O Nepal contará pessoas LGBT pela primeira vez em seu próximo censo, uma medida que, segundo disseram ativistas, pode ajudar minorias sexuais a obterem mais acesso aos sistemas de educação e saúde no país.
Agendado para junho de 2021, a pesquisa ajudará a acabar com o estigma e os desafios que as pessoas LGBT enfrentam para utilizar os sistemas de apoio e bem-estar, afirmou Dhundi Raj Lamichhane, autoridade do Escritório Central de Estatísticas.
As pessoas precisarão se identificar, e aos seus familiares, como “masculino”, “feminino” ou “outros (comunidade/identidade de gênero)”. Porém, até o momento não haverá opções adicionais para escolher com qual orientação sexual elas se identificam no censo, que passará por um teste em março.
“A mudança permitirá o planejamento de benefícios sociais e outros direitos, incluindo cotas governamentais, garantidos às pessoas LGBT+ na Constituição aprovada em 2015”, disse Lamichhane.
Ativistas de direitos das pessoas LGBT expressaram preocupação com o plano do governo nepalês de combinar orientação sexual com identidade de gênero na pesquisa.
Eles citaram o último censo de 2011, no qual as autoridades acrescentaram uma categoria de “terceiro gênero” pela primeira vez e para contar todas as pessoas LGBT+ aí incluídas.
Mas o número de pessoas dispostas a se identificar como de “terceiro gênero” a um pesquisador do censo – ou induzir seus familiares a fazê-lo – é pequeno demais para ser incluído na contagem final da população, disse Kyle Knight, da entidade Human Rights Watch.
“O governo faria bem em lembrar que o ‘terceiro gênero’ pode abranger uma gama de comportamentos e identidades e também deixar de fora muitas pessoas que não se identificam com o termo”, completou Knight.
O Nepal contará pessoas LGBT pela primeira vez em seu próximo censo, uma medida que, segundo disseram ativistas, pode ajudar minorias sexuais a obterem mais acesso aos sistemas de educação e saúde no país.
Agendado para junho de 2021, a pesquisa ajudará a acabar com o estigma e os desafios que as pessoas LGBT enfrentam para utilizar os sistemas de apoio e bem-estar, afirmou Dhundi Raj Lamichhane, autoridade do Escritório Central de Estatísticas.
As pessoas precisarão se identificar, e aos seus familiares, como “masculino”, “feminino” ou “outros (comunidade/identidade de gênero)”. Porém, até o momento não haverá opções adicionais para escolher com qual orientação sexual elas se identificam no censo, que passará por um teste em março.
“A mudança permitirá o planejamento de benefícios sociais e outros direitos, incluindo cotas governamentais, garantidos às pessoas LGBT+ na Constituição aprovada em 2015”, disse Lamichhane.
Ativistas de direitos das pessoas LGBT expressaram preocupação com o plano do governo nepalês de combinar orientação sexual com identidade de gênero na pesquisa.
Eles citaram o último censo de 2011, no qual as autoridades acrescentaram uma categoria de “terceiro gênero” pela primeira vez e para contar todas as pessoas LGBT+ aí incluídas.
Mas o número de pessoas dispostas a se identificar como de “terceiro gênero” a um pesquisador do censo – ou induzir seus familiares a fazê-lo – é pequeno demais para ser incluído na contagem final da população, disse Kyle Knight, da entidade Human Rights Watch.
“O governo faria bem em lembrar que o ‘terceiro gênero’ pode abranger uma gama de comportamentos e identidades e também deixar de fora muitas pessoas que não se identificam com o termo”, completou Knight.
O histórico do Nepal
A nação socialmente conservadora do Himalaia tornou-se cada vez mais progressiva em relação aos direitos LGBT desde que uma guerra civil maoísta de uma década terminou em 2006, e uma monarquia feudal foi abolida dois anos depois.
Em 2007, a Suprema Corte ordenou ao governo que acabasse com a discriminação contra pessoas LGBT e estabelecesse medidas para garantir seus direitos iguais como cidadãos.
Juntamente com o Nepal, o Paquistão, a Índia e o Bangladesh reconhecem legalmente as pessoas trans, que geralmente incluem pessoas intersexuais e eunucos, como um terceiro gênero. O Nepal e a Índia realizaram pesquisas nacionais com a terceira opção de gênero.
Mas, apesar das mudanças legislativas, a homossexualidade continua sendo um tabu no Nepal, onde cerca de 900.000 pessoas LGBT ainda enfrentam assédio e discriminação, dizem os ativistas.
Sarita K.C., ativista que fazia parte das consultas do governo no censo, disse que as autoridades estão reunindo orientação sexual e identidade de gênero devido à falta de espaço no formulário e porque queriam “dados brutos”.
“Existem planos para uma pesquisa mais específica e detalhada exclusivamente para LGBTs, e esperamos que aconteça até 2022. Ela fornecerá dados mais precisos”, disse Sarita, chefe da instituição Litit + Mitini Nepal.
Na pesquisa de 2021, ela explicou, se alguém é LGBT, eles teriam que marcar a opção “outros”, independentemente de serem identificados como “masculinos” ou “femininos”.
O exercício permitirá que as pessoas LGBT + “se beneficiem dos esquemas de previdência social e cotas estabelecidas para grupos minoritários”, incluindo serviços públicos, exército e polícia, complementa Sarita.
Ela afirma que, embora se preocupe com o fato de os resultados não refletirem o número real de LGBTs nepaleses, é possível que haja uma diminuição nos problemas de identificação e estigmatização dessa população. Para isso, ela e outros ativistas planejam fazer campanhas de conscientização no período que antecede o censo. “Estamos esperando o melhor”, pontuou.
(Reportagem de Gopal Sharma e Annie Banerji; Edição de Ros Russell; Crédito à Thomson Reuters Foundation, braço de caridade da Thomson Reuters que cobre questões humanitárias, conflitos, direitos de propriedade e terra, escravidão moderna e tráfico de seres humanos, igualdade de gênero, mudança climática e resiliência, visite
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Fonte: HuffPost Brasil