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Aids: luta para desmistificar a infecção sexualmente transmissível


“Eu fui diagnosticado com Aids em julho de 2018; adquiri por meio do sexo sem uso de preservativo. Quando eu descobri, já estava no quadro da Aids. A minha reação ao saber foi o medo de morrer, porque o que eu ouvia falar sobre Aids era aliado a Cazuza pessoas que morrem em decorrência da doença, e eu não estava preparado para a notícia. Mas eu saí muito rápido do luto para a luta”. Este relato é do jornalista maranhense e influencer digital, Francisco Garcia (@fgnico), que, aos 27 anos, descobriu que tinha Aids.

Após o diagnóstico, ele pediu demissão do emprego, adesivo o carro e saiu pelo Brasil fazendo palestra educativas em escolas, praças públicas e presídios sobre Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Francisco Garcia já viajou por 12 estados, passando por 450 cidades e palestrou para quase 100 mil pessoas. A sua história de superação se tornou exemplo para jovens que, assim como ele, não tiveram informações sobre as ISTs na adolescência. Além disso, as suas redes sociais, que possuem mais de 260 mil seguidores, se tornaram uma ferramenta de aproximação com a população.

“Eu decidi tornar público porque eu não tinha referência de pessoas que viviam de HIV ou com Aids de forma saudável. E poucas eram as pessoas que eu conhecia que falavam abertamente sobre isso. Então, eu decidi me tornar essa referência, porque eu não tive educação sexual em casa, na escola e eu quis me tornar essa porta aberta para muitos jovens que têm dúvidas e querem saber mais sobre o assunto”, conta Francisco Garcia.

Atualmente, o jornalista faz tratamento diário da Aids com dois comprimidos que o tornam indetectável, ou seja, ele não transmite o vírus do HIV por via do sexo e leva uma vida saudável, fazendo uso do preservativo e de medicação. Todavia, Francisco acredita que no país ainda há muito a se fazer em relação à conscientização das ISTs e a principal ferramenta é o diálogo dentro de casa, na escola e nos espaços públicos.

“Nós continuamos muito atrasados, o preconceito continua sendo um dos maiores problemas para quem convive com vírus do HIV e a Aids no Brasil. Ainda não há o diálogo como se deveria e pouco são os incentivos. A gente não vê políticas públicas voltadas para implantar uma matéria na escola, ou que o diálogo aconteça com mais frequência”, conclui.

HIV e Aids: entenda a diferença e como se prevenir

“Hoje não chamamos mais de Doença Sexualmente Transmissível (DST), mas sim de Infecção Sexualmente Transmissível (IST), pois, a exemplo do HIV/Aids, na maioria das vezes não há nenhuma sintomatologia. Então, se você não tem nenhum sinal e sintoma, isso não se trata de uma doença, mas sim de uma infecção. Por isso a mudança da nomenclatura”, explica Alana Niége, coordenadora municipal de IST/Aids da Fundação Municipal de Saúde (FMS).

Mas, você sabe a diferença entre HIV e Aids? Elas são bem distintas. A infecção pelo HIV não quer dizer que você está com Aids, mas que você convive com o vírus. “Se fizer o tratamento, tomar a medicação e ter acompanhamento com o infectologista, você não vai virar um caso de Aids, ou seja,não vai adoecer e precisar de uma internação”, explica Alana Niége.

Desde 2014, a infecção por HIV é considerada uma doença de notificação. Assim, automaticamente, esse paciente já entra no sistema e dá início à sua terapia retroviral, que é a medicação. Desta forma, o paciente terá uma vida saudável como qualquer outra pessoa que não convive com o vírus HIV.

E por que, mesmo com várias campanhas, os números de casos de HIV/Aids têm crescido? A coordenadora municipal comenta que, desde 2015, vem aumentando a detecção desta doença em todo o Brasil, vez que o diagnóstico vem sendo descentralizado e expandido.

HIV e Aids: entenda a diferença e como se prevenir. Foto: Assis Fernandes

“Fazemos esse diagnóstico em campanhas nas ruas, praças, parques, nos centros de testagens e aconselhamento, onde são atendidos esse público considerado vulnerável, como travestis, transexuais, pessoas em situação de rua, homens que fazem sexo com homens.Todos podem se dirigir ao CTA para que seja diagnosticado, pois quanto mais cedo, menos casos de Aids teremos no sistema, porque as pessoas não chegam a adoecer”, disse.

Alana Niége enfatiza que as campanhas preventivas são feitas durante todo o ano e inicia ainda nas prévias carnavalescas, em blocos, bares e clubes. Durante o carnaval, duas equipes trabalham de forma volante distribuindo material de prevenção, que são os preservativos masculinos, femininos e o gel lubrificante, além de distribuírem material informativo.

“Vamos também nas instituições privadas e públicas. Levamos campanhas de testagens para empresas, parques e fazemos testagem para aquela população que não tem tanto acesso. Também estamos treinando todas as equipes das Unidades Básicas de Saúde para que esse teste rápido, que te dá o resultado em 30 minutos, seja feito também nas UBSs. Algumas já fazem, mas queremos ampliar para todas as unidades”, acrescenta.

Por: Sandy Swamy e Isabela Lopes- Jornal O DIA

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