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‘Inesquecível’, diz prenda trans que recebeu homenagem em Centro de Tradições Gaúchas


Foto: Reprodução/RBS TV

Pela primeira vez em 52 anos de história, uma transexual foi reconhecida como participante do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG). A prenda Gabriella Meindrad Santos de Souza, de 32 anos, recebeu uma homenagem por sua trajetória no Centro de Tradições Gaúchas (CTG) de Mata, na Região Central do Rio Grande do Sul.

Servidora pública e estudante de direito, ela foi reconhecida no último sábado (29), durante o baile de 50 anos do concurso de prendas da 10ª Região Tradicionalista.

“Foi realmente, assim, inesquecível. Não só por estar vestida de prenda, não só por, pela primeira vez, ser como eu gostaria de ser desde que eu comecei a participar do movimento, mas por estar ali, compartilhando isso com pessoas que fizeram parte da minha vida”, define a homenageada.

“A gente não teve uma diferenciação da presença da Gabriela lá, porque nós tratamos tudo com a maior naturalidade”, observa o diretor cultural da 10ª Região Tradicionalista, Danilo Alves.

A notícia chegou por e-mail depois que Gabriella decidiu procurar o Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) para falar sobre a mudança de gênero. A prenda, que costumava participar das atividades do CTG desde criança, ainda como peão, fez a transição em 2011, aos 25 anos. De lá para cá, ficou afastada do movimento.

Para surpresa de Gabriella, o MTG retornou informando que ela poderia seguir participando do movimento sem problema algum e que iria homenageá-la por sua história ligada à cultura gaúcha.

“Esse movimento faz parte de uma sociedade em plena movimentação. O MTG é fatia pequena dessa sociedade, onde tem conceitos, valores, questões familiares muito caras para todos e que sempre estamos preservando, mas somos parte da sociedade e não podemos viver isoladamente”, esclarece o presidente do MTG, Nairo Callegaro.

“Nós temos que ter sensibilidade de lidar com essa questão. Respeitar a liberdade das pessoas”, acrescenta Nairo.

O par de Gabriella no baile de homenagem foi um parceiro de longa data. Em 2003, o peão Alberto Barreto Goerch foi seu colega de gestão. Ele comemorou a conquista da amiga, que representa também um avanço para o movimento.

“Eu ver a Gabriela, que é uma grande amiga, ser reconhecida no ambiente em que, via de regra, tem algumas resistências em relação a esses direitos humanos fundamentais, não pelo movimento, mas por algumas pessoas que frequentam o movimento, foi uma noite memorável”, comemora o advogado e amigo.

História ligada às tradições

A história da Gabriella no tradicionalismo começou aos 7 anos, quando concorreu a peão da escola. Depois, tornou-se peão no CTG e na 10ª Região Tradicionalista.

”Na verdade, eu sempre me via como prenda porque eu me descobri com 6 anos. Então, desde aquela época, eu já me via como uma pessoa do sexo feminino”, afirma a servidora pública.

Foram 11 anos no movimento. “O movimento tradicionalista na época me proporcionava muitas coisas boas, ao mesmo tempo em que eu tinha que mostrar uma pessoa que talvez eu não era”, recorda.

Até hoje, Gabriella segue os costumes tradicionalistas gaúchos. Seja através de um chimarrão bem cevado, de uma vaneira gaúcha bem dançada ou dos valores e do modo de vida. “Uma vivência muito forte, uma vivência muito dedicada ao tradicionalismo”, diz, com orgulho.

Fonte: G1

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