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“Desde que me assumi, o assunto ainda não é debatido por ninguém, infelizmente”, assume jovem carioca em entrevista ao Projeto Diversidade Sexual para o Fala Jovem


Foto: Arquivo pessoal

Meio carioca, meio maranhense, o jovem Ricardo Ferreira – mais conhecido como “Ric”- têm sentimentos distintos entre suas duas terras do coração. Apesar de adaptado à cidade, o desejo de retornar está nos planos pós universidade.

Tímido, porém objetivo nas palavras, o morador do Complexo da Maré aponta como “desafiador” morar numa das maiores favelas do Rio de Janeiro. Tanto pela grandiosidade de moradores e comunidades internas quanto pela violência. “Nunca se sabe o que pode acontecer, né?”, indaga. 

Morando sozinho desde muito cedo, por opção, Ric afirma ter – “hoje” – uma boa relação com sua família, ainda que alguns assuntos sejam evitados. “Sempre foi e ainda é tabu esse tipo de assunto dentro de casa. Falo isso pois desde que me assumi, o assunto ainda não é debatido por ninguém”, lamenta.

Ainda na entrevista, realizada via WhatsApp, o jovem comenta sobre pandemia, prevenção e futuro. Confira a entrevista na íntegra abaixo:

 

Apresentação/ Sobre Sua Vida

1- Nome completo e Idade 

R: Ricardo Ferreira Carvalho. 28 anos.

2 – Você reside na Maré, zona norte. Quais os desafios de morar nesse que é um dos maiores complexos de favela do Rio de Janeiro?

R: Desafiador. Nunca se sabe o que pode acontecer, né? Mas breve breve, estarei voltando pra minha terra.

3 – Como é a relação com sua família?  

R: No momento, boa.

4 – Sobre a pandemia, de que forma o isolamento social causado pelo coronavírus afeta ou já afetou sua saúde mental? E o que tem feito para distrair a mente e evitar os gatilhos psicológicos?

R: Meu trabalho é considerado essencial e isso está me ajudando muito nessas questões.

5 – Como você avalia a vacinação, no RJ e no Brasil como um todo?

R: Rio (Capital) pelas notícias, aparentemente, está organizado. Estão seguindo um cronograma e que uma boa porcentagem está sendo vacinada e os demais municípios, em grande maioria, um caos. Já no Brasil, ainda não está 100% eficaz. 

Relacionamento e Prevenção 

6 – Sobre a questão da prevenção, você tinha abertura para conversar isso dentro de casa? Ou o assunto era tabu? Quando tinha dúvidas ou dilemas nesse sentido, como buscava resolvê-los?

R: Sempre foi e ainda é tabu esse tipo de assunto dentro de casa. Falo isso pois desde que me assumi, o assunto ainda não é debatido por ninguém, infelizmente. Às vezes passo algumas informações importantes sobre vários assuntos, porém não é sempre.

7 – Jovens de 15 a 29 anos são grupos populacionais, atualmente, que lideram os índices de infecção por HIV/AIDS no Brasil. Ao mesmo tempo, nunca se teve tanto acesso às informações e outras tecnologias. Em sua opinião , o que faz com que a juventude se infecte tanto por HIV?

R: O início da resposta está na pergunta: falta de informações. Poderia ter outros meios de chegar a essas informações, tanto através de programa até palestras educacionais.

8 – A Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (ABIA) trabalha, bem como o Projeto Diversidade Sexual, Saúde e Direitos entre Jovens, envolvida em questões do HIV/AIDS, prevenção, direitos humanos e justiça social para com populações vulneráveis (soropositivos, LGBTs, comunidades, jovens, negros, mulheres etc). Você considera que esses tipos de ações são importantes? Por quê?

R: É um assunto que ainda é pouco falado pela sociedade e que pessoas/grupos/associações que trabalham e trazem esse assunto à tona, acabam sendo  responsáveis por torná-lo importante e necessário. São questões que deveriam ser o centro das atenções de autoridades no geral . 

Futuro

9 –  Acredita que sairemos diferentes e que tiraremos lições importantes para o mundo pós-pandemia?

R: Falando por mim, estou tirando sim. Ando aprendendo muita coisa a respeito disso tudo. Mas, no geral, o brasileiro continuará na mesma. 

10 – O que pretende fazer assim que for vacinado e que agora não pode?

R: Matar a saudade de um cinema, um bar fechado com música ao vivo e quem sabe um show também, né? (risos).

11 – Qual sua perspectiva para o futuro?

R: Pra ser sincero, tenho alguns planos a longo prazo e estou otimista de que tudo dará certo. Porém, não estou criando muita expectativa, até porque o futuro “só a Deus pertence”.

 

Texto: Jean Pierry Oliveira

Foto: Arquivo pessoal

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