A Fiocruz lançará, no próximo dia 18, o Dandarah, aplicativo que propõe facilitar à população LGBTQIA+ se informar, denunciar, registrar, enfrentar e evitar diversas formas de violência às quais está sujeita.
O dispositivo vai permitir que o usuário (a) colabore através de marcação de locais seguros no mapa do app, além de poder acionar o botão de pânico que acionará até cinco pessoas previamente cadastradas e de confiança da pessoa.
O lançamento acontecerá a partir das 13h no Centro de Estudos Miguel Murat de Vasconcellos, no Rio de Janeiro, e contará com mesas temáticas sobre violência LGBTIfóbica, apresentação da metodologia e resultados do projeto e apresentações culturais.
O Dandarah foi batizado em homenagem à travesti Dandara Ketlyn– assassinada brutalmente em 2017, no Ceará. O app está disponível, na versão Beta, na Play Store. Em breve também estará na App Store.
“Queremos que o app Dandarah seja uma fonte de informação para a comunidade LGBTI. Vamos geolocalizar locais seguros para essas pessoas e o cadastro desses ambientes será feito pelos próprios usuários”, explica Angélica Baptista, especialista em saúde digital e que também é uma das pesquisadoras do projeto Resistência Arco-Íris.
Por conta dos altos índices de violência contra a população LGBTI, Dandarah conta com um botão de pânico que, quando acionado, envia imediatamente para cinco pessoas cadastradas pelo usuário, uma mensagem informando que ele (a) se encontra em situação de risco.
A pesquisadora responsável pelo Projeto Resistência Arco-Íris, Dra. Mônica Malta, teve como base para o desenvolvimento do app uma pesquisa iniciada há dois anos na ENSP – FIOCRUZ e também as informações obtidas através de grupos mobilizados em diversas cidades brasileiras.
O Brasil ocupa o 1º lugar no ranking de países que mais matam pessoas trans no mundo e é um dos mais violentos para pessoas LGBTI em geral. Há ainda uma dificuldade em realizar registros de denúncias e a efetiva a participação da população em ações pensadas para o enfrentamento da violência LGBTIfóbica.
O app também será um canal de informação sobre delegacias e serviços de apoio mais próximos e de locais seguros para LGBTI – tudo com contribuição do usuário, que poderá marcar esses locais no mapa.
O aplicativo foi idealizado a partir do Projeto Resistência Arco-Íris, da ENSP – FIOCRUZ em parceria com a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) e a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT).
Fonte: Observatório G