Em entrevista à Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde (Reciis) da Fiocruz, o diretor-presidente da ABIA, Richard Parker, discute sobre as configurações contemporâneas das identidades, dos movimentos LGBT e do combate ao HIV/AIDS a partir de um cenário histórico da década de 1980, quando por motivos pessoais e profissionais resolve se mudar para o Brasil e começa a desenvolver pesquisas sobre sexualidade. O pesquisador comenta que a globalização da sexualidade e a velocidade do mundo digital ampliaram as possibilidades e transformações das identidades LGBT, o que, contudo, não propiciou mudanças nos sistemas de exclusão, de desigualdades, de discriminação e de formação de estigmas desses sujeitos.
No período de emergência da epidemia, Parker testemunhou e participou da construção de importantes organizações de apoio ao combate do HIV/AIDS no país e, hoje, propõe pensar em uma desconstrução do estigma desta infecção na interseccionalidade a partir dos estigmas das desigualdades sociais e de raça.
Em relação à prevenção e ao tratamento, argumenta sobre a prevalência de uma abordagem biomédica de “testar e tratar” em detrimento de uma pedagogia da prevenção que reforça princípios de solidariedade e direitos humanos no compartilhamento e incorporação de saberes entre a ciência e a comunidade. Além de diretor-presidente da ABIA, Richard Parker é professor visitante sênior do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva (IESC) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e professor titular emérito da Universidade de Columbia.
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Fonte: Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS e Reciis