Um coletivo de drag queens e drag kings com Síndrome de Down foi impedido de se apresentar em um espaço cultural em Michigan, nos Estados Unidos. O grupo Drag Syndrome reúne artistas de várias partes do mundo e estava escalado para uma mostra que acontecerá neste mês.
O dono do espaço, Peter Meijer, é um candidato ao Congresso norte-americano pelo conservador Partido Republicano, o mesmo do presidente Donald Trump.
Sobre os motivos do cancelamento da apresentação, ele alegou que o “coletivo é explorado por empresários que se aproveitam da falta de discernimento dos jovens”. Meijer disse que tomou a atitude “para preservar os artistas”.
“Deixando de lado o conteúdo, o envolvimento de indivíduos cuja capacidade de agir por vontade própria não é clara levanta sérias preocupações éticas que não posso conciliar”, escreveu ele em uma carta aberta no Facebook.
Um dos criadores da mostra e produtor do Down Syndrome, Cristopher Smit, reagiu à declaração do dono do espaço. Para ele, a declaração de Meijer revela uma visão preconceituosa sobre as pessoas com deficiência.
“A decisão do cancelamento não nos surpreende, o que nos surpreende é o argumento usado para impedir a apresentação destes seis artistas. A exclusão sob o argumento da proteção é discriminação. É calculada para ganho político. Não é proteção”.
Um dos artistas do coletivo, Justin Bond, foi ao Instagram para dizer que estava muito feliz em participar do projeto artístico e que estava realizando um sonho.
“Estar com Drag Syndrome tem sido um passeio louco e eu sempre quis me tornar um famoso drag king”, disse Bond. “Eer um drag king é o que eu quero fazer para viver e sei que para a maioria dos americanos isso é terrível. Você tem Síndrome de Down. Você não tem capacidade para isso, eles dizem. Nós temos capacidade, temos o direito de ser drags e nos expressarmos”, completou o grande artista.
Fonte: Rio Gay Life