A Conferência Virtual Fast-Track Cities 2020 que acontece até essa quinta-feira (10) reuniu cerca de 1.500 representantes de mais de 300 municípios em todo o mundo para discutir as respostas urbanas à Covid-19 e ao HIV. O Dr. Anthony Fauci, Diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, e um dos principais nomes do enfrentamento do coronavírus nos Estados Unidos, foi um dos destaques do evento e foi cauteloso ao lembrar que o progresso científico contra Covid-19 deve repousar em uma base sólida de evidências científicas e ser influenciado por políticas de saúde pública sólidas.
Dr. Fauci enfatizou que, embora as pessoas que vivem com HIV e estão em tratamento eficaz não corram risco aumentado de complicações graves do Covid-19, as pessoas que têm comorbidades subjacentes correm um risco elevado. Ele também expressou esperança de que uma vacina seja aprovada em breve.
“Esperamos que, quando chegarmos ao final deste ano, tenhamos uma vacina que seja segura e eficaz”, disse ele ao observar que milhões de doses de vacina já estão sendo preparadas uma vez que um candidato recebe autorização. Sobre as interferências políticas no tema de saúde pública ele afirmou que “é necessário ser capaz de funcionar no contexto das boas práticas de saúde quando parece que tudo está politizado”.
A conferência Virtual Fast-Track Cities 2020 é o segundo encontro anual de mais de 300 cidades e municípios em todo o mundo que estão comprometidas em acabar com as epidemias de HIV, tuberculose e hepatites virais até 2030. O progresso em direção a esse compromisso foi interrompido pelo surgimento da pandemia de Covid-19, que causou interrupções em serviços de saúde em todo o mundo.
O Dr. José M. Zuniga, presidente e CEO da Associação Internacional de Provedores de Cuidados a Aids (IAPAC, na sigla em inglês), disse que a instituição “tem orgulho dos profissionais de saúde que estão se arriscando para salvar vidas durante a pandemia de Covid-19, bem como dos cientistas e especialistas em saúde pública que trabalham para desenvolver e se preparar para a distribuição de vacinas e tratamentos usando testes comprovados em processos de ensaio e aprovação”, disse.
Saúde Pública
Dr. Zuniga também afirmou que a resposta de saúde pública ao coronavírus teve uma vantagem inicial ao contar com a infraestrutura existente que foi construída para acabar com a epidemia de HIV, “mas o aproveitamento dessa infraestrutura serviu para interromper a continuidade dos serviços de saúde para pessoas que vivem com HIV, tuberculose, hepatites virais e outras doenças crônicas.”
“Em meio a esta crise global de saúde pública, os líderes cívicos em todos os níveis de governo estão reconhecendo a necessidade urgente de reparar as rachaduras em nossa infraestrutura de saúde que foram descobertas pelo Covid-19 e melhorar a preparação para futuras pandemias”, Dr. Zuniga acrescentou. “Não podemos acabar com qualquer epidemia até que todos tenham igual acesso aos serviços de prevenção, teste e tratamento que são elementos essenciais do direito humano à saúde.”
O segundo dia da conferência (10 de setembro de 2020) contará com estudos de casos clínicos de 18 experiências de diferentes partes do mundo para ilustrar a liderança da saúde pública na resposta ao Covid-19 em áreas urbanas. Estes estudos de caso ilustrativos (incluindo Atlanta, Bangkok, Jacarta, Joanesburgo, Kigali, Kyiv, Lisboa, Londres, Lusaka, Cidade de Maputo, Cidade do México, Milão, Melbourne, Montreal, Cidade de Nova York, Paris, São Paulo e Yaoundé) irão relatar as últimas tendências de dados e interrupções nos serviços de saúde, destaque às inovações para manter a continuidade dos cuidados para pessoas que vivem com HIV e outras doenças crônicas e ações que ofereçam novas percepções sobre a preparação para uma pandemia.
Fonte: Agência de Notícias da Aids