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Livros impróprios? Conheça 10 escritoras que trabalharam a temática LGBTQ+ em suas obras


A escritora Ryane Leão. Foto: Foto Marcos Alves / Agencia O Globo

RIO – Desde a tentativa de apreensão de livros com temática LGBTQ+ e conteúdo supostamente impróprio por parte do prefeito do Rio Marcelo Crivella durante a Bienal do Livro, muito se tem falado sobre e representatividade na literatura. Mas em meio de toda a discussão que envolve censura e questões de gênero e diversidade, pouco de fala das escritoras que esrtão fora dos padrões da heteronormatividade.

A obra de escritoras lésbicas e bissexuais que escreveram sobre o amor e o sexo entre mulheres é pouco discutida e, muitas vezes, esquecida na história da literatura. Outras, apesar de reconhecidas, têm sua sexualidade apagada e ninguém ao menos lembra delas como autoras LGBTQ+ .

CELINA traz hoje uma lista com dez dessas mulheres, brasileiras e estrangeiras, que com suas palavras, acrescentaram capítulos a mais na literatura mundial.

Cassandra Rios (1932-2002):  a primeira brasileira a atingir a marca de um milhão de livros vendidos, Cassandra teve 36 de seus 50 livros censurados durante a ditadura civil-militar (1964-1985). Assumidamente lésbica e recordista de vetos durante o regime, Cassandra escrevia principalmente sobre homossexualidade feminina. Apesar da censura, ela nunca parou de escrever e, durante o período ditatorial, chegou a publicar romances com dois pseudônimos masculinos sobre casais heterossexuais com o intuito de provar que a censura e as críticas negativas se davam devido ao teor erótico do seus livros se voltar para mulheres lésbicas.

Virginia Woolf (1882-1941):  é de conhecimento geral seu casamento com o economista e historiador Leonard Woolf, de quem adotou o sobrenome. O que poucos sabem é que a escritora inglesa teve um romance de quase dez anos com Vita Sackville-West, que era de conhecimento dos maridos de ambas. Vita foi a principal inspiração de Virginia para o livro “Orlando”, em que o personagem de mesmo nome transita eternamente entre os gêneros masculino e feminino. A obra é , e até hoje essencial para os estudos da teoria queer.

Ana Cristina César (1952-1983):  também conhecida como Ana C., a autora pode ser considerada um ícone da poesia marginal ou geração mimeógrafo, movimento da década de 1970 composto por autores que, no auge da ditadura, escreviam, editavam e publicavam os próprios livros. Homenageada da Feira Literária Internacional de Paraty (Flip) de 2016, a obra de Ana, considerada híbrida entre a prosa e a poesia, coloca a sexualidade e o prazer feminino em questão. Seu último livro publicado, “A teus pés”, foi um sucesso de vendas. Para a crítica literária Heloísa Buarque de Hollanda, é “a escritora brasileira mais importante surgida nos últimos anos”.

Patricia Highsmith (1921-1995):  a americana Patricia foi uma das primeiras autoras a escrever um livro sobre um romance entre mulheres que, de fato, tinha um final feliz na década de 1950. “Carol” ou “The price of salt” foi adaptado para o cinema em 2015 e chegou a concorrer em seis categorias do Oscar. Baseado na história de sua própria vida, o enredo trata da história de uma cliente que se apaixona pela vendedora de uma loja de departamento. Carol, apesar de ter sido um sucesso de vendas, precisou ser publicado sob o pseudônimo Claire Morgan devido ao teor homoafetivo. Após sua publicação, Patricia passou a receber entre 10 e 15 cartas por semana endereçadas a Claire.

Ryane Leão:  com mais de 200 mil seguidores no perfil do Instagram @ondejazzmeucoracao, Ryane é autora do best-seller “Tudo nela brilha e queima”, publicado em 2017. Negra , lésbica e professora, a cuiabana de 30 anos é constantemente comparada a poeta canadense Rupy Kaur, devido ao tom íntimo e autobiográfico de suas poesias, onde também retrata sua própria experiência com relacionamentos abusivos, machismo e racismo, além da sua vivência como mulher.

Judith Butler: nome essencial para os estudos de gênero, Judith Butler é fundadora de conceitos como a performance da feminilidade e da teoria  queer , que aparecem em um de seus principais livros, “Problemas de gênero”, publicado no início da década de 1990, momento em que emergiu a terceira onda do movimento feminista. Aos 63 anos de idade, Judith é doutora pela Universidade Yale e professora do departamento de Literatura Comparada na Universidade da Califórnia. É um nome extremamente importante na militância LGBTQ+.

Angélica Freitas : autora de “Um útero é do tamanho de um punho”, publicado pela Companhia das Letras, já teve suas obras traduzidas na Argentina, Espanha, México, Estados Unidos, Alemanha e França e foi indicada ao prêmio Prêmio Portugal Telecom Poesia. Em seus poemas, Angélica trata principalmente do prazer feminino e de relações entre mulheres. Seu primeiro livro foi publicado em 2007, intitulado “Rike Shake”, pela falecida editora Cosac Naify, além da HQ “Guadalupe” em 2012.

Alice Walker:  ainda na infância, Alice perdeu completamente a visão do olho direito. Tendo como principal refúgio a escrita, pode ser considerada uma das mais importantes escritoras americanas do século XX. É autora de “A cor púrpura”, romance de 1982 adaptado para o cinema por Steven Spielberg e ganhador do prêmio Pulitzer, em quetrata de temas como racismo e homossexualidade.

Tatiana Nascimento:  é uma poeta, cantora e editora de livros artesanais da Padê Editora — junto com Bárbara Esmênia —, que publica obras de autoras negras , periféricas, lésbicas, travestis, pessoas trans e bissexuais em tiragens pequenas. A autora de “Lundu”, em suas obras, trata de temas como a lesbiandade, questões relacionadas a heteronormatividade e a cultura iorubá.

Audre Lorde (1934-1992):  Audre foi uma poeta negra lésbica norte-americana, filha de pais caribenhos e ativista extremamente importante na luta pelos direitos civis. Além de ser uma das pioneiras nos estudos de feminismo interseccional foi uma das primeiras mulheres a pensar na questão do autocuidado da mulher negra, ainda na década de 1980.

Fonte: CELINA/O Globo

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