Estamos apresentando um conjunto de terminologias médicas que estão inseridas, ou não, no material sobre “Sexo Mais Seguro: um Guia sobre Sexo, Prazer e Saúde no Século 21”. O objetivo é facilitar a compreensão do conteúdo de nosso material, e também de outros que abordem questões parecidas, esclarecendo palavras, frases e conceitos.
Convidamos às leitoras e leitores para contribuir com este documento nos enviando mais terminologias e definições através do CONTATO que com muito prazer vamos inserir no conteúdo deste material.
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Índice:
Adjuvante – Substância adicionada a um antígeno com o objetivo de aumentar a sua imunogenicidade. Exemplo frequente é o hidróxido de alumínio, Bordetella pertussi morta, ou uma emulsão gordurosa do antígeno.
Agente etiológico – Agente causador de doença. No contexto das doenças transmissíveis é um parasita. Exemplos são os vírus, bactérias, protozoários, fungos e macroparasitas. O termo é frequentemente usado como sinônimo de agente infeccioso.
Agente infeccioso – Sinônimo de agente etiológico.
Anticorpo – Uma molécula orgânica (em geral uma glicoproteína) produzida pelo sistema imunitário do hospedeiro em resposta à entrada de um antígeno. Tem a capacidade de se combinar com o antígeno para o anular. Também conhecidos por imunoglobulinas.
Antígeno – Substância estranha ao organismo do hospedeiro (exemplo: proteína, polissacárido, vírus ou partícula viral, toxina bacteriana, etc.) à qual o sistema imunitário responde (por exemplo, criando anticorpos específicos).
Antirretrovirais – Medicamentos que impedem a replicação do HIV. Existem várias classes que atuam em diferente s momentos da replicação viral. A combinação de várias classes de antirretrovirais tem como objetivo reduzir a quantidade de HIV no sangue para níveis que são indetectáveis.
Ânus – Abertura exterior do tubo digestivo, na extremidade do reto, pela qual se expelem os excrementos.
Bactéria – Microrganismo com uma organização de tipo celular (citoplasma delimitado por uma parede e uma membrana) mas, ao contrário das células dos organismos mais complexos, o seu material genético não está organizado dentro de um núcleo. Podem ter formas variadas (esféricas, cilíndricas, filamentosas…) ocorrer isoladamente ou agregarem-se em colónias com formas características que permitem a sua identificação, podem não se movimentar autonomamente ou ter flagelos para se movimentar. Estas características, visíveis ao microscópio óptico, estão muitas vezes na origem dos nomes vulgares que lhes são dados: espiroquetas, vibriões, – cocos (meningococos, pneumococos…) etc. Frequentemente produzem toxinas prejudiciais ao hospedeiro, causadoras de patologia.
Carga viral – Exame que conta a quantidade de vírus presente em uma certa quantidade de sangue. Utilizando a quantidade de RNA viral presente em uma amostra de plasma sanguíneo pode ser feito uma estimativa para quantos existem no organismo e do impacto que eles terão na saúde do paciente. Se diz que a Carga viral é indetectável quando a terapia antirretroviral é capaz de reduzir a quantidade de HIV no sangue para níveis que são indetectáveis por testes laboratoriais padrão.
Doença endémica, endemismo – Diz-se de uma doença que persiste durante muito tempo na população, independentemente da sua prevalência ser alta ou baixa. As doenças endémicas persistem por vezes durante muito tempo sem grandes flutuações de prevalência, mas podem também ter características epidémicas.
Doença infecciosa ou transmissível – Os termos são em geral usados como sinônimos. Designam doenças que são transmitidas entre indivíduos, quer diretamente, quer através de vectores transmissores da doença.
ELISA – Técnica laboratorial que tira partido das propriedades de acoplamento dos anticorpos aos antígenos para detectar antígenos ou anticorpos específicos. A detecção é tipicamente possibilitada por colorações induzidas por enzimas. A técnica é muito usada em sondagens soro-epidemiológicas da população.
Epidemia – Número de casos anormalmente elevado duma doença numa certa população, área geográfica e/ou período de tempo. O termo é relativamente arbitrário, uma vez que não é especificado o que se entende por ‘anormalmente elevado’. Uma doença diz-se epidémica se forma epidemias regular ou esporadicamente. As doenças epidémicas caracterizam-se por mudanças rápidas na prevalência da infecção, com picos elevados de curta duração. Uma doença epidémica pode ser endémica ou não.
Epidemiologia – Estudo da prevalência, incidência, formas de transmissão e dispersão geográfica das doenças. Este estudo pode ser meramente descritivo (epidemiologia clássica) mas também pode ser explicativo e/ou preditivo.
Etiologia – Estudo das causas das doenças (os chamados agentes etiológicos).
Exotoxina – Proteína tóxica, produzida por uma bactéria em resultado do seu metabolismo. É em geral libertada no ambiente que rodeia a bactéria.
Hormonizada (o) – Pessoa que toma hormônio.
Hospedeiro – Diz-se de um organismo que é parasitado (ver parasita).
Imunidade de grupo – Efeito indireto resultante da administração de uma vacina a um grande número de indivíduos. É causado pela diminuição da probabilidade de que um indivíduo infeccioso encontre um susceptível a quem transmitir a infecção, quando a grande maioria (mas não toda) a população está imunizada. Este efeito permite que seja possível eliminar uma doença, mesmo quando uma pequena percentagem de indivíduos na população não está imunizada.
Imunogênico – Diz-se do que induz uma resposta imunitária.
Imunoglobulinas – Ver anticorpos.
Infecção – Existência do parasita no hospedeiro, causando ou não doença.
Infectado – Se diz de quem tem o agente etiológico da doença. Um infectado pode estar latente (ver período de latência) ou pode ser infeccioso. Neste último caso, é capaz de transmitir a doença a outros hospedeiros.
IST – Infecções Sexualmente Transmissíveis. O Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais passou a usar a nomenclatura IST no lugar de DST (doenças sexualmente transmissíveis). A nova denominação é uma das atualizações da estrutura regimental do Ministério da Saúde por meio do Decreto nº 8.901/2016 publicada no Diário Oficial da União em 11.11.2016, Seção I, páginas 03 a 17.
Pandemia – Uma epidemia que adquire uma distribuição geográfica à escala planetária.
Parasita – Diz-se de um organismo que beneficia à custa de outro organismo (o hospedeiro), com prejuízo para este último. Em epidemiologia, subdividem-se em macroparasitas (exemplo: “lombrigas”, “ténias”) que podem ser quantificados facilmente e microparasitas, que em geral não são quantificados diretamente e são microscópicos. Estes últimos são os agentes etiológicos da maioria das doenças transmissíveis e pertencem essencialmente a quatro grandes grupos: vírus, bactérias, protozoários e fungos.
Pênis – Órgão genital masculino dos vertebrados superiores que, nos mamíferos, é ger. constituído por dois corpos cavernosos e um tubo central, por onde passa a uretra, tendo na sua extremidade a glande peniana, onde termina o meato urinário; membro genital.
Período de incubação – Intervalo de tempo que decorre entre a infecção por um agente causador de doença (vírus, bactérias, esporos, etc.) e o desenvolvimento de sinais e sintomas da doença. Pode variar de poucos dias a vários anos.
Período de latência – Intervalo de tempo durante o qual um indivíduo está já infectado, mas em que ainda não é infeccioso, isto é, ainda não é capaz de transmitir a doença a um indivíduo susceptível.
Portador – Indivíduo infectado, mas sem sintomas da infecção. Há dois tipos de portadores. Os “silenciosos”, que são infecciosos, e os “latentes” que não são infecciosos (ver período de latência).
Prevalência – A prevalência duma doença infecciosa na população é o número (ou a proporção) de indivíduos da população que estão infectados pela doença. Os indivíduos infectados, tal como são aqui definidos, não manifestam necessariamente sintomas da doença (podem ser portadores).
Protozoário – Células eucarióticas (material genético organizado dentro de um núcleo) que vivem solitárias ou agregadas em colónias. Em geral têm cílios ou flagelos que lhes conferem movimento. São mais complexos e maiores que bactérias e, em muitos aspectos, a sua morfologia e fisiologia é a mesma que a das células dos organismos pluricelulares mais complexos. Exemplo de doenças causadas por protozoários: Malária, leishmaniose, giardíase, amebíase.
Serotipo – Anticorpos que um indivíduo possui, geralmente baseado na análise de sangue ou saliva (ver sorologia). As diferentes estirpes de agentes patogénicos podem por vezes ser distinguidas pelos diferentes anticorpos que induzem no hospedeiro, assim, “sorotipo” aplica-se também para designar uma estirpe particular (diz-se, por exemplo, “está infectado por um sorotipo virulento”).
Sexo anal – É toda prática sexual onde existe estimulação dos genitais com a boca, a língua e com a garganta. Quando o sexo oral é feito no homem normalmente é chamado de felação (Fellatio), popularmente conhecido como boquete, e quando é feito na mulher se chama cunilíngua (Cunnilingus), conhecido popularmente como chupada.
Sintomas subclínicas – Sintomas de infecção que são tão suaves ou sem aparência que passam despercebidos a meios de diagnóstico não serológicos.
Sorologia – Estudo das reações antígeno-anticorpo. Fazer a sorologia de um conjunto de indivíduos para determinada doença consiste, em geral, em tomar uma amostra dos líquidos fisiológicos (sangue, saliva …) dos indivíduos e, através de meios apropriados (que envolvem antígenos), avaliar a presença e quantidade de anticorpos nesses líquidos. A presença de anticorpos indica que o indivíduo já foi (ou está ainda) infectado pela doença.
Soropositivo – Indivíduo cujo sorotipo sugere que já foi infectado no passado.
Soroprevalência – Proporção da população que é soropositiva.
Susceptível – Indivíduo que pode ser infectado por um agente etiológico.
Toxina – Produto microbiano (ou componente microbiana) que pode prejudicar outro organismo em baixas concentrações. Em geral, o termo refere-se a uma proteína, mas as toxinas podem ser lipídios ou outras substâncias. (ver também exotoxina).
Toxóide – Uma exotoxina microbiana que foi modificada, de forma a já não ser tóxica, mas que continua a estimular a formação de anti-toxina quando injetada num animal.
Transmissão – Processo pelo qual um agente patogénico passa de uma fonte de infecção para um novo hospedeiro. A fonte de infecção pode ser um hospedeiro da mesma espécie (transmissão da tuberculose por gotículas de aerossol emitidas ao tossir), de uma espécie diferente (transmissão da malária por insetos), ou ser inorgânico (contaminação com tétano ao fazer uma ferida no chão). Um caso particular é a chamada transmissão vertical. Nesta a transmissão ocorre de ascendente para descente de forma muito íntima (por exemplo, da mãe para o feto).
Vacina – Uma preparação de microparasitas mortos, ou de microparasitas vivos atenuados, ou de moléculas de microparasitas, ou de toxóides bacterianos. A vacina tem poder imunogênico e é administrada a um potencial hospedeiro com o objetivo de induzir neste o desenvolvimento duma resposta imunitária que, no futuro, o proteja contra doença provocada pelo microparasita visado.
Vagina – É o canal do órgão sexual feminino e do aparelho reprodutor, que se estende do colo do útero à vulva, dirigido de cima abaixo e de trás para frente.
Viremia – Presença de um (micro-) parasita em líquidos fisiológicos em grande número. O termo refere-se a vírus, mas muitas vezes é usado para outros microparasitas como bactérias. O termo pode-se também referir ao próprio processo de multiplicação do microparasita dentro do hospedeiro.
Vírus – Agentes etiológicos muito simples, com uma estrutura de tipo não-celular. Possuem um só tipo de ácido nucleico (DNA ou RNA), com a informação necessária para a sua reprodução, rodeado por uma carapaça de natureza proteica. Os vírus não se conseguem reproduzir sem a ajuda de uma célula hospedeira na qual se introduzem. Se se considerar que os vírus são seres vivos (um assunto que não é pacífico), são as formas de vida mais simples que se conhece. São muito mais simples que os organismos celulares e também muito mais pequenos (são, por exemplo, muito mais pequenos que bactérias) e só são visíveis ao microscópio electrónico. Os antibióticos não têm efeito sobre os vírus. Habitualmente, espera-se que o sistema imunitário do hospedeiro responda a uma infecção por vírus ou, em alguns casos, o infectado pode ingerir drogas ditas anti-virais que retardam a multiplicação do vírus e dão tempo ao sistema imunitário para preparar uma resposta. Num hospedeiro vacinado, o sistema imunitário reconhece imediatamente o vírus correspondente à vacina e desenvolve rapidamente uma resposta que o anule.