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Iniciativa busca dar apoio a presos LGBT e sensibiliza agentes na Penitenciária de Florianópolis


Foto: Jann Nazário/Divulgação

Uma iniciativa desenvolvida pela Associação em Defesa dos Direitos Humanos com Enfoque na Sexualidade (Adeh) e agentes penitenciários busca dar visibilidade aos direitos e necessidades das pessoas LGBTI+ dentro dos presídios. Desde maio, detentos LGBTI+ e servidores do Complexo Penitenciário da Agronômica, em Florianópolis, participam de conversas e palestras de sensibilização.

As reuniões da associação com agentes ocorrem às terças-feiras. No Complexo da Agronômica, são 12 presos que se declaram LGBTI+, segundo o Departamento de Administração Prisional (Deap). No entanto, a Adeh estima que entre os cerca de 1,6 mil detentos o público seja maior, mas muitas vezes por medo, não se assumem dentro da instituição.

“Buscamos organizar uma espaço das LGBTs. Isso inclui um estudo para desenvolver oficinas e ouvi-las, na visão delas quais são as necessidades dentro de uma unidade penitenciária”, disse a gerente de Saúde Ensino e Promoção Social da Penitenciária de Florianópolis, Caroline Aquino Hubler.

Atualmente, a população LGBTI+ ocupa duas celas da unidade prisional. Segundo Hubler, pelos primeiros diálogos, a manutenção da feminilidade dentro de uma penitenciária masculina está entre os principais desafios das apenadas.

“A preocupação é da maneira como elas se enxergam. Como gostariam de estar. Para isso é preciso pensar formas de adaptar produtos para segurança”, explica Carolina. “É preciso trabalhar a autoestima das pessoas, criar uma rede. Elas têm direito a ter pinça, se depilar, fazer a higiene de uma forma diferente”, completa a presidente da Adeh, Lirous Ávila.

Em 12 de junho, foi feita uma palestra na unidade com o deficiente e homossexual Juninho Rohden. Ele contou sobre a experiência de viver em um padrão que não é socialmente aceito. “Foi um encontro com a intenção de trabalhar o tópico das diferenças. Vieram as internas, pessoal do administrativo, operacional. E todo mundo pode entender, ter um novo olhar sobre a questão”, explica Carolina.

Busca de profissionalização

Além dos encontros, a Adeh ficou responsável em apresentar um projeto para este público privado de liberdade. A ideia é oferecer apoio psicológico e fornecer qualificação profissional. “Para que as pessoas que saiam de dentro de presídios já possam ter alguma atividade no mercado de trabalho”, explica a presidente da Adeh.

“Travesti e transexuais ficam à mercê do trafico de pessoas, da ‘cafetinagem’, e da exploração sexual e de drogas. O projeto pretende trabalhar no desenvolvimento desta população”, reforça Lirous Ávila.

Para viabilizar a formação profissional, são estudadas parcerias com professores e avaliadas questões técnicas. As detentas mostraram interesse em desenvolver corte e costura, além de aprender usar maquinário para impressão em canecas e camisetas. A Adeh já trabalha com um sistema de economia solidária, onde há a possibilidade de comercializar as peças produzidas.

“As oficinas podem demorar um pouco mais de tempo para acontecer. É preciso abrir uma concorrência publica e ter um local adequado”, explica a gerente.

A associação também pretender oferecer estágios na área médica e psicológica no projeto, bem como um acompanhamento de hormônio terapia. Atualmente, o atendimento de saúde é oferecido a todos os detentos de forma igual, sem particularidade das necessidades de gênero.

Ainda não há data para conclusão do projeto, que segue em elaboração. “A reinserção na sociedade é um compromisso. Tudo isso é novo para nós, mas mudanças de conduta podem ser feitas para promover uma qualidade de vida enquanto cumprem a lei”, finaliza a gerente.

Fonte: G1

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