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Mulheres trans se casam na Hungria em meio a crescente perseguição a pessoas LGBT+ no governo Orban


Elvira Angyal e Tamara Csillag, posam para uma foto após seu casamento em Polgardi, Hungria, em 6 de novembro. No regime cada vez mais homofóbico do primeiro-ministro Viktor Orban, gays são proibidos de se casar, enquanto pessoas transgênero têm seu reconhecimento legal negado – ironicamente permitindo que Agyal, que completou sua transição legal para ser reconhecida como uma mulher, se casasse com Csillag, que ainda está presa aos seus documentos masculinos Foto: Reuters

O casamento do casal transgênero húngaro Tamara Csillag e Elvira Angyal parecia igual a qualquer outro, com o par nervoso se vestindo e indo para o tribunal rural em Polgardi, onde sua união seria selada. Mas no país governado pelo primeiro-ministro nacionalista Viktor Orban, isso foi especial, pois Orban, cada vez mais hostil às pessoas LGBT+, proibiu o reconhecimento legal da identidade transgênero na Hungria.

Ironicamente, foi isso que tornou a união possível, já o casamento homoafetivo não é permitido no país, mas Csillag ainda está presa aos seus documentos masculinos enquanto Angyal já tem os documentos retificados.

“Nosso sonho se tornou realidade. Estamos muito felizes por termos recebido um reconhecimento oficial ao nosso relacionamento”, disse Angyal após a cerimônia, de mãos dadas com sua nova esposa. Ela a beijou e disse: “Eu te amo”. “Eu também te amo”, disse Csillag.

A viagem delas até o grande dia esteve longe de ser tranquila. Ambas tiveram famílias como homens, antes de passarem a expressar sua identidade como mulheres. Dos sete filhos entre elas, apenas um, o filho de Angyal, Patrik, estava presente. “Uma das maiores alegrias da vida é ver seus pais felizes”, disse Patrik.

Grupos de direitos humanos dizem que Orban e seus aliados políticos, o partido democrata cristão KDNP, têm como alvo a comunidade gay desde que ele ganhou um terceiro mandato em 2018. “Por uma década, o governo empreendeu uma campanha sistemática contra pessoas LGBTQ”, disse Luca Dudits, integrante da organização de direitos humanos Hatter. “Isso contradiz as normas europeias e os direitos humanos em geral.”

O casamento aconteceu um dia depois que o vice-primeiro-ministro Zsolt Semjen renovar os ataques homofóbicos com uma proposta de consagrar na constituição do país a proibição da “propaganda de gênero”. “Eles não deveriam ser chamados de família, porque essa é uma noção sagrada”, disse Semjen. “Eles não deveriam adotar crianças, porque o direito das crianças ao desenvolvimento saudável é mais forte do que a necessidade de um filho dos casais homossexuais”, continuou.

Csillag disse que estava confiante o suficiente para que tais movimentos legais e propaganda não a abalassem. “O que prejudica as crianças é o que o governo faz”, disse ela. “A próxima geração pode de fato crescer como haters. Eles vão nos odiar, embora não saibam o porquê.”

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