Este encontro foi organizado pelo GRAB – Grupo de Resistência Asa Branca, com apoio do Projeto SAGAS – Schorer.
Filmando um documentário nestes dois dias, entrevistando a vida de mais de 150 jovens que estiveram presentes neste encontro, compartilhando experiências e comoções dos seus dias a dias na sociedade brasileira como jovens homoafetivos.
O objetivo principal desse documentário é ressaltar as experiências no âmbito do movimento homossexual e no enfrentamento da AIDS, abordando também suas experiências de ampliar a efetivação de direitos, enfrentarem a homofobia e preconceitos e assim construir qualidade de vida.
Trabalhar com jovens não é uma tarefa difícil, chega a ser muito gratificante, prazeroso e até mesmo inovador. Mas trabalhar com jovens homossexuais de diferentes regiões do Brasil, alguns das grandes capitais e outros de cidades e municípios distantes, tornam-se uma tarefa um pouco complicada, pois as vidas desses jovens são definidas pelas suas opções sexuais, os constrangimentos impostas pela sociedade, as diferentes discriminações enfrentadas nos seus cotidianos, os medos de serem diferenciados no meio onde necessitam sobreviver, incluindo a relação com a família dentro de casa, a escola, as comunidades religiosas e o estigma social em geral. Sem mencionar que muitos além de terem que enfrentar toda a opressão da sociedade, também necessita conviverem com o HIV/AIDS e todas as complicações sociais impostas pela sociedade e pelo sistema de saúde.
Muitos desses jovens moram em cidades distantes e as dificuldades de acessarem os serviços de saúde é um enfrentamento na vida dessas pessoas.
Objetivo principal desse encontro em Fortaleza foi à construção da responsabilidade social, da solidariedade para as questões do HIV/AIDS, considerando o jovem como cidadão de direito, político e autônomo na construção da cidadania por um sistema mais igualitário.
Um dos pontos mais relevantes nas entrevistas para o documentário foram as palavras “Desafios” e “Resgate” da cidadania do jovem homossexual brasileiro de classes populares.
Baseando-se em três perguntas básicas para o documentário os jovens foram relatando o seu cotidiano em seus lugares de origens.
O que é ser jovens e gay nos dias de hoje no Brasil?
Desafios da prevenção na comunidade ou cidade onde você mora?
O que significou o encontro para você?
Muitos desse jovens, já são lideres comunitários, jovens engajados na luta por espaços, na luta contra a homofobia, jovens que estão revisitando os valores patriarcalizados, cidadãos que necessitam com urgência rever conceitos de religiões, pois vivem em núcleos familiares extremistas, almejam por um sistema de ensino mais interativo com os jovens homossexuais nas regiões e nas cidades distantes dessa nação, pois sem cidadania, educação e autoestima não conseguem se inserir na sociedade.
Esses são jovens que serão os formadores de opinião e cidadãos plenos de amanhã e para isto necessitam que suas vidas sejam moldadas em princípios básicos de respeito e cidadania plena.
Trabalhar a diversidade sexual desses indivíduos dentro de uma sociedade patriarcal, homofóbica, violenta e cheia de códigos contra a liberdade de expressão desses jovens, os cidadãos de baixas rendas são os que mais enfrentam a falta de políticas públicas para eles.
Esse encontro reuniu jovens entre 18 e 29 anos de idade e 28 regiões brasileiras estavam ali representadas por jovens HSH que procuram estabilidade dentro de seu espaço social.
Assista ao vídeo: