A cidade de São Paulo está em festa. Na manhã desta quarta-feira (13), o prefeito Bruno Covas, que está internado no Hospital Sírio Libanês, soube pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que o município vai receber a Certificação de Eliminação da Transmissão Vertical do HIV. São Paulo é a terceira cidade a ser certificada, a primeira foi Curitiba, em 2017. “Estou muito feliz por essa conquista! Provavelmente São Paulo passa a ser a maior cidade do mundo a ter esse selo! Isso é fruto de um trabalho de longo prazo que teve total apoio durante nossa gestão. Uma conquista que será mantida com o apoio de toda a sociedade. Mas a luta continua. Ainda temos que impedir o avanço da doença e a falsa impressão que se criou que aids tem cura”, disse o prefeito em declaração exclusiva, via whatsapp, à diretora da Agência Aids, Roseli Tardelli. A jornalista soube da notícia em primeira mão pelo próprio prefeito.
A eliminação da infecção do vírus de mãe para o filho durante o período da gestação (intrauterino), no parto (trabalho de parto ou no parto propriamente dito) ou pelo aleitamento materno, juntamente com a redução da transmissão vertical da sífilis e da hepatite B, está entre as prioridades do Ministério da Saúde para controle das infecções sexualmente transmissíveis (IST) e das doenças de condições crônicas.
O município de Umuarama, no Paraná, foi o segundo a receber a Certificação de Eliminação da Transmissão Vertical do HIV. São elegíveis à certificação municípios com mais de 100 mil habitantes e que atendam a critérios estabelecidos pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Entre esses critérios, está a taxa de detecção de HIV inferior a 0,3 casos por mil nascidos vivos, e proporção anual inferior a 2% de crianças expostas ao vírus que soroconverteram (quando tornam-se positivas para o HIV).
O Brasil é signatário do compromisso mundial de eliminar a transmissão vertical do HIV e optou por adotar uma estratégia gradativa de certificação de municípios.
O Ministério da Saúde incentiva os municípios a adoção de ações para melhoria da qualidade do pré-natal, parto, puerpério e acompanhamento da criança filhas de mães HIV positivo, bem como para o fortalecimento das intervenções preventivas.
A orientação é que todas as gestantes e suas parcerias sexuais devam ser investigadas para as IST e informadas sobre a possibilidade de prevenção da transmissão para a criança, especialmente de HIV/aids, sífilis e hepatite B.
Casos de aids em menores de 5 anos
A taxa de detecção de aids em menores de cinco anos tem sido utilizada como indicador para o monitoramento da transmissão vertical do HIV no país. Em dez anos o Brasil tem registrado queda nessa taxa que passou de 3,5 casos por 100 mil habitantes, em 2007, para 2 casos por 100 mil habitantes em 2017, o que corresponde a uma queda de 42%.
Nesse mesmo período, houve um aumento de 21,7% na taxa de detecção de HIV em gestantes: em 2007, a taxa observada foi de 2,3 casos por mil nascidos vivos e, em 2017, passou para 2,8 por mil nascidos vivos. Esse aumento poderia ser explicado, em parte, pela ampliação do diagnóstico no pré-natal e a consequente melhoria da prevenção da transmissão vertical do HIV.
Saúde do prefeito
O prefeito Bruno Covas está internado no Hospital Sírio-Libanês, desde o dia 23 de outubro. Ele foi diagnosticado com adenocarcinoma, um tipo de câncer maligno, na região do cardia, na transição do esôfago para o estômago, além de uma metástase no fígado e uma lesão nos linfonodos.
O boletim médico informa ainda que os trombos estão sob controle e já diminuíram, por isso a medicação anticoagulação, que era por via intravenosa, passou a ser administrada por via subcutânea.
Covas foi internado para o tratamento de uma erisipela. No dia 25, foi diagnosticada uma trombose venosa das veias fibulares e exames subsequentes diagnosticaram tromboembolismo pulmonar e o câncer. O prefeito decidiu continuar no cargo durante o tratamento, despachando e fazendo reuniões de trabalho no próprio Hospital Sírio-Libanês, onde está internado.
Ele está sendo acompanhado pelas equipes médicas coordenadas pelo professor dr. David Uip, prof. dr. Roberto Kalil Filho, prof. dr. Raul Cutait, dr. Artur Katz, dr. Tulio Eduardo Flesch Pfiffer, dr. Cyrillo Cavalheiro Filho e dr. Andre Echaime Vallentsits Estenssoro.
Veja o vídeo feito por Bruno Covas ao anunciar a eliminação da transmissão vertical clicando aqui.
Fonte: Redação da Agência de Notícias da Aids