Uma médica da Unesp de Botucatu (SP) está fazendo uma pesquisa inédita para diminuir a quantidade de drogas no coquetel dos pacientes com vírus HIV. A ideia da doutora Stephanie Valentini já despertou o interesse do Ministério da Saúde e pretende diminuir os efeitos colaterais dos pacientes.
“Nosso projeto de pesquisa consiste em tirar essas medicações de pacientes que aderem bem ao tratamento, que mantém carga viral indetectável por um período um pouco mais prolongado. A gente retira essas medicações tóxicas, colocando apenas duas drogas”, explica a médica.
Segundo o Ministério da Saúde, a Aids é uma doença que não tem cura, mas tem tratamento. O coquetel é importante para evitar que a doença avance, protegendo os pacientes de problemas mais graves de saúde. Assim, se os medicamentos forem tomados corretamente, o paciente pode melhorar a qualidade de vida.
De acordo com Stephanie, o novo coquetel vai fazer com que o paciente mantenha a carga viral indetectável, ao mesmo tempo que tem menos efeitos colaterais por conta do tratamento com muitos remédios.
Assim, o sucesso do tratamento não é prejudicado. “A gente está tirando a quantidade de comprimidos e colocando remédios com alta barreira genética”, explica a pesquisadora.
PrEP HIV
Além do novo coquetel que vem sendo estudado em Botucatu, o Hospital das Clínicas da cidade também está oferecendo, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), um medicamento aprovado pela Anvisa que promete prevenir em 100% o risco de contaminação pelo vírus HIV.
Segundo o infectologista Alexandre Naime, o PrEP HIV é composto por dois medicamentos que impedem que o vírus invada e destrua as células do sistema imunológico.
“Através de um comprimido por dia, você evita a infecção pelo HIV, mesmo que você esqueça de usar a camisinha. Isso faz com que os índices de proteção girem em torno de 100%”, explica.
O médico infectologista, Jonas Sawasaki, também afirma que a medicação é segura, mas que o preservativo ainda é o método preventivo mais eficaz.
“O medicamento é quase 100% seguro se tomado corretamente. Nós recomendamos, que fora desse método, ainda seja usado preservativo para evitar outras infecções que possam ser transmitidas”, conta.
Apesar da eficiência, apenas um dia sem tomar o medicamento já pode interferir no resultado, aumentando em 5% a chance de contrair o vírus.
Um morador, que prefere não ser identificado, diz que tem medo de contrair a doença e, por isso, faz uso do medicamento oferecido pelo HC regularmente.
“Eu faço uso da medicação há aproximadamente um ano e não tive nenhuma reação adversa. Não tenho dor de cabeça, enjoo e mantenho minhas atividades normais. É algo sagrado, acordo e já tomo meu medicamento antes do café-da-manhã, para não ter problema”, completa.
Fonte: G1