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Após polêmica na Bienal, aumenta a procura por livros LGBTQI+ nas livrarias do Rio


RIO — A tentativa de censurar “ Vingadores — A cruzada das crianças” durante a Bienal do Livro fez direcionar os holofotes para os livros com temática LGBTQI+ . Numa livraria Saraiva em Botafogo, com o aumento da demanda, a loja montou uma estante voltada para o tema, inspirada na campanha “Leia com orgulho”, promovida por editoras. Segundo a rede, em todo o país, a venda de publicações com esse foco mais que dobrou na semana de 1º a 8 de setembro, em comparação aos sete dias anteriores.

— Antes, a procura era normal, mas, desde o que aconteceu na Bienal, cresceu bastante — comentou um lojista.

A livraria Blooks, também em Botafogo, montou uma vitrine com títulos dedicados ao assunto, inclusive os infantis, como “Olívia tem dois papais”. Por várias vezes, ela precisou ser rearrumada por causa das vendas —clientes levaram até livros que estavam no mostruário.

Em livrarias percorridas nesta segunda-feira pelo GLOBO, a publicação “Vingadores — A cruzada das crianças” estava esgotada. No entanto, isso não tem relação com o episódio protagonizado pelo prefeito Marcelo Crivella. Segundo os lojistas da Saraiva e da Blooks, o título não fazia parte do estoque há algum tempo.

Nas grandes lojas on-line, o livro também já não estava mais disponível ontem à noite. Quem tem um exemplar tenta ganhar algum dinheiro. Há pessoas querendo vender a publicação por até R$ 250 na internet.

Entenda o caso

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, cassou a decisão do Tribunal de Justiça (TJ) do Rio que permitia a censura de obras com temática LGBT na Bienal do Livro no Rio. Toffoli atendeu a um pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e proferiu a decisão no começo da tarde deste domingo, poucas horas depois de a procuradora-geral pedir no STF a derrubada da liminar do presidente do TJ, desembargador Claudio Mello Tavares. Tavares havia autorizado o prefeito Marcelo Crivella a recolher as obras na Bienal. Em decisão sobre recurso feito pela organização do evento, também neste domingo, Bienal, o ministro do Supremo Gilmar Mendes seguiu a mesma linha. Em nota, Crivella informou que vai recorrer da decisão do Supremo.

“Defiro a liminar, para conceder a suspensão da decisão da presidência do TJ-RJ, a qual havia suspendido a decisão do desembargador Heleno Ribeiro Nunes”, escreveu Toffoli na decisão em que acolhe os argumentos da procuradora-geral da República. No pedido encaminhado ao STF, Dodge disse que a suspensão da liminar do presidente do TJ é necessária para “impedir a censura ao livre trânsito de ideias, à livre manifestação artística e à liberdade de expressão no país”.

Crivella tentou censurar obras com temática LGBT na Bienal, o que despertou um forte movimento contra o ato do prefeito. Ele manifestou incômodo com o beijo entre dois personagens numa história em quadrinhos à venda na Bienal — o livro “Vingadores — A cruzada das crianças”, da Marvel, publicado originalmente em 2010. O prefeito interpretou que a obra é ofensiva a crianças e adolescentes, e cunhou o termo “homotransexualismo” para se referir ao conteúdo da HQ.

A Prefeitura do Rio de Janeiro recorreu, no STF, embargos de declaração à decisão do ministro Dias Toffoli. No recurso, a Procuradoria Geral do Município afirma que “a decisão não examina o fundamento da medida tomada pelo município do Rio de Janeiro ao fiscalizar a Bienal do Livro: a defesa de crianças e adolescentes, com base no Estatuto da Criança e do Adolescente, que determina que revistas e publicações contendo material impróprio ou inadequado para menores devem ser comercializadas em embalagem lacrada, com advertência sobre seu conteúdo”.

Fonte: O Globo

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