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Jovem moradora da Vila Cruzeiro revela suas experiências religiosas, o sonho do jornalismo esportivo, feminismo e sexo (2017)


“Eu amo ver Big Brother, posto nas minhas redes sociais o tempo todo, e tem gente que critica. Mas a filha do pastor tá (sic) vendo Big Brother? Mas se meus pais não falam nada porque você que é de fora vai falar?”. É de maneira franca e objetiva que a jovem Karina da Silva Paixão leva a sua vida, independente de fé, religião ou pensamento alheio. Moradora da comunidade da Vila Cruzeiro, no bairro da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro a bacharel em Jornalismo é membro da Assembléia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC), do pastor Silas Malafaia, no qual seu pai responde pela unidade local. Com uma infância marcada por brigas dos pais e o evangelismo, a jovem cresceu entre os mandamentos ditados por sua fé e religiosidade por um lado e os quereres de qualquer menina de 25 anos, por outro lado.

Assertiva e segura, Paixão revelou o sonho de trabalhar como jornalista esportiva, – é apaixonada por futebol – a dificuldade encontrada para dar continuidade ao ensino superior, além de compartilhar outros pensamentos e posicionamentos acerca de diversos questionamentos: família, igreja, fé, relacionamentos, sexo, homossexuais, prevenção, HIV/AIDS, feminismo, machismo, preconceito, política, UPP e outros. Confira abaixo:

Família e Violência Doméstica

“Meu pai e minha mãe brigavam muito quando meu pai era ímpio (aquele que não tem fé ou religião) e minha mãe não era. E eles tinham muitas brigas diárias dentro de casa e minha mãe não aceitava de jeito nenhum ser agredida. Então, nós morávamos no Lins quando morava com minha avó. Quando meu pai aceitou Jesus, passou a ir para a igreja, aí teve aquela família estabilizada, saímos do Lins e fomos morar na Vila Cruzeiro. Eu devia ter 4, 5 anos. Sou filha única. Tinha briga diária e ele bebia e chegava em casa transtornado. E minha não aceitava de jeito nenhum ser agredida. Por exemplo, se ele dava um tapa, ela revidava e dava dois, três e saia tacando tudo. E a vizinha aparecia pra me pegar e não ver briga. Mas mesmo assim, a gente (sic) é criança mas eu cresci vendo isso. E o orgulho que eu tenho mais da minha mãe é que ela não aceitava ser agredida, ela não abaixava a cabeça. Não ficou mágoa, mas eu lembro de tudo”.

Religião

“Eu não fui o tempo todo da igreja, mas minha mãe já não (sempre foi). Até mesmo, minha tia tá (sic) passando por um processo do meu tio ter abandonado ela na gravidez, ter ficado com outra, ter descoberto uma traição de anos e ela diz que se inspira na minha mãe porque, automaticamente, ela não aceitava esse tipo de coisa, no caso, ela colocava o papel dela como mulher e ela conseguiu com a fé dela trazer meu pai para a igreja. Eu sempre ia com a minha mãe (para a igreja). Ela sempre me levava. Ou tinha escolinha, ficava na salinha, com a tia. O tempo todo assim. Porque quando meu pai entrou para a igreja e virou pastor eu não podia nada. Até hoje, por exemplo: eu amo ver Big Brother, posto nas minhas redes sociais o tempo todo, e tem gente que critica: “mas a filha do pastor tá (sic) vendo Big Brother? Como a tia das crianças vê Big Brother? Eu dou aula para os adolescentes na minha igreja, como a professora da EBD (Escola Bíblica Dominical) assiste Big Brother?” Minha mãe assiste Big Brother comigo. É isso que me dá força pra ver porque, por exemplo, se meus pais não falam nada porque você que é de fora vai falar? Você não é obrigado a pensar igual todo mundo. E eu não penso igual todo mundo como, por exemplo, eu não penso igual a você. E eu também não penso como a maioria dos evangélicos. (Porque na igreja) tem que pensar, até mesmo para subirem de cargo, para ser puxa saco de fulano,“então tá eu vou apoiar fulano de tal”. Antigamente eu sentia mais o peso (de ser a filha do pastor). Por exemplo, não posso namorar gente do mundo, hoje em dia eu tenho cinco anos (de namoro). Assim que eu comecei a namorar o Vanderson, as pessoas falavam assim “então vai sair da igreja”. Não, eu provei que o meu amor por ele superou várias coisas, mas não é namorando um ímpio que eu vou ter que sair da igreja. Sai da igreja quem quer, não é você que vai me tirar da igreja. Não é porque eu vejo Big Brother que eu vou ser uma pessoa com a mente fechada, que eu vou por exemplo discordar de você, que eu não vou poder mostrar para as pessoas que eu posso ser diferente. Mas é aquilo: você aceita se você quiser, mas você é obrigado a respeitar minha opinião. Você não é obrigado a seguir o que eu estou falando. Você é obrigado a respeitar o que eu estou falando. Então eu acho que é isso que as pessoas tem que ver”.

Silas Malafaia

“Ele é um bom pastor. Às vezes sim (me sinto representada por ele). É igual eu falei, tem opiniões que a gente não aceita, mas eu tenho que respeitar. Eu não (me posiciono dentro da igreja). Muito difícil isso acontecer, ir contra, é muito difícil. Porque a palavra dele que vai permanecer. A gente pode ter uma opinião, mas não vai mudar. É aquilo, aquilo e aquilo. Ah, ele influencia muitos jovens. Por exemplo, a gente tá (sic) com um projeto Josué numa igreja. Todas as filiais – isso foi um projeto dado por ele – que é nós irmos pras comunidades de onde você congrega, no caso a minha comunidade na Chatuba. Então eu tenho que ir na comunidade, lá na Chatuba, fazer uma ação social por amor. Entrar na casa das pessoas, limpar o banheiro, lavar uma louça, varrer uma casa e isso começou sábado. E eu vi que esse projeto é como tipo assim, “vamos dar um soco na desigualdade”, vamos ter mais amor ao próximo. A gente entrou na casa de gente espírita, que abriu as portas e nos tratou até melhor do que certos evangélicos e isso foi um soco, na minha visão, na cara de cada evangélico que “ah todo espírita é macumbeiro, todo espírita faz mal”. E a gente entrou na casa de uma senhora que provou que não tem altar nenhum, ela já disse assim “gente eu sou espírita, vocês quer fazer ação na minha casa?”.“Sim, a gente quer fazer ação na sua casa”. E eu tenho certeza que a visão que ela tinha de nós evangélicos, também mudou muito. Porque foi assim que a minha visão mudou dela”.

Homossexuais

“Bom, lá na igreja a gente não vai destratar ninguém. Qualquer um que for lá pode chegar, a gente vai te tratar muito bem. Sendo que, a gente tem aquela visão da Bíblia: Deus fez homem e mulher. A gente vai pregar desse jeito. Deus fez homem e mulher pra casar, procriar, ter filhos, enfim. A gente não vai ficar porque entrou um homossexual “vem cá que a gente vai te repreender esse espírito maligno”, igual eu vi em certas religiões. Não! Deus não mandou amar o próximo? Então eu to (sic) te amando como amo meu próximo. A gente não vai ficar “é um espírito maligno, você tem que mudar”, não. A gente vai pregar o que tá (sic) na bíblia e na bíblia diz “Deus fez Adão e Eva”. E é Adão e Eva”.

Comunidade

“Lá dentro da Chatuba a gente é recebido em qualquer lugar porque é a igreja. Por exemplo, a gente quer fazer um evento na quadra da Chatuba tal hora, a gente tem Queridos pais,pedir permissão na associação de moradores e até mesmo ao tráfico e como é igreja eles vão liberar a qualquer momento, entendeu? A gente não tem essa represália, pelo contrário, as portas sempre estão abertas para quem é da igreja”.

UPP x Violência

“Eu não gosto (da UPP). Eu achei que ficou muito mais perigoso. Tiroteio o tempo todo, do nada, por exemplo: a gente tá (sic) com criança saindo da escola e tem operação e é até mesmo arriscado pra eles (policiais). Porque o tráfico não acabou, pelo contrário. O tráfico tá (sic) a todo vapor. Todo vapor no sentido eu falo assim, crianças de 13, 14 anos e até menos entrando pra boca de fumo com armamentos pesados, despreparados e a UPP. A gente ouve radinho de comunicação, eu moro dentro de um beco que, por exemplo, lá na minha casa a gente teve que fechar tudo, gradear, pra eles não subirem lá em casa pra ficar trocando tiro com bandido. Eu não quero que meus filhos passem por isso”.

Formação Acadêmica

“Fiz Jornalismo na UNISUAM, em Bonsucesso. Foi bacana. Foi o que eu sempre quis. Mas aí começa aquela questão: o pós-faculdade. Eu sempre achei que a gente colocando faculdade de Jornalismo no currículo as portas iriam se abrir. Não aparece nada. Por exemplo, eu fui numa entrevista, num local maravilhoso, o meu currículo tava direitinha com aquelas coisas que eles estavam pedindo, a gente faz a prova e vamos aguardar. Você fica aguardando até hoje. Sempre. Acho que já foi umas três e nada. E não é só na área de Jornalismo. Uma questão que eu estou vendo é que é em todas as áreas. Quem tá (sic) dentro se segura para não sair e quem tá (sic) fora espera chamar. Meus pais sempre apoiaram (a escolha do curso), eu fiz dois períodos de Publicidade: no segundo período eu disse “meu Deus do céu, vou fazer isso aqui não”. Aí mudei pra jornalismo”.

Jornalismo esportivo e Machismo

“(Gostaria de atuar) no jornalismo esportivo, mas é minha peleja pra conseguir. Porque eu gosto dessa área de futebol. Futebol é minha paixão. Fluminense é minha paixão (risos). Sim (já foi julgada por gostar de futebol), até mesmo no estádio.“Senta que você não sabe de nada”. Às vezes eu to (sic) gritando o nome de um jogador, falando o que tem que fazer, e um cara do meu lado falando a mesma coisa que eu e o outro “senta que você não sabe de nada” só porque eu sou mulher. Hoje em dia, eu vou menos porque tem questões que por exemplo: dias de jogos que eu não pude ir porque tinha aula, eu não posso matar aula pra ir ver. Antigamente eu ficava meio “caramba”…eu mesmo sabendo que estava certa, o cara falava e eu falava “hum, ele tem razão. Eu sou mulher então deixa eu (sic) ficar quieta”. Hoje em dia não. Hoje em dia se eu for no estádio e ficar gritando o que o jogador tem que fazer, ficar “passa bola pra cá, passa a bola pra lá” e vim um babaca machista mandando eu sentar, ele vai ouvir. Hoje em dia eu acho que tenho uma cabeça mais aberta pra poder responder à altura”.

Negritude e Preconceito dentro e fora do Jornalismo

“Não, claro que existe preconceito. Mas eu acho que não há barreiras que não possa ser ultrapassada. Eu acho que ainda rola certos tipos de preconceitos. Porque ela pode ser a garota mais inteligente, mas é negra: vamos deixar pro segundo plano. Não sofri preconceito (pela cor), mas morando em favela sim. Eu fiz um curso na (rua) conde de Bonfim (rua do bairro da Tijuca, zona norte do RJ), de informática, aí teve uma hora de se apresentar. Aí eu fui falar “eu moro na Penha”. . Aí o professor “mas que lugar da Penha, porque eu conheço aquela redondeza da Penha”. Aí eu disse “moro na Vila Cruzeiro” e foi na época da morte do Tim Lopes. Aí na sala teve um garoto e uma menina e “ah, é favelada”. Parece que foi um soco no estômago “ah você é favelada”. Aí você olha pro professor e vai falar o que? E ele também não falou nada. Porque ninguém esperava a reação, a resposta deles, entendeu?”

Feminismo

Por exemplo, se hoje se um cara vier e falar gracinha eu acho, porque eu sou bem calma, eu acho que eu teria resposta pra dar. Mas ao mesmo tempo, eu acho, que eu ficaria calada com medo de alguma agressão. Acho (o feminismo importante), a mulher tem que tem sim direito de voz, porque não? Tem que ter voz na sociedade, não é só o homem falar e abaixarmos a cabeça não. Já passei por isso na igreja, ele (um fiel) deu um palpite e eu não concordei”.

Trabalho

Eu trabalho assim, em eventos da igreja que, por exemplo, tem um cantor na igreja: aí eu entro em contato com a assessoria daquele cantor pra ver se pode, quanto custa pra levar até a igreja, cuido das redes sociais, das páginas da igreja. Fora da igreja não. Mas eu trabalhava de telemarketing na Tim. Deus me livre, não aconselho ninguém a fazer isso! Eu acho que o telemarketing, o profissional do telemarketing, deveria ser mais valorizado e não é. A gente tá (sic) ali pra cuidar da sua causa, a fatura vem errada e estamos ali pra ajustar em seu benefício e a pessoa te dá valor nenhum. (Trabalhava lá) porque tinha que pagar a faculdade. Meu pai me ajudava, dava a maior parte e eu acrescentava e os custos, por exemplo, passagem era comigo, lanche era comigo, entendeu?”

Relacionamento

“O Vanderson ele é vizinho da minha tia. Eu já tinha passado pro três relacionamentos, quer dizer, eu tinha namorado uma pessoa por três anos que ele tinha me sacaneado, me traiu, e eu não queria ninguém na minha vida. Aí ele apareceu de um jeito “ah, não quero” e fui levando. Sim (posso levar em casa), mas não pra dormir. Vamos lá, vamos conhecer meu pai, pedir a mão ao meu pai pra namorar comigo, a minha mãe, conhecer minha família, almoçou e vai embora. Nunca quis que o Vanderson dormisse lá em casa não. É o primeiro de fora da igreja. Ele se fez de orgulhoso por namorar uma garota da igreja, achando que eu não iria trair ele. Acho que o que pesou para ele foi isso, ser diferente das demais. Ele é meio assim “não, namorada minha não vai curtir baile”. Mas ele pode curtir. Isso eu sempre detestei essa história. Às vezes nossa cabeça fica a mil né, porque a gente sabe que hoje em dia tem mulher atirada, tem mulher que chega chegando”.

Prevenção

“Tive diálogo dentro de casa, até porque quando minhas amigas começaram a engravidar começou ficar aquela coisa “fulano vai engravidar. Será que depois vai ser Karina?”. Então quando minhas amigas começaram a engravidar, na hora “Karina não pode fazer isso, não pode fazer aquilo”. Até mesmo começando a julgar as garotas. Porque duas que engravidaram eram irmãs e engravidaram em meses seguintes, uma descobriu em junho e a outra em julho e andava comigo. Então aquilo ali começou “olha não pode fazer isso, não pode fazer aquilo”. Não pode, porque eu não poderia fazer. De repressão. Me julgando até mesmo porque eu sou da igreja, sexo antes do casamento não pode e tudo mais. Mas a minha família foi a questão “não pode”, não é a questão da prevenção. Não pode!  Eu já tava namorando o Vanderson e até mesmo pra não falar “hum, tá tomando anticoncepcional porque tá fazendo coisa errada”, então eu não queria nada disso”.

DST, HIV E AIDS

“Eu tive uma tia que pegou sífilis. Era casada, bem casada, só que ela pegou sífilis e foi aquele “porque?, porque?, porque?”, aí ela foi no ginecologista e o médico falou “você é casada?”, ela disse que era casada. “Então, teu marido que te passou a doença”. Aí a gente descobriu porque: ele tinha traído ela. Então, essa questão da doença sexualmente transmissível na família foi falada por essa questão da tinha minha. Sim (fico mais alerta) e aconselho todo mundo que hoje em todos os postos, clínica da família, deixa lá a vontade (a camisinha). Informação não falta porque a internet fala o tempo todo. O programa da Fernanda Lima fala sobre isso também. É questão de tipo assim “ah, não tem nada a ver”, acha que a doença não vai bater na sua janela, vai bater na janela do vizinho, mas na tua janela não vai acontecer. “É mais gostoso (fazer sem camisinha)”, entendeu. Tanto que às vezes vem mais gravidez do que doença por essa questão. Com camisinha não. E, às vezes, as meninas também porque “ah, se eu fizer com camisinha vai me largar” , “se eu fizer sem camisinha ele vai ficar comigo”, “sem camisinha é mais gostoso”.

Não é só doença sexualmente transmissível, tem a herpes labial de ficar beijando um e um e um, são adolescentes que estão em auge, querem sair beijando e a gente conversa na escola dominical quando o assunto é direcionado, pra não ficar “ah, me dá uma prova de amor”. Porque assim, são garotas de 13, 14, 15 anos, a maioria não tem aquela mente formada, tá em fase de crescimento, fase de formação. Conhece um garotinho mais esperto, “dá uma prova de amor”, a gente conversa sobre isso, que não é assim, não existe prova de amor em relação sexual, não sair beijando qualquer um por aí. Que não é só penetração, que não precisa só de sexo com penetração pra causar uma doença, aí na igreja quando pode a gente sempre tá (sic) alertando sim”.

Sexo

“Eu e Vanderson: ele não tem o porque seguir o evangelho. Ele pode fazer sexo com quem ele quiser, se ele quiser, e eu já tenho que seguir meu evangelho, que é depois do casamento. Tem que bater nessa tecla. E eu sinto que ele fica muito mal, por exemplo, às vezes a gente tá (sic) namorando, o fogo começa e eu falo “Vanderson, não pode”. Aí ele fica querendo esmurrar, tipo assim, a pessoa quer esmurrar a parede mas não pode, por causa daquela vontade. Já (pensei em quebrar o evangelho) gente, eu não sou totalmente fechada pra isso né. Sempre teve aquela primeira vez que a gente não esquece. Mas, hoje em dia, eu sigo direitinho: não pode, não pode, não pode. A gente sente vontade, é da carne. Na bíblia mesmo diz que a gente tem que lutar contra tudo, a gente consegue e vai conseguir. Acho que as pessoas fazem sexo por fazer. Às vezes tá (sic) nem com vontade de fazer, mas tá (sic) fazendo sexo só pra dizer “fiz sexo”. Tanto que teve até uma palestra que eu participei que falou “se tá (sic) esquentando demais, vamos tomar banho frio – os dois – pra poder não fazer”. E tem essa questão assim “ah, porque é o da igreja e não faz (sexo)”, mas o que eu namorei e me traiu era da igreja. Seguiu a mesma disciplina comigo, da mesma religião, batíamos na mesma tecla de que íamos levar até o casamento e ele traiu porque ele não aguentou. Fiquei mal, mas não julguei o evangelho. Porque foi uma questão minha e um ato meu não querer fazer (sexo), não sou obrigada a fazer porque pra você me trair eu posso estar fazendo com você e você estar me traindo com Deus e o mundo. Eu tinha 16 e ele tinha 22, tipo assim, ele tava no auge de queria porque queria isso e ele fez porque ele fez. Eu não gosto disso não (sexo anal). Nem depois do casamento, nem antes. Eu posso morder a língua e depois quando casar e meu marido querer fazer (sic), pra satisfazer meu marido, pra manter meu casamento, eu acho que até eu posso se for da minha vontade fazer, experimentar. Eu agora, eu respondo: eu não faria”.

Política e Religião    

“Ah, eu não concordo. Porque eu acho que os políticos são tudo safados e acaba o evangélico indo pra política e acaba tipo assim “é safado também”. Dando a entender que tá (sic) no meio da roubalheira. A gente sabe que político né, passa aquela mão”.

Futuro

“Eu espero conseguir um emprego na área, que é o que eu quero, concluir a pós de jornalismo esportivo que quero e atuar no jornalismo esportivo que é o que eu amo. Gente, eu queria casar com 19 anos, então com 25 eu não tô casada…Sei lá, acho que era essa história de brincadeirinha “quero casar com 19”, aí eu achava que com 19 anos eu iria estar estabilizada profissionalmente, que eu ia tá (sic) diferente, não ia estar morando mais onde eu estou e não foi nada disso. Sabe que evangélica não pode ficar muito tempo namorando né. Não pode pra não acontecer essa história de você cair na tentação de ir antes do casamento. Mas eu não me vejo preparada pra casar. Eu não quero casar agora. Mas eu conheço gente que está há 15 anos casando agora.

Eu não vou casar agora. Eu até falei semana passada “mãe, maio chegando eu vou fazer 26 anos e eu não tenho carro, eu não tenho casa própria, eu não tenho filho, mãe”. “Que bom”, ela respondeu. Se fosse outra “não, você tem casar, fazer assim”. Eu também não penso em ter igreja não. Eu quero continuar sim, com meu ministério que é tia das crianças, eu canto no ministério de louvor e quero continuar sim, se Deus permitir, mas negócio de ministério e pastorear, não. Acho que é muita responsabilidade, muita carga que você leva, que você tem que ouvir coisas e fingir que não ouviu coisas. Deveria ser o contrário, mas em todos os lugares rola isso. Rola certos tipos de inveja, querer ser melhor do que o outro, lá também acontece isso. Só que a gente tem que ir caminhando pra igreja e olhando pro céu, que é o alvo. Pra Deus o tempo todo. Porque senão a gente sai e não quer voltar nunca mais”.

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