Um dos mais famosos e utilizados aplicativos para pessoas LGBTQI+ no mundo, o Grindr está com uma nova ferramenta disponível em suas funcionalidades: um lembrete aos seus usuários sobre a necessidade de se fazer o teste para o HIV, que pode causar a AIDS.
A novidade vem num momento de crise, após estatísticas confirmarem que o diagnóstico da síndrome entre a geração Y (aqueles nascidos entre a década de 1980 e 1990) tem sido mais difícil, ao menos no que tange a população estadunidense. Cerca de 15 mil novos casos de pessoas soropositivas são registrados por ano nos EUA. A população LGBTQI+ é comumente associada à infecção pelo HIV, uma vez em que ainda há o estigma social de que as duas condições se encontram. Aqui no Brasil, foram adotadas políticas públicas voltadas à proteção de homens que fazem sexo com homens e também mulheres transexuais, expostas aos perigos da prostituição devido à dificuldade de sustento por conta das altas taxas de preconceito nos ambientes de trabalho formal. Uma delas, elogiada pelas Nações Unidas recentemente, foi a adoção da PrEP (profilaxia pré-exposição).
Embora o público heterossexual não seja o alvo do Grindr, é necessário lembrar que essa população também tem registrado comportamentos perigosos para a propagação do vírus, em especial nas populações idosas que, no Brasil, tiveram um aumento de 103% de pessoas soropositivas na última década. Melanie Thompson, da HIV Medicine Association, disse em entrevista: “Nós temos dificuldades em entregar a mensagem para as pessoas que mais precisam ouvi-la. Está claro que o Grindr tem a adesão de usuários que são sexualmente ativos e precisam dessa mensagem”. A ferramenta do Grindr não é um mero lembrete para que as pessoas façam exames. Em associação com a organização CenterLink, o aplicativo está cedendo espaço de publicidade gratuita para locais que fazem testagem de HIV e outras ISTs, para tornar a tomada de decisões em fazer o exame mais prática para os usuários.
Harrison-Quintana, Diretor pela Equalidade no Grindr, afirma que o diagnóstico não é o único ponto a ser levado em consideração quando o assunto é lidar com o HIV e a aids. A PrEP e a desestigmatização são, também, peças-chave. “Para populações estigmatizadas, o medo de receber o diagnóstico é tão grande que há aversão aos testes”.
Fonte: Canaltech