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Antirretrovirais reduzem níveis de hormônios feminizantes em 36% nas mulheres transgênero, revela pesquisa


Um estudo que investigou as interações em mulheres transgênero soropositivas entre a terapia hormonal feminizadora (ESF) e a terapia antirretroviral (TARV) revelou que os níveis sanguíneos do hormônio feminino primário estradiol foram reduzidos em uma média de 36% quando elas começaram o tratamento para o HIV.

A pesquisa também constatou que a terapia hormonal reduziu o nível do tenofovir em 17%, o que foi estatisticamente significativo, e o efavirenz em 9%, o que não foi significativo.

Como a outra parte da ESF, as mulheres estavam tomando a droga ciproterona bloqueadora de testosterona e, embora os níveis não pudessem ser medidos diretamente, os níveis de testosterona não aumentaram nas mulheres quando começaram a tomar TARV.

O estudo conduzido pelo Dr. Akarin Hiransuthikul, do Centro de Pesquisa de Aids da Cruz Vermelha Tailandesa, relatou os resultados do segundo estudo iFACT do mês passado em Doenças Infecciosas Clínicas. Na primeira metade do iFACT, 20 mulheres trans soronegativas receberam tenofovir disoproxil fumarato (TDF) e emtricitabina – os dois medicamentos geralmente usados ​​na PrEP – juntamente com a mesma terapia de hormonal da segunda metade da pesquisa.

Os resultados corroboram outro estudo de mulheres transgênero HIV negativas que tomaram PrEP em 2018, que encontraram uma redução de 25% nos níveis sanguíneos de tenofovir e de 44% nos tecidos retais – a diferença observada entre tomar PrEP diariamente e tomá-la quatro dias na semana. Este foi um estudo menor, em que as mulheres estavam tomando vários regimes diferentes de terapia hormonal – incluindo aqueles que podem produzir níveis hormonais muito mais altos no sangue e nos tecidos.

Ainda falta muito

Para a ativista Brunna Valin, pesquisas como essas fazem falta no Brasil. “Seria importante que tivéssemos no Brasil esses dados. Mas o foco que se tem ainda esá muito ligado ao HIV/aids e outras IST’s. Precisamos pensar na saúde integral das pessoas trans.”

“Precisamos pesquisar, inclusive, nem só sobre hormonioterapia, mas todo o processo transexualizador que por hora está muito desatualizado e não contempla todas as demandas, incluindo a dos meninos trans”, diz Brunna ao citar como exemplo a necessidade de homens trans retirarem as mamas, assim como mulheres trans que desejam colocar a mama e retirar pelos. “Essa população ainda precisa ser de fato inclusa no SUS de verdade.”

Segundo a Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (ABIA), as medidas de enfrentamento à epidemia de HIV têm dado maior atenção às pessoas HSH (homens que fazem sexo com homens), em razão do aumento na proporção de casos de exposição ao HIV nos últimos dez anos, conforme dados do boletim epidemiológico do Ministério da Saúde.

“Oficialmente, a população transgênero faz parte dessa categoria, mas na prática não pertencem a ela de fato. As travestis e mulheres trans não são homens e não podem ser consideradas como tal. Já os homens transexuais têm a construção social de sua masculinidade muito diferente da normatividade biológica do homem cisgênero que constitui a categoria HSH. Isso faz com que os homens Trans vivenciem um estigma e estereótipo que produzem vulnerabilidades e segregações sociais que o homem cisgênero não vivencia de fato. Eles também ocupam outros espaços sociais de vivência, seja pela exclusão, seja por se constituírem como outro grupo social. Outro fator significativo é a prática sexual ser diferente dos padrões esperados para os HSH, pois muitos não têm práticas sexuais frequentes com homens e, sim, com mulheres.”

“Ainda no âmbito do enfrentamento à epidemia de HIV/aids, chamamos a atenção para o fato de que o uso de TARV por pessoas Trans ainda carece de estudos e pesquisas que mostrem se o uso concomitante com os hormônios não possa ter qualquer interação prejudicial ou indevida. Há inclusive casos de pessoas trans que interrompem o uso da TARV para não comprometer a hormonização”, defende a instituição.

Fonte: Agência de Notícias da AIDS

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