Os índices de crimes de ódio contra identidade de gênero e/ou orientação sexual mais do que dobraram nos últimos cinco anos, segundo dados revelados por uma nova série de documentários da BBC. As informações foram divulgadas pelo portal britânico Pink News.
Um novo episódio da série Inside Out West, que mostra um time de futebol gay, cujos jogadores em outros times eram chamados de “bicha”, “pedófilo” e “filho do diabo”, revelou as novas estatísticas da LGBTfobia.
Os dados divulgados pela BBC mostram que entre 2013/2014 e 2017/2018 os crimes de ódio contra pessoas LGBT aumentaram de 19 para 55 no oeste da Inglaterra. Em Avon e Somerset, uma área que inclui Bristol e Bath, o número passou de 151 para 375.
O número é alarmante, ainda que seja expressivamente menor do que, por exemplo, no Brasil, onde um LGBT é morto por crime LGBTfóbico por dia pelo menos.
Johanna Jenkins, funcionária de apoio da LGBT Bristol, disse à BBC sobre as estatísticas: “Hoje em dia temos mais ocorrências de LGBTfobia. Se isso ocorre porque as pessoas estão relatando mais ou se há mais crimes de fato, realmente não sabemos”.
E continuou: “Tudo o que sei é que os casos em que estou trabalhando no momento são muito mais agressivos do que os que tive dois anos atrás, o que é muito triste”.
Dados também mostraram que os crimes de ódio contra pessoas LGBT + mais que dobraram em toda a Inglaterra e País de Gales, e que os crimes de ódio transfóbicos aumentaram 81% no Reino Unido.
Enquanto os dados ao menos são contados no exterior, no Brasil as notificações continuam não sendo contabilizadas oficialmente por parte do governo ou das forças de segurança pública, algo essencial até para que se pudessem tomar atitudes efetivas contra este tipo de crime.
Ainda falando em Brasil, mesmo sem números oficiais, é possível perceber entre a comunidade LGBT o aumento no número de denúncias e crimes, principalmente após a última eleição presidencial, em que muitos dos crimes LGBTfóbicos tiveram gritos e mensagens como “Viva Bolsonaro”, ou ainda “Bolsonaro vai mudar isso aí”, dentre outras variáveis do tipo.
Infelizmente nenhuma surpresa quando vemos um ícone assumidamente homofóbico sendo eleito como representante do país.
Fonte: Põe na Roda