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Como a mudança climática afeta as pessoas vivendo com HIV


Em meio à Cúpula de Ação Climática das Nações Unidas, que ocorre em Nova Iorque, fica evidente que a mudança climática afeta todos os países e continentes. Mas, frequentemente, o impacto é maior em regiões já afetadas por outros desafios e que têm grande número de grupos vulneráveis, incluindo pessoas vivendo com HIV.

Quando o ciclone Idai atingiu em março a cidade de Beira, em Moçambique, chuvas e ventos fortes causaram inundações repentinas, centenas de mortes e danos generalizados a residências e infraestruturas. Em 19 de março, a estimativa era de que 100 mil pessoas precisassem de resgate. As telecomunicações foram interrompidas e todos os 17 hospitais e clínicas de saúde sofreram graves danos.

Teria sido um golpe devastador em qualquer lugar, mas foi ainda maior na província de Sofala, onde cerca de um em cada seis adultos vive com HIV. Quando as águas subiram, muitas pessoas tiveram seus medicamentos levados pela enchente.

Menos de seis semanas depois, em 25 de abril, o ciclone Kenneth atingiu o norte de Moçambique. No geral, as inundações catastróficas das duas tempestades afetaram cerca de 2,2 milhões de pessoas em Malauí, Moçambique e Zimbábue.

Temperaturas mais quentes e elevação do nível do mar estão contribuindo para o aumento da intensidade e capacidade destrutiva de furacões e ciclones tropicais, como Idai e Kenneth, em muitos países já propensos a eventos climáticos extremos.

Quando o furacão Kenneth atingiu o Zimbábue, a diretora interina do Unaids, Mumtaz Mia, disse que sua prioridade era garantir que as pessoas vivendo com HIV, incluindo mulheres grávidas registradas em programas de prevenção da transmissão vertical, pudessem acessar o tratamento.

“No Zimbábue, onde as emergências não são um fenômeno novo, as pessoas que vivem com o HIV ficam abandonadas quando seus remédios são levados pela água”, disse.

Após o ciclone, Mia e sua equipe se reuniram com representantes de governo, sociedade civil, doadores e outros parceiros para discutir a resposta. Eles rapidamente garantiram que as necessidades específicas das pessoas vivendo com HIV fossem incorporadas em operações de ajuda humanitária.

Isso abrangeu a coordenação com parceiros, incluindo copatrocinadores do Unaids, Ministério da Saúde e Assistência à Criança do país e Conselho Nacional de Aids, para garantir a distribuição de medicamentos antirretrovirais e preservativos, pacotes de alimentos para pessoas vivendo com HIV e de segurança durante o parto. Eles também estabeleceram avaliações para atender às necessidades adicionais de saúde e HIV relacionadas ao desastre.

No Malauí, o ciclone Idai afetou quase 1 milhão de pessoas e forçou mais de 100 mil a fugirem de suas casas. Muitas pessoas atingidas pela tempestade em Moçambique cruzaram a fronteira em busca de comida e abrigo.

Para as pessoas vivendo com HIV, as preocupações com saúde e acesso a medicamentos agravaram uma situação que já era difícil. Para muitos, o primeiro pensamento foi economizar e não comprar a medicação.

“Quando as inundações chegaram, minha casa foi destruída. Mas consegui pegar minha sacola plástica, onde guardo meus remédios antirretrovirais, porque eles são um dos meus bens mais preciosos”, disse Sophia Naphazi.

Elizabeth Kutendi disse que seus remédios estavam seguros apenas porque ela os armazena no telhado de casa.

Ambas as mulheres encontraram segurança em Bangula, um assentamento no sul do Malauí que ofereceu refúgio a milhares de pessoas deslocadas das aldeias vizinhas. A pequena clínica do assentamento forneceu aconselhamento e testagem, reabastecimento de medicamentos e apoio psicossocial.

Em outras partes da África, a ausência de chuvas é o principal desafio para muitas pessoas, causando secas severas e interrompendo o acesso a serviços essenciais, como cuidados de saúde. A África Austral teve apenas duas estações agrícolas favoráveis ​​desde 2012. Angola, Botsuana, Lesoto e Namíbia declararam a estiagem como um desastre.

A competição por recursos que foram esgotados pela seca no Chifre da África levou a conflitos, tornando mais difícil alcançar os grupos de pessoas que precisam de assistência de emergência, incluindo assistência médica. Muitos não têm escolha a não ser fugir para os centros urbanos, pressionando cada vez mais os prestadores de serviços. À medida que as condições se deterioram, pode haver migração em larga escala.

“A mudança climática é uma ameaça para todos nós”, disse Gunilla Carlsson, diretora executiva interina do UNAIDS. “Mas os grupos de pessoas vulneráveis, incluindo pessoas vivendo com HIV e afetadas pelo vírus, estão particularmente expostas ao aumento da intensidade de eventos climáticos extremos que acontecem em áreas do mundo onde os mecanismos de enfrentamento já estão desgastados.”

“A mudança climática, agora, deve ser considerada um dos desafios mais significativos para a saúde e o bem-estar das pessoas.”

Fonte: ONU Brasil

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