Warning: Use of undefined constant php - assumed 'php' (this will throw an Error in a future version of PHP) in /home/storage/d/d2/36/abianovo/public_html/site/hshjovem/wp-content/themes/ultrabootstrap/header.php on line 108

Conversa sobre samba e prevenção informa jovens sobre como evitar ISTs no carnaval


Samba e prevenção foi o tema do debate que aconteceu nessa terça-feira (20), no Senac Tiradentes, em São Paulo. O evento, realizado pela Agência de Notícias da Aids, contou com duas rodas, uma de conversa e outra de samba, com objetivo de levar informação sobre as diferentes formas de se prevenir das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e deixar o público preparado para curtir o carnaval de forma segura nas próximas semanas.

“A gente vai conseguir costurar um mundo melhor com amor, diversidade, inclusão e, principalmente, respeito. Ainda há pessoas que morrem por doenças como a aids e estamos aqui para que a gente perceba nossa vulnerabilidade”, disse a jornalista Roseli Tardelli.

Welton Gabriel dos Santos, que descobriu o diagnóstico positivo há 4 anos afirmou que viver com o vírus é como ter como ter qualquer outra doença crônica. No entanto, “há um pânico moral em torno da aids. Se eu digo que tenho HIV, as pessoas se assustam. Quando descobri, veio em minha cabeça a imagem do Cazuza, pensei ‘pronto, morreu, acabou’. Mas não é por isso que você vai deixar de fazer o tratamento”, conta ao enfatizar a importância de buscar informações corretas em fontes confiáveis.

“É complicado procurar informações na internet porque ao mesmo tempo que você encontra suporte, há muito conteúdo deturpado. Por isso, a importância de procurar veículos de informação seguros, o que também ajuda no combate ao estigma”, completa.

Samba e prevenção 

“A população negra é mais vulnerável à transmissão do HIV pela falta de informação nas periferias, onde há grande concentração de pessoas negras. Por isso, o samba tem tudo a ver com HIV, porque o samba de São Paulo tem origem rural e nas periferias. Essa é, inclusive, uma memória é ocultada”, disse o professor e produtor cultural Jair Netto.

“Existiam vários galpões no Largo da Banana, onde moravam negros pela proximidade com o local por onde chegavam cargas, através da ferrovia”, conta Jair ao resgatar a história do samba paulistano.

Os negros recém-libertos que aportaram na cidade de São Paulo entre o fim do século 19 e início do 20 criaram um espaço de lazer, com rodas de samba, gênero advindo das senzalas das fazendas de café do interior do estado. Foi ali que foi fundado cordões carnavalescos como, por exemplo, o que deu origem a escola de samba Camisa Verde e Branco. No entanto, “o preconceito continua evidente, e agora é institucional e natural.”

Quebra do estigma

O infectologista Marcos Vinícius Borges, o Dr. Maravilha, afirma que a epidemia de aids, de fato está concentrada nas pessoas que vivem em maior vulnerabilidade social. “São os que vivem nos rincões do país. A epidemia não atinge a população de maneira igual, ela atinge as vulnerabilidades e chega até as pessoas que não tem acesso à saúde ou à informação.  Além disso, o pensamento inicial de que sexo é algo sujo, torna as conversas sobre HIV mais difíceis. A gente fala sobre sexo de um jeito muito engessado, sem naturalidade” disse ao explicar que as tecnologias para prevenir a infecção pelo HIV vão além do preservativo, graças a mecanismos como a PrEP (Profilaxia Pré-Exposição) e a PEP (Profilaxia Pós-Exposição).

Marcos Vinícios também explicou que a aids carrega o estigma que vem desde a década de 80, e ressaltou que, depois de seis meses de tratamento, já é possível ter a carga indetectável. “Tenho dado muitas notícias boas para os pacientes que querem engravidar, por exemplo, porque elas hoje podem ter relação sexual sem preservativo”, diz enquanto explica a conquista social sobre a qual se trata o Indetectável=Intransmissível. Ao notar que poucas pessoas conheciam esse fato, Roseli Tardelli alertou que “é por isso que o governo precisa massificar esse tipo de informação, para combater algo ainda muito presente na vida quem lida com HIV/aids: o preconceito”.

 

Fonte: Redação da Agência de Notícias da Aids

%d blogueiros gostam disto: