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Comportamento sexual pode expor população ao novo coronavírus


Brasil e Portugal têm mais em comum do que familiaridade histórica e cultural. Tanto lá quanto cá, o isolamento social imposto pela pandemia do novo coronavírus não impediu o sexo casual, com parceiro novo, que chega a 53% entres homens que fazem sexo com homens. Outro fato comum aos dois povos é o de algumas pessoas utilizarem medicamento preventivo para o HIV na prevenção da covid-19.

Essas informações foram reveladas por um estudo do pesquisador Álvaro Lopes Souza, pós-doutorando da EERP (Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto) da USP e orientador de pós-graduação do Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa, em Portugal. Souza analisou depoimentos de 1.651 brasileiros e 710 portugueses, concedidos em entrevistas online durante o mês de abril deste ano.

A coleta de informações foi realizada em duas frentes; uma, através de aplicativos de encontro, utilizados principalmente por jovens, e a outra, pelo Facebook, com impulsionamento para todas as regiões do Brasil e de Portugal. As perguntas envolviam os encontros sexuais casuais durante o período de distanciamento social.

Das respostas dos voluntários, o que chamou a atenção de Souza foi a manutenção do comportamento anterior à pandemia e, em alguns casos, de atitudes que aumentam os riscos para essas pessoas. “Grande parte dos participantes fala que se preveniu do Sars-CoV-2, mas quando se avalia essas medidas, elas se mostram pouco efetivas, como, por exemplo, a desinfecção do local após o sexo.”

Contatos rápidos

Segundo o pesquisador, a dificuldade dessas pessoas no enfrentamento do isolamento social prolongado pode explicar em parte o comportamento de risco. Assim, procuram contatos rápidos, sexo casual e parceiro desconhecido, ignorando ou minimizando a chance de pegar o novo coronavírus. E os resultados do estudo, acredita Souza, mostram “a necessidade de mensagens mais claras”, alertando para o perigo da contaminação em qualquer ambiente.

O mesmo vale para o uso inadequado do PrEP (Profilaxia Pré-Exposição ao HIV) para evitar a covid-19. O pesquisador acredita que as pessoas estejam confundindo a terapia do PrEP, que é preventiva para o HIV, com uma possível criação de PrEP para o SARS-CoV-2.

É que essa terapia para o HIV, chamada de PrEP, é bastante eficaz. São duas medicações combinadas que oferecem “até 99% de chance de não adquirir o vírus mesmo que em contato com ele”, se a pessoa tomá-la todos os dias, por um período.

A confusão, lembra Souza, se deu após ampla divulgação de uma discussão recente sobre a possibilidade de criação de uma PrEP para o Sars-CoV-2. O que levou “algumas pessoas a pensarem que era a mesma PrEP do HIV; essa confusão mostra a importância da comunicação e educação científica”.

Esse é o alerta que Souza quer fazer chegar a todos. Mesmo tendo o foco no comportamento de homens que fazem sexo com homens, os resultados do estudo oferecem um panorama do que pode estar ocorrendo no mundo com relação à saúde sexual e os índices de contaminação pelo Sars-CoV-2.

O trabalho Casual sex among MSM during the period of sheltering in place to prevent the spread of COVID-19: Results of national, online surveys in Brazil and Portugal, que teve apoio do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) foi publicado como pré-print (sem revisão dos pares) na medRxiv.

Além de Souza, participaram do trabalho Layze Braz de Oliveira, Artur Acelino Francisco Luz Nunes Queiroz, Hérica Emilia Felix de Carvalho, Guilherme Schneider, Emerson Lucas Silva Camargo e Isabel Amélia Costa Mendes, todos da EERP; Inês Fronteira, da Universidade Nova de Lisboa, Portugal; Telma Evangelista de Araújo, da Universidade Federal do Piauí; Sandra Brignol, da Universidade Federal Fluminense; e Willi McFarland, da Universidade da Califórnia em São Francisco, Estados Unidos.

Fonte: Viva Bem UOL

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