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Projeto Diversidade Sexual recebe alunos de escola estadual de Nilópolis na ABIA


Entre a manhã e o início da tarde da última quinta feira (28/11) a Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (ABIA) recebeu em sua sede a visita de 34 alunos e 3 professores do Colégio Estadual Bertha D’Alessandro, de Nilópolis, na Baixada Fluminense.

“Fico muito feliz de receber todos vocês aqui hoje nessa manhã. Não sei se vocês sabem ou conhecem, mas Herbert de Sousa – o Betinho – foi um grande personagem na luta pelo HIV/AIDS e a fome no Brasil. E a ABIA é uma de suas instituições criadas dessa luta”, explicou brevemente e dando às boas vindas Vagner de Almeida, coordenador do Projeto Diversidade Sexual, Saúde e Direitos entre Jovens. Juan Carlos Raxach (assessor de projetos), Jean Pierry Oliveira e Jéssica Marinho (assistentes do projeto) também se apresentaram, respectivamente. O encontro teve como objetivo dialogar com a juventude sobre questões pertinentes à essa fase como sexo, prevenção, HIV/AIDS etc.

Jovens, Cidadãos, Brasileiros e seus Desafios

Após o primeiro contato, Almeida deu prosseguimento à atividade e exibiu para os jovens um de seus mais famosos documentários: “Jovens, Cidadãos, Brasileiros e seus Desafios”, que dialoga sobre questões estruturais e vulneráveis da juventude de periferia.

Encerrada a sessão o coordenador ressaltou a atualidade dos temas falados no filme. “Tenho certeza que vocês se identificaram com uma ou mais situações ditas ali no filme, seja com relação ao desemprego, à violência ou falta de conhecimento. Principalmente sobre HIV e prevenção”, disse ele. “A maioria das pessoas infectadas hoje em dia são jovens. E vocês não falam sobre isso em casa, mesmo tendo acesso pelo celular”, advertiu ele fazendo ainda um lembrete sobre o dia 1º de dezembro (Dia Mundial da luta contra a AIDS).

Didaticamente, o diretor do filme chamou atenção sobre como usar o preservativo externo (masculino). Mas também fez o mesmo com o preservativo interno (feminino), que era de completo desconhecimento dos alunos. Questionado pela adolescente Rebeca* sobre como se dá o uso de preservativo entre duas mulheres, Raxach respondeu que “numa relação entre lésbicas durante aquele esfrega-esfrega pode-se utilizar alguns métodos como a barreira dentária (ou de látex), feita com a própria camisinha, principalmente durante a menstruação ou lubrificação muito intensa da vagina”, explicou. E completou: “mas é praticamente nula a transmissão do vírus HIV por sexo oral e entre mulheres, e ocorre menos do que entre homens”. Porém, o assessor lembrou que as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) ainda são preocupantes e é necessário proteger-se das mesmas.

Outra dúvida surgida no momento, por parte da jovem Milena*, foi sobre o prazer e o orgasmo vaginal. Em resposta a essa adolescente Almeida disse que “muitos fatores levam a isso. Estar se sentindo bem, confortável com você e seu parceiro influencia muito. Assim como a forma que você penetra ou é penetrado”. Depois do assistente de projetos Jean Pierry Oliveira levantar o questionamento do uso da camisinha interna (feminina) também na prática anal entre homossexuais, coube a Raxach abrir um exemplar e ensinar passo a passo o modo correto de utilização. Outros pontos debatidos e de dúvidas dos alunos foram as alergias causadas por preservativos feitos de látex, políticas públicas de prevenção e saúde.

“Infecções sexualmente transmissíveis também merecem atenção de vocês. Vocês têm que pesquisar o seu corpo. As meninas verificarem seus seios e vaginas, os meninos observarem o pênis e as bolas (sic) e o ânus. A qualidade do sexo que você faz é o que determina sua segurança e o cuidado com você e com o outro”, completou Vagner de Almeida. Alguns mitos sobre sexo oral, masturbação e prazeres também foram desfeitos. “A puberdade é um momento de muita explosão hormonal. Então é natural um desenvolvimento e algumas reações corporais. Mas isso passa’, tranquilizou Raxach.

Os papeis de gênero durante o sexo foi o momento de maior agitação entre os adolescentes. De um lado, meninas reclamando do pouco caso dos homens na hora de fazer sexo oral vaginal. De outro, meninos também protestando contra aquelas que não praticam direito o ato. Para amenizar o prólogo, o assessor de projetos da ABIA interviu e disse que “vocês têm que entender que o sexo é uma prática. E como toda prática envolve o respeito, o carinho, o cuidado e o diálogo. Com essa noção vocês conseguem ter uma qualidade maior no sexo que fizerem”, advertiu para aplausos dos estudantes em tom de concordância.

O evento encerrou-se com a distribuição de camisinhas e géis lubrificantes, cartilhas e o sorteio de camisas. O encontro com alunos do Colégio Estadual Bertha D’Alessandro foi mais uma atividade positiva do Projeto Diversidade Sexual, Saúde e Direitos entre Jovens da ABIA em 2019, com apoio da MAC AIDS Fund.

Texto: Jean Pierry Oliveira e Jéssica Marinho

Fotos: Vagner de Almeida e Jéssica Marinho

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