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Roda de Conversa: “Como Fazer Sexo Oral em Campos Minados?


ABIA debate sexo oral, IST’s e sexualidade em nova Roda de conversa

Foi realizada na noite da última quarta feira (26/07), na sede da Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (ABIA), no Centro (RJ), a Roda de conversa “Como Fazer Sexo Oral em Campos Minados?”. Promovido pelo Projeto Diversidade Sexual, Saúde e Direitos entre Jovens, coordenado por Vagner de Almeida, o evento teve como objetivo discutir o sexo em “campos minados”, isto é, quando o desejo, o gozo, o sexo, a libido e o fetiche começam a ser afetado por questões politicamente corretas (e sugeridas) como o uso do preservativo? Você segue à risca ou seu prazer é maior? E mesmo quando assume o direito de não utilizar a camisinha, preocupa-se com as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST)?

Questões essas que esbarram nos alarmantes dados recentemente divulgados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre a disseminação de uma “supergonorreia”, pela prática do sexo oral e relações sem camisinha. Segundo o órgão, a cada ano estima-se que 78 milhões de pessoas sejam infectadas com gonorreia, entretanto, seu combate está cada vez mais difícil pela resistência da bactéria aos antibióticos. Assim, reunidos no Salão Betinho os participantes iniciaram o bate papo dialogando sobre as más práticas sexuais, onde a qualidade do sexo – e não a quantidade – cria vulnerabilidades para o ato. “Hoje em dia a supergonorreia, ela não é nova, ela é a mais só que mais resistente. Por isso é importante sairmos daqui e levarmos isso para aquelas pessoas que não sabem do que se trata. Que muito mal sabem o que é uma IST, antes chamada de DST”, disse Almeida. E completou: “então não adianta ir para a internet, não vir ao evento e criticar o tema”, rebateu ele sobre as críticas recebidas sobre o tema da Roda em redes sociais que foram apontadas como “estigmatizadoras”. Sexo oral e Campos minados. O tema não estigmatiza, mas sim alerta sobre as ISTs que a garganta possa vir adquirir no ato da felação. Debate amplo, divertido, informativo e criativo, pois a partir das histórias individuais o coletivo se abastecia de informações.

O despudor sexual foi fomentado como elemento essencial tanto para o sexo casual quanto para o sexo não casual. Entretanto, no primeiro caso, tamanho despudor pode potencializar a exposição a uma IST, seja por via oral ou anal. Mas entre o despudor e a exposição há a excitação, outro motivo importante e delineador das questões que envolvem o sexo, especialmente o oral. “Qualquer IST as pessoas tem vergonha de falar sobre ela e é aí que você pode deixar de ter o autocuidado”, advertiu Almeida quando indagou os demais sobre quem já tivera alguma experiência para compartilhar, as pessoas ainda se sentem acanhadas em falar sobre ISTs caso elas tenha contraído ou que tenha uma . Outra pauta da Roda foi a questão dúbia entre ser ativo e ser passivo, como definição de prazer e gozo. “Antigamente não havia essas definições. O que ocorria era aquele cara machão que tinha a sua ‘bichinha’ ’’, revelou o coordenador. Com jovens e adultos de idades e gerações diferentes na ABIA a interseção do sexo foi uma das características mais notórias da noite. Para Almeida, é aí que se justifica a importância do “não importa com quem, valorize a prevenção” – lema do Projeto Diversidade – com foco em redução das vulnerabilidades e exposições as doenças.

Para validar o recado, ele apresentou e distribuiu aos presentes uma higienizadora íntima – popularmente conhecida como chuca – utilizada para a limpeza e asseio (principalmente anal) no combatem as infecções.

“Eu não chupo pau com preservativo”. A afirmação taxativa de um dos jovens da Roda foi tida em uníssono como símbolo de desconforto e redutor de prazer na hora do sexo. “Você perde aquele prazer da cabeça do pênis”, concluiu Willam Santos. “A nossa saúde física é muito importante e por isso o corpo deve ser valorizado. Isso é muito interessante. Devemos pensar”, orientou Vagner. Alinhar o discurso à prática “na hora de chupar pau” é fundamental para não permitir que a qualidade do seu sexo se esvaia em exposições que te acometam de infecções como uma supergonorreia, por exemplo. Essa consciência foi destaque no momento em que o debate se concentrou em outros dados além da gonorreia pela OMS, como a epidemia de HIV/AIDS. “As pessoas acham que o HIV só é penetrável na vagina e no ânus e não é assim. Pode atingir sua garganta também pela gonorreia. Só que não querem saber disso. E não sabem”, falou o coordenador do Projeto Diversidade Sexual, Saúde e Direitos entre Jovens. Além disso, o uso da PEP (Profilaxia Pós-exposição) e PrEP (Profilaxia Pré-exposição) como auxiliares na prevenção em momentos de vulnerabilidade foram comentados e explicados.

“Como Fazer Sexo Oral em Campos Minados?” foi mais uma ação positiva realizada pelo Projeto Diversidade Sexual, Saúde e Direitos entre Jovens em 2017 com apoio da MAC AIDS Fund.

Texto: Jean Pierre

Fpotos: Vagner de Almeida

 

 

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