A primeira vítima de homofobia no Brasil foi Tibira, indígena do povo Tupinambá. Em 1614, ao ser assassinado em execução pública, o caso de Tibira foi o registro de crime homofóbico mais antigo do país, e reflete a violenta imposição dos ideais cristãos na sexualidade dos povos indígenas desde a época da invasão, além de reforçar o fato de que corpos indígenas LGBT sempre existiram.
A presença do preconceito dentro e fora das comunidades e a ausência de um espaço seguro e acolhedor está diretamente ligada aos casos de homicídio e suicídio da juventude indígena LGBT. Apesar de dados comprovarem que a taxa de suicídio entre jovens indígenas é três vezes superior à média nacional, ainda não há uma contagem que indica ou específica a presença de indígenas gays, lésbicas, bi ou trans. Neimar Kiga, indígena do povo Boe Bororo e integrante do Coletivo, menciona sobre essa realidade. “Sempre existiram LGBTs indígenas e temos até muitos relatos de suicídio ligado à dificuldade de lidar com o assunto. Hoje, tem gente dando a cara a tapa para levantar essa discussão tão importante”, explica, também em entrevista a Hysteria.
A representatividade e o impulsionamento de discussões relacionadas essas pautas, dentro e fora das aldeias, se tornam necessárias para romper estereótipos, acabar com o preconceito e garantir a auto-estima e auto-aceitação da juventude indígena LGBT.
Fonte: Visibilidade Indígena