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Acesso à Internet é um dos maiores desafios enfrentados por estudantes no Brasil


Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), em parceria com a Associação Brasileira de Estudos Populacionais (ABEP), promoveu na semana passada (16) a 21ª edição da série de webinários “População e Desenvolvimento em Debate”, com o tema “Desafios da educação no contexto da pandemia e pós-pandemia”. O evento virtual foi mediado pela oficial de programa do UNFPA, Gabriela Monteiro.

Uma das primeiras medidas para evitar a disseminação do novo coronavírus foi a suspensão de atividades em creches, escolas e universidades. Algumas instituições de ensino tiveram que se reinventar para seguir com as atividades a distância.

Vídeoaulas, transmissões ao vivo, exercícios online, entre outros mecanismos foram e estão sendo utilizados como forma de manter educadores e estudantes ativos nos processos pedagógicos de aprendizagem.

Para grande parte dos estudantes brasileiros, no entanto, a realidade tem sido difícil. Durante o período da pandemia, um dos grandes desafios enfrentados por estudantes brasileiros que vivem em situação de vulnerabilidade é o acesso à Internet.

Para a pesquisadora da educação e professora adjunta da Universidade Federal do Paraná Raquel Guimarães, “manter os alunos estudando durante a pandemia da COVID-19 impõe graves desafios nunca antes vistos no Brasil. Mais de 47 milhões de estudantes estão fora da escola em isolamento e a conexão à Internet não atinge os domicílios vulneráveis. As autoridades locais devem fornecer alternativas para facilitar o aprendizado remoto”.

Guimarães também compartilhou uma pesquisa feita pelo Learning Policy Institute, que sugere formas de recomeçar as aulas e reinventar as escolas em um cenário pós-pandemia: fechar as divisórias digitais; fortalecer o ensino a distância e híbrido; avaliar as necessidades dos alunos de forma personalizada; garantir suporte para aprendizado social e emocional.

Outros pontos incluem redesenhar escolas para forte relações entre comunidade escolar; enfatizar aprendizado autêntico e culturalmente sensível; prover tempo de instrução estendido para compensar o tempo fora da escola; estabelecer escolas comunitárias e apoio da comunidade; preparar educadores para reinventar escolas pós-pandemia; alavancar financiamento escolar mais adequado e igualitário.

Daniel Cara, professor da Universidade de São Paulo (USP) e dirigente da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, trouxe para a discussão, uma perspectiva com foco nos direitos. “Mesmo se nós não estivéssemos enfrentando essa crise da pandemia de COVID-19, é importante ressaltar que a educação é um direito que está escrito no artigo 205 da Constituição Federal de 1988 e na Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948”.

O professor da Faculdade de Educação da USP alerta para as vozes que devem ser escutadas pelos formuladores de políticas públicas da área da educação. “As políticas públicas para a área da educação devem ouvir, essencialmente, as ciências da educação, em especial a pedagogia, mas também precisam ouvir a experiência dos professores de sala de aula, ou seja, valorizar aquilo que acontece na sala de aula, até porque o processo de ensino e aprendizado é um processo extremamente rico e complexo.”

Em consonância com Cara, a articuladora de Juventude da Rede de Protagonistas em Ação (REPROTAI), Tatiane Anjos, aponta que a lei deve funcionar para todas as pessoas, incluindo, principalmente, as comunidades que possuem maior dificuldade no acesso à educação.

“Educação é um direito constitucional, então, a gente precisa monitorar essa lei e garantir que o acesso à educação chegue na ponta, principalmente nas comunidades ribeirinhas, quilombolas, indígenas e na área rural”, disse.

Anjos também apontou para comunidades periféricas do país. “Se a gente não tiver um retorno às aulas de qualidade, com merenda digna, segurança e informação, a gente não consegue garantir o acesso dessas pessoas nas escolas”.

Fonte: ONU Brasil

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