovens, negros, mulheres etc). Você considera que esses tipos de ações são importantes? Por quê?

Acredito que sim, porque em todas essas tribos existem pessoas que sofrem preconceito e elas precisam de uma atenção especial.

Futuro

11 – Acredita que sairemos diferentes e que tiraremos lições importantes para o mundo pós-pandemia?

Infelizmente a grande maioria das pessoas não. Mas em cada um dentro de si algo foi revelado ou mudado. Cabe a nós decidirmos trazer essas mudanças para nossos próximos dias.

12 – Qual sua perspectiva para o futuro?

Acredito num futuro onde os jovens terão mais oportunidades, e que através dessas oportunidades verão com novos olhares um futuro onde sempre poderemos escolher o caminho da honestidade e da paz com os outros.

 

Texto: Jean Pierry Oliveira

Foto: Arquivo pessoal

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